Pela cor da pele não somos capazes de dizer quais são os bons e quais os maus. Mas se consultarmos a História e recuarmos até ao início do Século XX, poderemos ver o Mouzinho a desancar o Povo Vátua, já com o Gungunhana preso e enviado para os Açores, por não ficarem quietinhos no canto deles e deixar os portugueses alambazarem-se com aquilo de melhor que havia em Moçambique. Preso o seu grande chefe e morto o seu número 2, não restou outra solução aos Vátuas senão amocharem e obedecer a quem tinha os "paus-de-fogo".
O Mouzinho pode para nós ser um herói e mereceu uma estátua na praça central, em frente à Câmara Municipal de Lourenço Marques, mas para o Povo Vátua os portugueses eram os maus que lhe invadiram as suas terras e os subjugaram, ao ponto de os tornarem escravos. Os brancos, os europeus, os maus da fita!
Agora, 100 ou mais anos depois, vemos os pretos africanos virem à conquista da Europa por não terem sido capazes de se ajustar a uma nova vida, após os brancos maus terem vindo embora. África é um continente rico e poderia oferecer aos africanos uma vida livre de miséria, mas todos os países têm à sua frente políticos que querem ser uns novos Gungunhanas , viver como uns nababos, e se esquecem dos milhões de habitantes, desde o Mar Mediterrâneo até à província do Cabo, que vivem na mais extrema penúria.
Nós, os portugueses, chegámos a Moçambique de aramas na mão e mandávamos bala em quem se recusasse a vergar a espinha e fazer o que lhe mandávamos. Agora, imaginem a quantidade de embarcações que de África, seja na costa atlântica ou na mediterrânica, tentam "assaltar" a Europa à procura de uma vida melhor. Por miserável que seja, na Europa é e será sempre melhor que em qualquer país africano. Por falta de oportunidades e de organização, os "pretos do mato" rumaram às grandes cidades e agora, 50 anos depois da descolonização, vivem à volta das lixeiras à procura de algo que se possa comer ou transformar em dinheiro para comprar comida.
E nós estamos quase a pegar em armas, de novo, para correr com eles de volta para a África que é a sua terra e é lá que eles devem encontrar o que precisam. A memória é curta e ninguém se lembra que nós, há 100 anos, fomos à terra deles e tomámos tudo aquilo que nos convinha pela força. Eles vêm e limitam-se a pedir asilo, a pedir esmola ou a pedir um emprego em que possam ganhar a vida.
É a minha reflexão para este dia 8º do novo ano, depois de ter visto a quantidade de emigrantes africanos que foram presos na zona das Canárias, quando se preparavam para "assaltar" a Europa. A pate mais triste de toda esta história é que nós pouco mais temos que eles. No fim do século XIX, Portugal vivia uma miséria difícil de entender nos dias de hoje. Não havia indústria, o comércio pouco ajudava e todo o mundo vivia da agricultura que não gerava riqueza suficiente para contentar os grandes senhores, donos das terras, e os rendeiros que as trabalhavam. Valeu-nos a África que era virgem em todos os aspectos!
Agora, chegou a hora de pagarmos e com língua de palmo !!!
Moçambique foi dos poucos países colonizado pelos portugueses onde as nossas estátuas foram substituidas por outras de gosto duvidoso. Hoje quem passa na antiga Praça Mouzinho de Albuquerque depara-se com um mamarracho made in DPRK. A original foi desterrada para a Fortaleza onde aliás se econtram outras... Entretanto o pior exemplo de como os africanos não se sabem governar sózinhos está hoje bem patente nas ruas de Joanesburgo. Mais uns anos e teremos mais uma avalanche de famintos refugiados africanos...
ResponderEliminarHistória da nossa História que, neste particular, nenhum orgulho nos traz.
ResponderEliminarGostei da forma isenta e realista como tratou este tema.
Boa semana.