Lula e os outros Silvas do Brasil!

 Começo por dizer que foi a notícia da rouquidão persistente do recém-eleito presidente do Brasil que me fez decidir escrever sobre o assunto em questão, o apelido Silva. Ele já sofreu de um cancro na laringe e fez quimioterapia para se livrar da doença. E, claro, isso deixa rastos e, no pior dos casos, a doença pode aparecer de novo.

Depois, para quem não tem acompanhado os meus escritos com a devida atenção, informo que fui educado por Jesuítas e tenho descoberto coisas sobre eles que não me deixam muito feliz. De qualquer modo, há muitos anos que os deixei para trás, esquecidos no tempo.

E, continuando com os Jesuítas, eles foram os primeiros missionários enviados para o Brasil para salvar a alma daqueles infelizes que não faziam ideia do que era ser "filho de Deus". O Baptismo é uma espécie de passaporte que os padres católicos passam aos seus fiéis para que saibam quem é a sua família e a quem devem agradecer a sua existência.

Pois é, os Jesuítas chegaram ao Brasil e embrenharam-se naquelas matas povoadas por índios - de índios eles não têm nada, a culpa é do Pedro Álvares Cabral que veio dizer ao rei de Portugal que tinha descoberto a Índia - e de cruxifixo na mão esquerda e a caldeirinha da água benta na direita, começaram a baptizar todo o bicho-careta que lhe aparecia pela frente.

A primeira dificuldade consistia em escolher um nome cristão para cada um, coisa que se mostrou fácil recorrendo à lista de santos da igreja católica romana, à falta de melhor. Os apelidos é que foram uma carga de trabalhos, a maioria dos índios não sabiam o que isso era nem se tinham preocupado com isso. Alguns lá foram mencionando o nome do pai ou da mãe, da tribo ou da região em que nasceram e isso deu aos Jesuítas a hipótese de ir ultrapassando as dificuldades da sua missão.

Quando esbarravam num caso mais difícil, em que nada havia que ligasse o neófito a qualquer nome ou região resolveram a questão aplicando o apelido SILVA. O significado desse apelido é selvagem, nascido no meio do mato, da natureza, o que não deixa de ser verdade. E os Jesuítas, grandes especialistas na Língua Latina, escolheram bem a palavra, curta, fácil de escrever e de pronunciar. Essa sua decisão encheu o Brasil de SILVAS, nos primeiros tempos da evangelização. Hoje, já não é bem assim, mas sempre ficaram alguns resistentes, o presidente do Brasil é um deles!