Desde pequeno que ouvia falar na festa da Póvoa, sem saber o que isso de facto significava. Aos 18 anos fui para a Marinha, andei por lá 6 anos, e só depois disso soube o que é de essa tal festa, pois pouco tempo depois de abandonar a Briosa, casei-me e aqui fiquei a morar, nesta pequena cidade à beira-mar, onde o vento nunca deixa de soprar.
Pequena ela era, quando aqui cheguei, há quase 60 anos, mas depois começaram as nascer prédios por todo o lado, uns muito altos, outros nem tanto e acabaram com todos os espaços verdes, num raio de 5 quilómetros à volta da cidade. Culpa dos agentes imobiliários, cuja gula não tem limites, mas principalmente da Câmara Municipal que, a troco de umas gorjetas e favorzinhos, se deixou alinhar nesse verdadeiro atentado ao bem-estar público. Infelizmente, é a mesma coisa que se passa em todo o lado, em especial junto às praias. Nada de novo, portanto.
Quanto à festa que hoje se celebra, convergem para a Póvoa muitos milhares de visitantes de todas as aldeias, vilas e cidades num raio de 30 quilómetros, o que faz com que os poveiros aproveitem a oportunidade para fugir daqui a sete-pés e dar o tal passeio muitas vezes adiado. Eu mesmo fiz isso anos a fio, enquanto os meus filhos me acompanhavam ainda, Preparávamos a cesta do piquenique e logo de manhã afastávamos-nos da Póvoa 20 ou 30 quilómetros. Ao fim da tarde, era uma alegria regressar a casa, pois as enormes filas de trânsito iam todas em sentido contrário, rumo a Viana, Barcelos, Braga, Guimarães, Famalicão, Porto, Santo Tirso e por aí fora.
Hoje estou em paz com o mundo e não preciso de sair de casa. Os meus filhos construíram o seu próprio ninho e eu não tenho quem me impeça de "hacer la siesta" ou outro desporto qualquer que me passe pela cabeça. Hoje, por exemplo, tenho ali uma carrada de carapaus para grelhar, uma garrafa de litro de verde tinto para os obrigar a nadar pela goela abaixo e depois desse grande esforço só me vai apetecer esticar ao comprido e passar pelas brasas.
Das ist alles - como diz o alemão e que podeis traduzir por - tenho dito!
Quarta-feira, 15 de agosto, às 11h00 haverá uma Eucaristia Solene, animada pelo coro paroquial com música instrumental. A principal atração do dia, e do evento, é a imponente procissão de Nossa Senhora d´Assunção, considerada pela organização como a mais rica e sumptuosa do País. Este ano, a procissão parte da Igreja da Lapa às 16h00 e integrará a GNR (a cavalo), a Fanfarra dos Escuteiros de Ronfe e as Confrarias e Irmandades da Póvoa de Varzim.
O cortejo religioso percorrerá o seguinte itinerário: Rua 31 de Janeiro, Largo Elísio da Nova, Rua João Dias, Rua da Junqueira, Rua da Alegria, Rua António Graça, Rua Elias Garcia, Avenida dos Banhos e Avenida dos Descobrimentos até à Lapa, onde termina. À passagem da procissão pela marginal poveira, frente ao porto de pesca, os andores serão virados para o mar, altura em que serão lançados milhares de foguetes em saudação à virgem padroeira dos pescadores.
Às 21h45, o Rancho Tricanas da Lapa atua no Largo António Nobre.
Ontem não naveguei aqui na internet. Motivo pelo qual só hoje posso comentar comentar esse belíssimo texto que escreveste falando da Festa da Póvoa, tua terra Natal. Ontem rumei ao Alentejo, e hoje já fui à praia do Almograve. O dia tem estado espectacular. Em relação a anos anteriores, se é que enganado não estou, a água está mais fria?
ResponderEliminarPelo contrário, aqui no norte, onde a água do mar raríssimas vezes ultrapassa os 17º, desta vez já esteve acima dos 20º várias vezes.
EliminarBoas férias.