Beja é um distrito grande, o maior de Portugal. Mas apenas em área, pois a população é pouco significativa. Há concelhos com menos de 10 habitantes por Km2.
Ontem, enquanto assistia a um programa de televisão qualquer (às vezes tenho a TV ligada, mas nem oiço nem vejo o que lá passa) vi que previam chuva para hoje. E disse para mim mesmo e para os meus botões, isso é que é bom, no Alentejo é que ela faz falta. A esta hora, talvez corra já água sob a ponte de Cuba que atravessa a ribeira de Odivelas. Bem falta fazia, mas tem que chover muito, porque umas simples pinguinhas não acabam com a seca severa que afecta o distrito de Beja.
E os meus pensamentos voaram para fora da minha cabeça e estenderam-se pelas planícies alentejanas a perder de vista. Vi-me a atravessar essa ponte, admirar os extensos olivais que aí se têm plantado e chegar a Cuba. Não a de Havana, mas a nossa que tem para nós outro significado.
Na minha passagem pelos fuzileiros e pela guerra de África fiz muitos amigos alentejanos, alguns dos quais ainda conservo. Alguns moram tão longe que se torna impossível encontrá-los, outros já partiram para a última viagem e a esses nunca mais verei. Por vezes esqueço-me que Sines, Odemira ou Milfontes também pertencem ao Alentejo por estarem encostadas ao Oceano Atlântico, Para mim, Alentejo é interior com searas a ondular ao vento e oliveiras ou chaparros no horizonte.
E depois há o Eduardo, meu compincha da guerra colonial por terras do Niassa, a quem dedico esta publicação, também ele nascido no distrito de Beja.
Obrigado por me dedicares essa bela publicação. Nem todos os portugueses sabem como tu sabes, que a capital do Baixo Alentejo é Beja. Há dias ouvi o locutor de uma estação de rádio dizer, Évora cidade capital do Alentejo. Então! Será que ele desconhece que o Alentejo, tem três capitais, Beja Baixo Alentejo, Évora capital do Alto Alentejo Sul e Portalegre capital do Alto Alentejo Norte. Falando do Baixo Alentejo porque foi lá que eu nasci. Nos anos 40 e 50 do século passado chovia mais e até no dia 2 de Fevereiro de 1954, dia de Nossa Senhora das Candeias, nevou no Alentejo. Abandonado nesse tempo pelo poder político, mas não abandonado por São Pedro como está sendo agora!
ResponderEliminarDizem que em Cuba, Baixo Alentejo, quando lá passou o comboio pela primeira vez, era a vapor. Quando parou na estação a máquina estava molhada. Os cubenses, coitadinha dela, vamos lá tapá-la com mantas que é para ela não se constipar!!!
Se por lá chover como aqui na minha zona, foi mesmo só umas pinguinhas.
ResponderEliminarAbraço e bom fim de semana