quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Palavras leva-as o vento!



Os 28 quilómetros entre Pocinho e Barca d’Alva, encerrados desde 1988 na Linha do Douro, vão ser recuperados e reactivados. O anúncio foi feito pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, no decorrer das comemorações dos 20 anos do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial da UNESCO, em Lamego.

"Vamos fazer a linha do Douro. É um desígnio deste território. Mal andariam os governos que não apoiassem o projecto", declarou Ana Abrunhosa, citada pela TSF. A recuperação e reabertura do troço da Linha do Douro desde o Pocinho até à fronteira com Espanha tem sido reivindicada há décadas por autarcas e outras entidades. Em Março, colheu a unanimidade dos partidos políticos na Assembleia da República, que aprovaram uma resolução a dar sequência a uma petição da Liga dos Amigos do Douro Património Mundial, defendendo que a linha deve ser completamente modernizada entre Ermesinde e Pocinho e totalmente recuperada até Barca d'Alva.



Essa notícia que acabaram de ler é de Novembro do ano passado. Quase um ano depois e das tantas broncas dadas pelo ministro responsável por esta área, não se conhece qualquer avanço nesta obra que o nosso interior norte veria com bons olhos. Ir até Barca D'Alba de carro é quase tão difícil como atravessar a américa do norte, do Atlântico ao Pacífico.



Até do ponto de vista dos espanhóis seria uma boa solução, pois eles sentem-se tão isolados como nós. Este edifício que vêem na imagem era a estação internacional de Barca D'Alba, abandonada e a degradar-se rapidamente, desde 1988. Seria muito bom vê-la a fervilhar de gente em movimento entre os dois países ibéricos.



Uma das cidades portuguesas mais inacessíveis, pela falta do comboio, é Freixo de Espada à Cinta ou, simplesmente, FREIXO, como se diz lá na região. É preciso andar muitos quilómetros e por maus caminhos para lá chegar. De comboio é um instantinho e uma viagem agradável pelas margens do rio Douro.




Só lá estive uma vez na vida, embora tenha passado na EN18 que passa por ali abaixo, desde Macedo de Cavaleiros até Celorico da Beira várias dezenas de vezes, mas falta uma estrada decente que a ligue a Barca D'Alba. Aquela cidade nasceu por causa do comboio e sem ele não tem razão de existir.
Será que vamos ver isso a mudar nos próximos anos? Na luta contra os automóveis e grandes camiões nas nossas estradas, isso esteve no programa do governo, mas parece ter sido já esquecido. E eu gostaria muito de voltar a ouvir falar no assunto.
Vamos (todos) andar de comboio?

2 comentários:

  1. Bom dia amigo
    Sem querer ser antipático com tudo isto e com os políticos , talvez volte a ouvir falar neste assunto nas próximas eleições .
    A linha do Vouga aconteceu o mesmo e está reduzida a menos de metade .

    JR

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  2. Como dizia o outro Promessas!
    E bem que merecia ser reativada que a zona é maravilhosa.
    Abraço e saúde

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