quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Vergonha ou miséria?

O “Diagnóstico das Condições Habitacionais Indignas na Área Metropolitana de Lisboa”, apresentado hoje na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, assinala ainda que cerca de um quinto das famílias da AML já têm um encargo superior a 400 euros com renda de casa (sem outras despesas) ou prestação (excluindo seguros, condomínios, etc.), o que representa o dobro da média nacional.

Isto quer dizer que muitas dessas famílias já estão acima dos 40% do seu rendimento usado em despesa com habitação, o que, no entender dos autores do estudo, “coloca em risco o desenvolvimento futuro da AML”.

Além disso, alertam, o quadro agravar-se-á, se nada for feito perante a atual conjuntura.

O estudo estima que quase dois terços das famílias (62%) não tenham acesso à habitação nas atuais condições de mercado — ou seja, não encontrarão habitação adequada sem despender mais de 40% do seu rendimento. E, destacam os investigadores, o terço em falta está em risco de deixar de ter acesso.



Não sei o que poderá o governo fazer para começar a mudar este estado de coisas, mas aumentar os salários de toda a gente parece-me que seria uma boa medida. Lembro-me dos primeiros anos do pós-revolução, em que os salários foram aumentados "por decreto", primeiro para 3.300$00e um ano depois para 4.400$00. As costureiras da minha fábrica passaram de um salário de +/- 750$00 para 3.300$00 - nesse dia deram vivas ao Mário Soares e ao Dr. Álvaro Cunhal por as ter libertado da escravidão - e tudo continuou sem males de maior. Eu sei que nos anos seguintes a inflação chegou aos 30% e pôs os miolos a ferver aos governantes, mas o grande salto fora dado, triplicar o salário dos trabalhadores foi a maneira de corrigir o atraso vindo dos tempos de Salazar.
Está na hora de os nossos (actuais) políticos tomarem uma decisão e fazer qualquer coisa para remediar a situação dos "pobres" deste país. Como se pode ver pelo estudo acima, já somos quase todos pobres, muito poucos são os que escapam a essa situação. Ou estipular um tecto máximo para as rendas de casa, de modo a que não ultrapassem 25% do rendimento líquido do agregado familiar, ou aumentar os salários de modo a obter o mesmo resultado.
E termino com um conselho para o André Ventura. Como foi proibido usar a palavra VERGONHA, no Parlamento, começar a usar a palavra MISÉRIA para ilustrar o estado da Nação, na era socialista.
P'rá frente Portugal!

2 comentários:

  1. Valdemar Alves... Mantendo esta ideologia socialista de andar a distribuir o nosso dinheiro por etnias/imigrantes e clientelas é que é mesmo impossível travar o empobrecimento geral. O que precisamos fazer urgentemente é por os corruptos na choça e cortar, cortar e continuar a cortar em despezas inúteis. Como o conseguir/convencer uma população que vem sistemáticamente votando em corruptos é que é o problema.

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  2. A situação está cada dia mais complicada.
    . Abraço e saúde

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