domingo, 16 de outubro de 2016

O Jogo do Rapa!


Em semana de entrega do «Orçamento de Estado» para discussão na Assembleia da República, o que seria de mim se não ventilasse aqui o assunto. Como votei para o «nosso grande amigo» Passos Coelho perdesse as eleições, sinto-me na obrigação de apoiar o António Costa e os seus agregados no governo. Não quer isto dizer que perfilhe todas as ideias que vão naquela cabecinha, mas para algum lado tenho que cair, não é verdade?
Um dos comentadores da nossa praça chamou ao OE o jogo do rapa. E eu achei-lhe piada e resolvi pegar na deixa. E como temos no Parlamento quatro grupos principais de deputados, eu decidi atribuir a cada um deles uma das letras do jogo e a partir daí fazer a minha crítica.
Para o Jerónimo de Sousa calhou o (R) e parece que estou a ouvi-lo:
- Rapa tudo o que puderes a esses cabrões dos banqueiros, latifundiários, monopolistas que vivem à custa do suor da classe operária. Usam de todas as influências possíveis e imaginárias para não pagar impostos e põem os lucros nas offshores para ninguém saber quanto têm. Basta de chular os trabalhadores, agora é a vez de eles pagarem.
À Catarina Martins calhou o (T) e ela, um pouco mais modernaça e comedida que o seu amigo da esquerdas mais radicais, fala assim:
- É altura de tirar um pouco àqueles que mais têm. Aqueles que mesmo em tempo de crise continuam a amealhar riqueza têm que ser chamados a pagar um aumento, por pequeno que seja, aos que recebem uma reforma de miséria. Não se pode permitir que uns esbanjem dinheiro em carros de luxo, em férias no estrangeiro e roupas com griffe, enquanto milhões de portugueses não têm o necessário para matar a fome e pagar os medicamentos de que precisam. Tirem-lhes um pouco que ainda ficarão com o suficiente para viver à grande.
Ao nosso Primeiro Ministro e líder dos socialistas calhou o (D) e a sua música, talvez um pouco a contragosto, terá que soar mais ou menos assim:
- Deixa tudo como está que no meio da crise que se vive na Europa não vejo maneira de fazer milagres. Para enganar o Zé Povinho, coisa que não é nada difícil, damos-lhe uns euritos com a mão direita e enquanto eles festejam a sorte que tiveram tiramos-lhos com a esquerda, a ver se no fim as contas dão certas e os gajos de Bruxelas nos largam a braguilha.
Por último ficou o (P) para o Pedro (até parece que foi de propósito) que é um adepto ferrenho do põe. As receitas não chegam para cobrir as despesas? Põe aqui mais um impostozito para compor as contas. E põe ali mais uma vírgula naquele contrato das PPP's para fazer o jeito àquele amigo que telefonou ontem a dizer que aquela merda só lhe traz prejuízo e que ninguém sabe como está arrependido de se ter metido neste negócio com o Estado Português. E põe mais 3 ou 4 por cento nessa contribuição extraordinária para ver se conseguimos travar a escalada da dívida pública. É preciso pôr o povo a pagar pelos luxos a que se habituou no tempo dos outros governos.
Nesta manhã de domingo, de um dia de outono que mais parece inverno, foi o melhor que pude arranjar para vos dar os bons dias.
Gozem muito!

7 comentários:

  1. Li que o tabaco irá ser aumentado 1 centimo (?!)... quando se vive num país onde um maço custa uns 27 euros, esta notícia dá para rir, e não só eu... A Tabaqueira Nacional deve estar neste momento às gargalhadas.

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  2. Mas tu tens cada alembradura, que nem pela cabeça de um alentejano passava, mas esse jogo já eu jogava com 5 anos de idade, todos os jogos mudaram mas o nosso Parlamento continua a utilizá-lo como se começasse ontem e assim dá guerra no final, porque uns vão rapando e outros vão deixando.

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  3. Aqui no jogo do Rapa. R T P D, está tudo bem explicado por tintim! E eu sem mais comentários respondo assim. Como o tabaco faz mal à saúde, concordo com imposto. Dum saco vazio nada de nada se consegue tirar, portanto, só dum saco cheio é que se pode tirar alguma coisa. Quanto ao aumento das pensões, 20€ até 500€ e 10€ até 1000€. Quem pouco tem mais precisa, quem muito tem menos precisa. A riqueza proveniente do trabalho, deveria ser socialmente distribuída pela classe trabalhadora e não pelo classe privilegiada, que vive bem à canta de quem trabalha. Se não fizer trafulhices, não tenho duvidas de que ninguém consegue enriquecer!

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  4. À Margarida Martins calhou o (T), Quem é? E o que faz essa Margarida Martins?

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    1. Troquei o nome à esganiçada do Bloco! Ainda bem que me avisaste e já fui lá corrigir o erro.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Eu topei! Se calhar estavas a pensar nalguma namorada que tiveste de nome Margarida?

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