O «Calvário de Jesus» - 3º Acto!

 

O regresso de Jesus à terra que o viu nascer e onde aprendeu a jogar à bola foi tudo menos difícil. Com uma equipa completamente renovada atirou-se ao adversário e arrebatou uma saborosa vitória por 4 bolas a zero. Com uma defesa remodelada, um meio campo greco-marroquino e um ataque cheio de caras novas que não deixaram os seus créditos por mãos alheias, o Benfica jogou muito melhor do que é costume. Poderíamos dizer que o pobre Estrela foi quem os deixou brilhar, mas isso seria injusto para os rapazes que souberam aproveitar a oportunidade dada pelo treinador e se esforçaram ao máximo.

Bem precisado desta injecção de moral andava o Benfica que, na próxima sexta-feira, tem que enfrentar os dragões num jogo que poderá decidir quem parte na frente para a segunda volta do campeonato. Os jogadores do FCP têm outra qualidade que os rapazes da Reboleira não têm e muita malandrice também. Na verdade eu tenho mais medo das malandrices e manhosices que eles usam em campo do que da sua qualidade como magos da bola. E depois, os árbitros têm um medo que se pelam quando apitam naquela casa. Há cartões que não saem do bolso, faltas que não são marcadas e por aí fora. Olhando para o jogo que eles fizeram, hoje, na Madeira, poderíamos dizer que o Benfica tem equipa para lhes dar baile. Mas quando se enfrentam no relvado as coisas mudam de figura, os jogadores da casa enchem o peito de ar e os visitantes encolhem-se até quase desaparecerem da vista. Não sei porquê, mas é assim, há anos.

Mas voltando ao jogo de hoje contra o Estrela que é o que motiva esta minha crónica, houve jogadores que fizeram um grande jogo que deveria fazer corar de vergonha os habituais titulares que ficaram no banco. Basta pôr os olhos no Pedrinho ou no Gonçalo Ramos. Talvez o único que costuma jogar e não foi nada de especial, embora tenha marcado um golo, foi o Seferovic. Muitas oportunidades perdidas, mais do que seria aceitável num jogador de primeira linha como ele. Dizem que ele talvez saia nesta janela de mercado e eu espero que sim, de modo a deixar o lugar livre para outro que tenha mais jeito. Até o Chiquinho (que não conta para o treinador) fez, hoje, dois grandes golos, com remates plenos de oportunidade. Eu prefiro-o ao suíço, portanto não ficarei com saudades se ele se for, durante este mês de Janeiro.

Não gostei do Tarabt, o que não é novidade nenhuma, e todos sabemos que é no lugar onde ele joga que o Benfica é mais fraco. Ficou o Weigl de fora para jogar ele e o resultado não foi grande coisa, salvou-o a ajuda trazida pelo grego Samaris, o tal que também não conta para o treinador. Outra novidade foi o francês emprestado pelo Barcelona, Todibot, que segundo os comentadores desportivos da nossa praça, o Benfica quer devolver, ainda este mês, colocado em jogo na posição que costuma ser ocupada pelo Otamendi, fez uma exibição de luxo. Ele defendeu, ele atacou, nota-se que sabe jogar à bola e tem perfil de atleta, além de ter uma boa idade para aprender o que ainda não sabe. Não consigo entender o que mais quer o JJ de um jogador acabado de chegar.

E para terminar esta minha crónica, chamo a atenção de todos para as dificuldades que o FCP sentiu na Madeira. Aos 97 minutos perdia por 2 a 1 e só o prolongamento, além da expulsão de um jogador do Nacional, lhe deu a oportunidade de reverter o resultado. E o cartão amarelo que ficou por mostrar ao Tahremi, por simulação de penalty, e lhe daria a expulsão, pois já estava amarelado, ajudou muito a passar no teste da Choupana. Veremos como vai ser na sexta-feira!