Da OTA até ao Montijo!

Como dizia aquela velhota ... e a procissão ainda vai no adro!

Esperem com calma até ela dar a volta completa e regressar à igreja!

Eriçam-se todos os pelos que tenho no corpo ao pensar nos muitos milhões que já foram gastos (leia-se, que saíram dos cofres públicos para o bolso de alguém) com a história do novo aeroporto de Lisboa (ou para suprir as limitações deste). Já não me lembro quem começou esta história, mas o hábito de encomendar (aos amigos) estudos de viabilidade para o novo aeroporto já vem de longe.

Um dia, um qualquer governo decidiu que o aeroporto seria na Base Aérea da OTA. Então, vamos lá pedir o estudo para se aprovar a coisa. Já agora acrescentem uma linha de TGV a ligar esse novo aeroporto à Gare do Oriente, lembrou o Zé Pinóquio, esse a quem o dinheiro não custou a ganhar. Muitos milhões depois, nem TGV, nem aeroporto, nem coisa nenhuma. Até que um outro governo achou que seria melhor desistir de todos os outros planos, incluindo o grande sonho do Poceirão (Campo de Tiro de Alcochete) e apostar numa solução mais rápida e barata, usando um aeroporto que, na prática, já existia, transformar a Base Aérea do Montijo para alojar o tráfego excedentário da Portela de Sacavém. Afinal o Montijo ficava ali mesmo, à distância de um tiro de espingarda.

Ok, estamos todos de acordo? E aquela passarada toda que anda lá pelas margens do Tejo, será que não vai atrapalhar os nossos planos? Então peçam lá o estudo para acabarmos com isto de vez que já começa a cheirar mal!

E não é que o estudo encomendado chegou agora e rejeita a proposta do aeroporto no Montijo? Aliás, dizem os entendidos que o estudo não serve para nada, que tem tantos erros e desconformidades que não pode ser levado a sério. E pagaram a quem o fez, pergunto eu? É que isto está a tornar-se uma brincadeira muito cara, que vai muito para além das nossas possibilidades financeiras!

É nesta altura que eu sinto uma saudade enorme do SALAZAR. Aquele homem tomava uma decisão e fazia as coisas andar para a frente sem gastar um tostão. Ou dito de outra maneira, sem permitir aos oportunistas que viviam pendurados na gamela, de meter a unha nos dinheiros públicos. Agora é um regabofe. A pergunta que se impõe é: - Quanto levas tu? E quanto sobra para mim?