terça-feira, 18 de abril de 2017

Matar o tempo!

Matar o tempo é uma expressão da Língua Portuguesa muito usada, assim como um desporto muito praticado pelos membros do «Clube dos que já foram jovens». Garanto-vos que é preciso muito treino para conseguir fazê-lo com um pequeno toque de arte. Muito diferente de ir para o café jogar dominó, ou tomar assento no banco do jardim mais próximo de casa. Fazer likes no Facebook também não aconselho a ninguém, parece-me excessivamente redutor.
Ler e escrever são as duas coisas que primeiro se aprendem na vida e são essas que eu aconselho. Ler tudo o que possas e escrever tudo o que saibas. Essa é a maneira mais indicada para praticar esse tal desporto que está reservado aos membros do tal clube (referido acima). À falta de melhor, podem ler-se as notícias e de seguida dizer algo sobre elas. Reparem como eu o faço.


A imagem ilustra uma notícia de que me abstenho de falar. Prefiro concentrar-me naquilo que a imagem documenta, a cidade do Porto, capital do distrito onde actualmente resido. Da Ribeira até à Ponte da Arrábida vai uma grande distância, mas nesta fotografia parece já ali, depois de ultrapassada a primeira curva do Douro que, serenamente, se encaminha para a foz. Depois de apreciada a beleza do rio e a relevância do arco de betão, desenhado pelo Eng. Edgar Cardoso, que suporta a ponte, a nossa vista é atraída pelas paredes coloridas e pelas telhas de barro vermelho que cobrem as casas. Completamente diferente daquilo que podem ver na imagem seguinte.


Ao contrário do Porto que é uma cidade velha do «Primeiro Mundo», a cidade do Maputo é uma cidade nova do «Terceiro Mundo». O rio que se avista por trás dos prédios é feio e sujo e telhados coloridos nem vê-los. Esta cidade que, por força da Guerra Colonial, conheci muito bem, tem também a sua beleza e há muitas fotografias a atestá-lo. Mas foi esta que a redacção do jornal escolheu para acompanhar a notícia e eu não sou obrigado a gostar dela. E quem é que se importa com isso?
As duas fotografias, assim como as duas notícias que elas ilustravam, foram o meu pequeno almoço de hoje, no que se refere à leitura. Esta mensagem que, agora, dou por concluída, é o meu segundo exercício do dia, aquele que se refere à escrita. E assim acabo de matar a primeira hora deste dia que tem ainda mais 12 ou 13 antes de fechar a pestana  para, depois, acordar no amanhã.

4 comentários:

  1. Bom dia
    se da primeira posso dizer que conheço um pouco bem , já da segunda não posso dizer absolutamente nada .
    em relação a matar o tempo , vá matando dessa maneira para que nós o possamos matar também.
    JAFR

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  2. Matas o teu tempo da maneira que eu me recuso a fazer, enquanto tiver alguma mobilidade nas canetas! Cultura geral nunca fez mal a ninguém, com o ler muito, ou escrever, se algum dia for obrigado a parar, mais que uma hora por dia, não sei se me vou aguentar muito tempo e a coisa está a ficar preta para mim, por questão de saúde, só me resta seguir o caminho traçado pelo destino.

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  3. Durante algum tempo coordenei serviços interventivos na área dos Portos do Douro e Leixões e, por isso mesmo, conheço razoavelmente aquela região . Ao olhar a primeira fotografia, que me é bem familiar, recordo com saudade tempos passados, especialmente, nas zonas da Ribeira e de Vila Nova de Gaia - juntos às margens do Rio Douro - e que, para além de excelente ambiente, proporcionavam acalmia e bem estar, fruto do conjunto das respectivas paisagens ... ! Depois, a grande maioria das suas gentes, trabalhadoras e frontais, são geradoras de progresso e amigas do seu amigo, o que implica reconhecimento e admiração . No que respeita à segunda foto, também me causa alguma saudade, embora por razões diferentes, mas nem por isso perde o seu encanto/valor . Sou dos que considero o direito indispensável à libertação e independência dos povos ; logo, as ex-províncias ultramarinas sob administração portuguesa, não podiam ser excepção . Mas também sei, que tentar ignorar o passado ou adulterá-lo, é obra de quem, normalmente, não é capaz de melhorar o futuro . Assim, Lourenço Marques que conheci e que uns decidiram rebaptizar por Maputo ; tentando, ignorar a sua própria História e fazer crer que criaram o que não fizeram, demonstra utopia e grande incapacidade para enfrentar realidades que, quer se queira quer não, é indesmentível e não se consegue apagar . Um abraço .

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  4. A cidade no Porto banhada pelo Rio Douro. A cidade de Maputo banhada pelo Oceano Indico, cada uma com a sua beleza. Para mim tanto faz que seja Maputo ou Maputa? Até podia continuar a ser Lourenço Marques. Eles devolveram às localidades os nomes que antes teriam dos portugueses lá terem chegado!

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