sábado, 24 de dezembro de 2016

Noite de Natal!

Hoje, por ser o dia que é, escolhi falar sobre o Natal, o menino Jesus, Belém e o Bacalhau. Assim por esta ordem, ou por outra ordem qualquer, pois para o efeito tanto vale.
Em primeiro lugar refiro-me à noite de Natal e não ao dia, porque foi de noite, e continua a ser, que tudo aconteceu. Actualmente, no «Dia de Natal» curam-se as bebedeiras e curte-se a ressaca dos excessos da noite anterior. Os que não são fãs do bacalhau cozido com hortaliça, ou que não ficaram satisfeitos com a refeição da consoada, atiram-se a uma perna de cabrito, um naco de leitão ou qualquer outra iguaria mais de acordo com os seus gostos.


Na véspera de Natal vive-se a ansiedade de uma festa, talvez a maior do ano, que se aproxima, a alegria de abraçar familiares que raramente se juntam e a loucura das crianças na expectativa dos presentes que esperam receber. Depois, a grande Ceia de Natal com toda a gente à volta da mesa para provar as muitas coisas boas que a tradição portuguesa põe à nossa disposição. As crianças irrequietas que é difícil segurar até à meia-noite, hora de abrir os presentes, e o culminar de tudo com o nascimento de Jesus, na hora 00.00 do dia 25.
O Menino Jesus, Deus que incarnou para vir a este mundo e morrer pela remissão dos nossos pecados, é tão pequenino e indefeso que ninguém se lembraria de o ligar aos acontecimentos de Jerusalém, 33 anos depois, que acabaram com ele pregado na cruz, entre dois ladrões. Tal e qual como bacalhau, nascido e criado nos mares frios do Atlântico Norte que acabará, destino cruel, na mesa de qualquer português que morre de amores por lhe ferrar o dente. Jesus e o bacalhau, ambos condenados à morte, desde o dia em que nasceram, por causa dos nossos pecados.


E Belém, estarão vocês a perguntar, quando aparece Belém nesta história? Bem, Belém há dois, um que é na Palestina e os portugueses (quase todos) só conhecem de ouvir falar e há um outro, em Lisboa, onde se ergue o Estádio do Restelo, lugar onde Jesus (não o menino, mas o outro) começou, esta semana, a sua caminhada até ao Calvário. Ele não sabe, mas todos estes acontecimentos estão ligados e são sinais para quem os sabe interpretar. Antes de morrer ele vai cair três vezes e a primeira queda foi no jogo contra o Benfica. A segunda esteve quase a acontecer, anteontem, mas não deve demorar a acontecer e a terceira e mais dolorosa vai ser no fim desta época, depois de ter prometido tudo e ter falhado rotundamente, quando lhe apontarem a porta de saída de Alvalade.
O Bacalhau papamos-lo hoje e o Jesus pode esperar até à Páscoa, altura da sua cruxificação e morte.
Bom Natal para todos, divirtam-se e não pensem em coisas tristes!

4 comentários:

  1. Começaste com Jesus de Belém,
    terminaste com Jesus treinador
    não lhe desejes má sorte porém
    sempre bem escreves sim senhor!

    Boa ceia em famália
    sem dores no esqueleto
    para que haja alegria
    que o seja a teu jeito!

    Um abraço para ti amigo Carlos.

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  2. Com todas estas ligações da tua história, inteligentemente pensada, só me leva a crer uma coisa: Em tua casa todos os preparativos para a noite de Natal é com a família, na minha casa não tenho meia hora de descanso, preparar as abóboras meninas para os doces é comigo, preparar o cabrito para amanhã é comigo, uma hora a descascaralhos é comigo, tomar conta da neta é comigo, quando logo me sentar à mesa já o bacalhau não sabe bem de cansaço! Tenho que ir levar o lixo, já me estão a chamar! Uma grande e boa noite para ti e tua família, em 2017 voltamos-nos a encontrar.

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  3. Bolas, o Querido não dá para tanta coisa ... ! Pela minha parte, vou-me esquivando ao que posso, embora não me livre de censuras, mas, prefiro folgar a costa do que rebentar em consequência da carga . Bom, provavelmente, o ter-se qualidade e capacidade para resolver tais problemas é no que dá . O importante, sem dúvida, é a boa vontade e gosto pelo que se faz . Assim, o Querido vai aguentar ... . Finalmente, desejo a todos um Óptimo jantar e que a Quadra Festiva decorra pelo melhor . Um abraço .

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  4. Uma história muito bem pensada para a data que se comemora.
    Gostei particularmente do terceiro e último capítulo, sobre o Jesus, "não o menino" que se as tuas previsões se confirmarem, vai passar um doloroso calvário. Faço votos que assim seja.
    Boas Festas de Natal e Feliz Ano 2017-
    Um abraço.

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