O 4º César de Peniche!

Paulo Raimundo, de 46 anos, é o quarto secretário-geral do PCP em democracia, sucedendo a Jerónimo de Sousa, que abandonou o cargo por razões de saúde ao fim de 18 anos.

O novo secretário-geral do partido é um de cinco dirigentes que pertence em simultâneo ao Comité Central, Comissão Política e Secretariado. Funcionário do partido desde 2004, Paulo Raimundo é descrito pelo PCP como um operário.

Como a cartilha é passada de mão em mão (sem apelo nem agravo), a diferença que encontro neste 4º Secretário Geral é a falta de cabelo. Álvaro Cunhal tinha cabelo que até chateava (prolongando-se até pelas sobrancelhas). Carlos Carvalhas não tinha assim tanto, mas estava longe de ser careca. O Jerónimo - que encheu os écrans da nossa TV, nos últimos 18 anos, também tem ainda uma trunfa jeitosa (para a idade que tem). O senhor que se segue, ainda não chegou aos 50, mas o cabelo já voou todinho.

Tenho ouvido dizer que a careca é sinal de inteligência - a hiper-actividade do cérebro faz cair o cabelo - e eu vou ficar atento para descobrir qual o QI do Raimundo. Não se admirem, caros leitores, de eu pegar neste assunto pela careca, pois também eu perdi o cabelo quase todo e preciso descobrir uma razão para isso.

Ser comunista implica uma série de pressupostos que poucos aceitam. Um deles é estar sempre de acordo com aquilo que o líder decide. Eles defendem - ainda ontem o Jerónimo o afirmou - que a decisão é colectiva, só andam para a frente se todos estiverem de acordo, mas têm um modo muito próprio de se manterem de acordo - tal e qual como na Rússia de Putin - quem mijar fora do penico é expulso na hora. Lembram-se da Zita Seabra que era uma comunista ferrenha? Foi parar ao PSD!

Outra coisa que distingue os comunistas a sério é a forma como levantam o punho, sempre com o polegar a apontar para trás, como a garantir que «atrás de mim virá quem de mim bom fará». Comunista reformado será defendido, até à morte, como tendo feito tudo na perfeição, o melhor para os interesses do Povo. Só o Carlos Brito saiu um pouco desta linha de pensamento, era um chato de primeira e como tal foi para a prateleira.

Engraçado, lembrei-me de repente, no início desta democracia de Abril, eram doutores que estavam à frente das hostes vermelhas, Álvaro Cunhal e Carlos Brito eram doutores em Direito e a seguir veio o Carlos Carvalhas que tinha a mesma formação. Assim como que justificando que o Povo acéfalo precisa de alguém com dois dedos de testa para o guiar. A tomada do poder por um metalúrgico, a que se segue outro de igual formação, nunca foi explicada - pelo menos não chegou ao meu conhecimento que ando sempre atento a estas coisas - mas deve ter uma razão de ser. Para entender os males do Povo só um que tenha passado as passas do Algarve é que o consegue e doutores não são, propriamente, parte desse povo sofredor!

Punho erguido, avante, o Povo Unido jamais será vencido!