terça-feira, 24 de janeiro de 2017

A nossa querida G3!

Nunca fui um grande adepto da G3. Esse sentimento talvez advenha do facto de me terem distribuído uma dessas armas com tripé, durante a comissão que fiz na CF2. Tornava-a mais pesada e era incómoda no transporte. Resultado, ganhei-lhe uma certa raiva.
Durante essa comissão, em Moçambique, o Exército utilizava a FN, de fabrico belga. Tive oportunidade de a manusear várias vezes e preferi-a de longe à nossa G3. A título de curiosidade, deixo aqui uma anotação que recolhi na internet, sobre essa arma que tive o prazer de conhecer.

«O sucesso da FN poderia ter sido maior se esta fábrica tivesse vendido os direitos de produção da FN-FAL à República Federal Alemã, onde era conhecida como G1, mas como rejeitou este pedido, a Alemanha, através da fábrica Heckler & Koch, adquiriu os direitos da CETME espanhola e com algumas modificações criou a HK-G3, que viria a ser a mais notável rival da FN-FAL»

Agora e após muitas discussões sobre o assunto, parece que sempre vai para a frente a ideia de substituir a "velha" G3 por uma arma mais moderna e mais maneirinha. Pena que tenha vindo tarde e já não sirva para mim.


Décadas após serem anunciados e cancelados os concursos para substituir a velha espingarda G3, estima-se novo prazo para um processo agora conduzido através da NATO: o final do ano, com as primeiras armas a chegarem em 2018.
A informação foi dada nesta semana pelo ministro da Defesa: se continuarem a ser cumpridos os prazos, é seguro que "até final de 2017 praticamente tenhamos o concurso concluído", disse Azeredo Lopes, o que "significa quase uma revolução, considerando o tempo extraordinário que demorou" o processo para Portugal deixar de ter o exército europeu com a arma mais antiga nos teatros de operações.
O ramo disse que "o processo de aquisição de armamento ligeiro vai iniciar-se em 2017 e decorrerá até 2022", através da agência de apoio e compras da NATO (NSPA, sigla em inglês), "estando prevista a chegada das primeiras armas em 2018". Mas, ao contrário dos concursos anteriores, "não vai realizar testes com nenhum fabricante em particular (...) e o que se pretende é adquirir uma arma "já pronta", que já exista e de preferência com provas dadas em outros exércitos da NATO", disse o porta-voz, tenente-coronel Vicente Pereira.

5 comentários:

  1. Tenho algumas queridas na família, mas essa, NUNCA FOI MINHA QUERIDA! E mais, os fabricantes de armamento deviam ser todos presos no mundo inteiro, mas não deixa de ser um tema interessante para os malucos colecionadores desses bichos que a única finalidade é MATAR.

    ResponderEliminar
  2. Em Moçambique a minha companheira foi a FN. Gostei dela, mas dela me separei no fim da comissão em Metangula, no mês de Fevereiro do ano de 1966. Entreguei-a a um camarada do Batalhão de Cavalaria 1879, que lá nos foi render, e dele recebi a velha Mauser que me acompanhou até Nacala.
    Depois em Angola durante um ano que estive em enquadramento de Milícias. Tive como companheiras a G-3, uma pistola de 9mm, algumas granadas de mão, e um cunhete de munições. Não tendo sido necessário a utilização de nenhuma delas!

    ResponderEliminar
  3. Para quem vinha da utilização da Mauser, a G3 era uma boa arma.(passagem de burro para cavalo).A alternativa de passar de tiro simples para rajada era uma grande inovação.
    Como sargento podia usar a FVP em campo mas preferi sempre a G3. Era a nossa AMIGA,COMPANHEIRA e PROTETORA em combate. Muito mais se poderia dizer sobre esta arma.

    ResponderEliminar
  4. Quanto a armas, também tive a minha parte . A corrida ao armamento, desde o seu fabrico à respectiva comercialização, sempre foi um negócio processado como lícito e ilícito, que tem engordado estados, industriais, comerciantes, traficantes e bandidos da pior espécie, eis a razão na sua permanente evolução e pertença eficácia, pelo que a velha G3, ainda que fiável, não podia fugir à regra ... . Isto dava para alongamento indeterminado, atento a necessidades prementes e de sobrevivência existentes na humanidade, incluindo no nosso espaço geográfico . Naturalmente, as armas militares são utensílios de guerra e, em certas circunstâncias, de paz ou de manutenção de ordem pública, pelo que a sua existência se torna inevitável ; contudo, o seu excesso, poder-se-á considerar preocupante, uma vez que, frequentemente, aparece em detrimento doutros valores mais importantes e que se deviam sobrepor aos de quem a fomenta ou envereda por actividade criminosa . Tudo isto é muito difícil de controlar e não me parece possível obter o desejado ... . Um abraço .

    ResponderEliminar