segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Et voilá!

 Lembram-se que eu prometi ler alguns livros do nosso Nobel da Literatura, o Zé comunista da Golegã, para definir, de uma vez por todas, se gosto dele ou o ponho de lado para sempre? Pois, a conselho de um amigo, escolhi «O ANO DA MORTE DE RICARDO REIS» e já vou na página 155  

Para já, vou mantendo a minha opinião, mas admiro a facilidade com que ele arranja conversa para botar fora. Coisas que não têm ligação com coisa nenhuma e quem nem ao diabo lembram, a ele servem para encher páginas e mais páginas, umas atrás das outras que motivam o leitor a manter a leitura e ver até onde ele vai.

Claro que não vai a lado nenhum, como eu já percebi ao ler «A JANGADA DE PEDRA», mas consegue prender o leitor, curioso de ver até onde a inspiração chega. Eu que sou muito prático e aprendi com bons professores, poria numa página A4 tudo aquilo que ele escreveu nas 155 páginas que já li. Esta reflexão leva-me até à minha infância e vejo-me a seguir com os olhos um carreirinho de formigas que trabalham, laboriosamente, para encher o seu celeiro para o inverno. Eu escolhia uma formiga que carregava qualquer coisa diferente das outras, por exemplo, uma folhinha maior que ela e que esbarrava em mil e um obstáculos no seu caminho para o formigueiro e seguia-a até onde a minha vista permitia. De repente, como se tivesse percebido que estava a fazer asneira, a formiga largava a carga, misturava-se com as outras e eu não conseguia descobrir para onde ela fora.

Se eu fosso o Zé da Golegã, levaria esta formiga a andar para trás e para diante, enchendo 4 ou 5 páginas de texto para vender ao leitor. Talvez a formiga tenha procurado a ajuda de alguma irmã para cortar aquela folhinha em duas e cada uma delas carregaria a sua metade até ao formigueiro. Desculpem-me os meus leitores, pois estava a cair no vício do Saramago, falar de coisas absurdas que nada têm a com a história que é o tem central do livro.

Quem não conhecer a obra de Fernando Pessoa e os heterónimos que ele usou, não perceberia nada deste livro que fala da morte da personagem aqui encarnada. O Fernando Pessoa morre, o Ricardo Reis conta a história e até o Álvaro de Campos vem à baila. E as conversas com o fantasma do morto são outra ideia absurda. Isto de pôr o morto a falar consigo próprio, como se estivesse a olhar para um espelho. Só mesmo na cabeça deste ribatejano!

A seguir a este, vou ler «A VIAGEM DO ELEFANTE» e depois darei a minha opinião em definitivo. Mas cada vez gosto menos desta escrita desorganizada sem pontuação de qualquer espécie e ao arrepio daquilo que eu aprendi, frases curtas com orações completas, onde o sujeito, o predicado e os complementos deviam aparecer de forma cristalina. O meu último professor de português foi o AUGUSTO GIL, escritor pouco conhecido, que gostava de mim por eu ter estudado 4 anos de Latim e entender muitas questões linguísticas que escapavam aos meus colegas de turma. Talvez eu lhe deva um pouco da vontade que sinto de continuar a escrever.

1 comentário:

  1. Conheço mal a obra dele. Apenas li 5 livros dele, sendo um de poesia "Os poemas possíveis" e outro infantil "A maior flor do mundo". Dos restantes, gostei da "Jangada de Pedra", adorei o " Levantado do Chão" e detestei "O Memorial do Convento"
    Abraço e saúde

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