Hesitações!

 Hesito entre dois títulos para esta minha publicação matutina. Pensei, primeiro, em «Conhecer os cantos à casa» e já explicarei porquê. Pensei, depois, em «Todo o treinador é bom até começar a perder» e também dedicarei um parágrafo para vos dizer as razões.

O empate do Sporting, em Alvalade, ontem à noite, foi o que me fez pensar em escrever sobre o assunto e também foi esse resultado que me fez pensar nos dois títulos. Três ex-sportinguistas participaram no jogo, pela equipa de Vila do Conde, e poderíamos dizer que foram eles a causar o insucesso dos leões. Francisco Geraldes, o eterno recusado por diversos treinadores do SCP, só brilha ao serviço do Rio Ave. Gelson Dala, uma jovem promessa do futebol guineense, é produto da cantera leonina, mas não convence os treinadores do Leão a ficar com ele na equipa. Fábio Coentrão, pré-reformado do futebol nacional e confesso defensor das cores verde-branco, já foi famoso no Real Madrid, no Benfica e no Sporting, ontem vestiu também a camisola do Rio Ave para infernizar a vida ao Rúben Amorim.

Os 3 juntos, Geraldes, Dala e Coentrão conhecem bem os cantos da casa do Leão e talvez por isso lhe tramaram a vida ontem. Pode ter sido isso, ou pode também ser o caso de a estrelinha do treinador que, desde que começou a treinar em Braga, tem brilhado intensamente, estar a perder o brilho. Acontece sempre, mais tarde ou mais cedo a todos os treinadores. Por falar nisso, alguém sabe por onde anda o Leonardo Jardim que fez furor no Sporting, antes de Marco Silva, no Olimpiacos da Grécia e também no Mónaco? Foi campeão em França, à frente do PSG, do Lyon e do Marselha, mas na época seguinte quase descia de divisão. E ... apagou-se. O Paulo Fonseca foi o maior na Ucrânia, mas tem tido uma vida difícil, em Itália, ontem perdeu por 3 a 0 no derby de Roma.

Os melhores treinadores do mundo, sem dúvida alguma, Mourinho e Guardiola têm também os seus momentos de "falta de sorte", mas sempre se têm conseguido reerguer e voltar a mostrar o seu valor. O Guardiola quase se apagou, ofuscado pelo brilho do Liverpool e do seu treinador alemão, na época passada, mas está de volta ao topo. E o Mourinho? É vê-lo, agora, ao leme de um clube de menor dimensão, a arrancar vivas aos adeptos do Totenham que já se tinham desabituado de comemorar vitórias.

Nem quero falar do Jorge Jesus, pois esse é o exemplo que faz ruir todas as minhas teorias. Ontem quase ganhava no Dragão e se isso tivesse acontecido não haveria quem lhe calasse a boca. Mesmo assim ainda foi dizendo que foi o vencedor moral do clássico!