Mas isso das freguesias daria pano para mangas. E antes de pensar nelas, sou da opinião que o governo deveria pensar nos municípios. Os distritos já sabemos que não contam para nada, mas os concelhos sim e seria muito bom que se começasse a pensar neles de modo a servirem melhor as populações. Há concelhos grandes demais e há outros que não se justifica que existam. Deveria ser criada uma regra que obrigasse a que um concelho não possa exceder 10 Kms em qualquer direcção, a partir do edifício da Câmara Municipal. E, se necessário fosse, promover alguma freguesia a vila e sede de concelho, no interior meio desértico do Portugal profundo.
E só depois disso tudo, convenientemente, arrumado pensar nas freguesias, mantendo unidas ou desunindo aquelas que, hoje, não preenchem as devidas condições. Há freguesias com menos de 500 habitantes que não passam de lugarejos e, na minha opinião, deveriam ficar sempre agregadas a uma outra que lhe fique mais próxima, ou com quem tenha mais afinidade. E dentro desses parâmetros, devidamente, estabelecidos pelo governo, auscultar e respeitar a vontade dos moradores seria de muito bom tom e um dever de cidadania.
Mas não estou nada a ver os nossos políticos perderem tempo com essas ninharias. A questão que tem mais peso é quantos milhões o governo deve (ou tem de) transferir para as Câmaras e quanto desse dinheiro passa para as freguesias. O resto são apenas enfeites, como as flores de papel penduradas nas ruas de qualquer cidade que se desfazem com a primeira chuva que lhe cai em cima.