Nem de propósito, hoje, é o Dia Internacional do Professor. Assim dá para eu comemorar alguma coisa, sem ser o malfadado 5 de Outubro que é o símbolo mais que provado e comprovado da desgraça nacional. Abandonar a Monarquia para cair na República foi a pior partida que a História nos pregou.
Professor sofre!
Dando uma de professor de História, dizem que vivemos, hoje, na Terceira República, considerando que a primeira terminou com as maluqueiras do Sidónio Pais, em 1926, e a segunda com a coragem dos Capitães de Abril, em 1974, acabando com o antigo regime de Salazar.
Não concordo com essa divisão dos tempos da nossa república que completa, hoje, 108 anos. Para mim, a primeira república foi a da «Rebaldaria Política», de 1910 a 1926, período em que todos os políticos tentaram sentar o cu na cadeira do poder e fazer melhor que o seu antecessor, sem nunca o conseguirem. A segunda foi a da «Rebaldaria Financeira», de 1926 a 1932, período em que os mal sucedidos políticos da primeira puseram o país na ruína. A terceira começou com o Salazar a tomar conta das rédeas das Finanças e terminou com o início da Guerra do Ultramar, em 1961. A quarta foi daí até á Revolução dos Cravos e foi uma espécie de mistura da I com a II Repúblicas, ou seja, uma rebaldaria político/financeira. Tudo mandava minha gente e gastou-se o que tínhamos amealhado com a sovinice do Salazar e o que ainda não tínhamos ganho.
Em 1974, estava o Império Português reduzido a meia dúzia de ilhas, para além do rectângulo continental e numa situação financeira que deixava muito a desejar. E aí começou a última república, a quinta, a dos resgates financeiros, aquela em que vamos, alegremente, a caminho do abismo. É que ninguém tem dúvidas que, desde 1910, nesse malfadado 5 de Outubro em que correram com o rei D. Manuel, até ao presente instante em que vos escrevo estas poucas letras, foi sempre a descer pela ladeira abaixo. Cada dia que passa estamos pior, com menos esperança de evitar o desastre, com a dívida, pública e privada, muito para lá do aceitável, com a educação e saúde a desagradar a todos, as cidades infestadas de automóveis, os transportes públicos a não responder às necessidades da população e por aí fora.
Nos impostos já se questiona quem paga o quê para quem. Os pacóvios do interior desertificado acham que não devem pagar pelos luxos dos meninos bonitos do litoral e estes usam os recursos do país inteiro para conseguir uma formação superior, mas depois recusam-se a ir prestar os serviços de cidadania e puxar pelo desenvolvimento desse interior abandonado. Desse interior que perdeu tudo, a começar pelos transportes públicos, passando pelos Correios, Tribunais, Hospitais e acabando nos Bancos e outros serviços públicos que já não se justifica existirem para tão parca população. Escolas já só de 30 em 30 quilómetros e fala-se que os juízes vão trabalhar à moda dos caixeiros viajantes, andando de terra em terra aplicando a Justiça que serve de pouco a quem mais nada tem.
Pois muito bem, acho que está na hora de terminar esta e passar para a próxima. Mas mais república não, por favor! Já estou farto dela até à pontinha dos poucos cabelos que ainda me restam!
Francamente, gostaria de viver o suficiente para assistir ao resultado de todo 'este regabofe socialista' que se apoderou do nosso país…
ResponderEliminarSe ler as crónicas da monarquia nos últimos cem anos antes da República vai ver que o regabofe era o mesmo. Os últimos ministros da fazenda, deixaram o país a pão e água. O que levou à implementação da República foi o sonho de que sendo o povo a eleger os seus representantes ia endireitar o país. Acontece que ou nós somos muito estúpidos e escolhemos sempre os piores para nos governarem, ou todos os que se candidatam são farinha do mesmo saco. O saco da corrupcão e da ladroagem.
ResponderEliminarAbraço e bom fim de semana
Quanto à Monarquia desconheço se para o povo trabalhador seria melhor do que é a República? Quanto à Revolução de Abril, acho que o regime salazarista foi bem derrubado não interessa por quem foi. O certo que as condições de vida em Portugal melhoraram para aqueles que nem direito a reforma tinham. Pouco ou muito hoje toda a gente tem direito a uma reforma. Mais vale pouco do que nada.
ResponderEliminarCansada e caduca,
caiu a Monarquia
levantou-se a República
faz hoje anos neste dia!