sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

De volta à Ucrânia!

 Não tenho falado muito deste assunto, porque as informações, venham elas de onde vierem, são um turbilhão de ... aldrabices! Dizem uma coisa hoje, outra amanhã e no dia seguinte tudo mudou de novo. Desinformação também é uma arma, mas não vejo em que isso possa ajudar-nos, a nós europeus, a resolver o problema que representa o avanço dos russos em direcção ao ocidente.

Segundo as notícias, lidas e ouvidas ontem, o presidente Zelensky pegou no plano de 28 pontos (de Putin e Trump) e esquecendo um outro que tinha apenas 19 pontos (desconheço o autor) transformou-o num novo acordo de 20 pontos e remeteu-o a Trump para análise. Aqui a palavra análise é um sofisma, pois a ideia é que o Trump convença o russo a aceitar este acordo como bom.

Não lhe conheço os detalhes, mas por alguns comentários que ouvi, depreendo que o plano consiste em congelar as posições actuais dos dois exércitos em confronto e resolver o problema pela via diplomática num futuro próximo. Ambos os mandantes, russo e ucraniano, terão que recuar um pouco nas suas pretensões cabendo a pior parte à Ucrânia, como já todos percebemos.

Haverá lugar a eleições na Ucrânia, mas não se sabe se Zelensky será candidato ou não. Só abdicando desse direito o processo poderá avançar, pois o ditador russo não lhe reconhece o direito de se candidatar e isso pode impactar, negativamente, as restantes negociações. E haverá também lugar a referendos nas regiões que Putin reclama como russas. E quem poderá garantir que essa consulta popular se realizará sem a influência (pressão) russa?

A "geopolítica" (esta palavra entrou na moda e agora tudo é geopolítica e todos os comentadores que dão ao badalo, em todos os canais televisivos, são especialistas nessa ciência) parece obrigar os EUA e o presidente Trump a fazer da Rússia um amigo para equilibrar  as coisas com a China. Confesso que não entendo essa visão das coisas. Pela ideologia esses dois países seguirão sempre juntos, do mesmo modo que os EUA serão sempre um inimigo comum.

E segundo essa lógica que eu acredito acabará por prevalecer, o presidente Trumpo acabará por dar com os burros na água. Se não for antes será com o fim do seu mandato, altura em que os americanos lhe cobrarão tudo aquilo que fez de mau para o seu país. Ele está convencido e farta-se de o afirmar, a América nunca esteve tão bem como agora, desde que ele tomou as rédeas do poder. Mas há muitos que não pensam assim.

Retomando o fio dos meus pensamentos, o Trump quer fomentar os seus negócios naquela parte do mundo, seja em nome da América ou em nome próprio, pois ele não perde uma boa oportunidade de negócio. E ele não sente qualquer remorso em pôr-se ao lado de Putin e contra os parceiros europeus para conseguir os seus intentos. Aliás, isso é um primeiro passo para, mais tarde, se virar contra a Dinamarca (país da UE) por causa da Gronelândia.

Isso fará com que as regiões ucranianas da Crimeia, Donetzk e Luhansk se considerem perdidas. O recuo nas de Zaporizia e Kerson será mais quilómetro para cá ou para lá conforme os dois (Trump e Putin) considerem mais favorável. E até a fronteira norte, na zona de Karkiv, poderá estar em questão, penso eu.

No caso de este plano ir avante, tudo depende de quem se aventurar a ser candidato à presidência da Ucrânia. Se for um russófono e russófilo tudo estará resolvido, pois é isso que Putin quer. Pelo contrário, se for algum seguidor de Zelensky, estará o caldo entornado. Para o povo da Ucrânia será sempre mau, pois ficará debaixo da pata russa, no primeiro caso, ou terá que continuar a guerra, no segundo caso.

Fico â espera da resposta de Trump e muito curioso pela posição assumida pelos 3 líderes europeus, francês, inglês e alemão, os quais se puseram do lado de Zelenzky nesta peleja transatlântica. Será que eles, finalmente, decidiram assumir a sua posição de líderes dominantes dentro da União Europeia?

 

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