Fazemos a festa com os brasileiros. E, valha a verdade, também não foi uma grande festa. Primeiro porque não foi um daqueles jogos de encher o olho. Raros foram os remates do Palmeiras à baliza, mas no fim levou a taça. Segundo, porque sendo os dois opositores do mesmo país, o jogo perde logo metade da piada. E terceiro, porque o Maracanã sem público não é a mesma coisa.
Resta-nos festejar a vitória de Abel Ferreira, a vitória de um treinador português pelo segundo ano consecutivo na prova mais importante do calendário futebolístico da América do Sul. No ano passado, foi o Jorge Jesus, uma surpresa, este ano foi o Abel, uma surpresa ainda maior, por não ter este jovem treinador os seus créditos ainda firmados.
Ele começou por atirar para fora da Liga dos Campeões a equipa do treinador que vinha do Brasil cheio de louros e pensava ser o dono do mundo (do futebol, claro). E pouco depois foi para o Brasil e arrebatou-lhe a fama de grande vencedor. Vistas as coisas por um certo prisma, a Taça dos Libertadores deixou de ser aquela coisa dificílima de conquistar, uma vez que dois técnicos portugueses, meio de surpresa, conseguiram fazê-lo, onde tantos e de créditos bem firmados, tinham falhado.
O Lucas Veríssimo, já contratado pelo Benfica e que deveria rumar a Lisboa amanhã, alinhou pelo Santos e terminou o jogo sem quaisquer queixas, coisa que os benfiquistas temiam. Falta saber, agora, como trazê-lo para Portugal, uma vez que todos os caminhos estão barrados por causa da doença da moda. Talvez arranje um voo para Marrocos e depois o LFVieira manda lá uma avioneta buscá-lo. Ou apanha o ferry para Algeciras e vai lá um taxista buscá-lo. Por vezes há soluções facílimas que escapam aos menos atentos.
Logo se verá, agora vamos dar os parabéns ao Abel e levantar-lhe uma estátua em qualquer lado, pois ele merece. Se não for possível aqui, talvez em S. Paulo, terra do clube que ficou com a taça ganha por ele. O futebol é uma festa!