À pala da guerra entre judeus e persas aparecem na TV uns gajos que se dizem historiadores. Até o Rui do partido livre se diz historiador também! O que posso ou devo fazer para me considerarem também um desses "historiadores"?
Estudar a História? Já estudei!
Interpretar a História? Isso é fácil, cada um pode dar a sua opinião e todos podem concordar ou discordar do opinador!
Escrever um livro sobre um qualquer facto histórico? Isso já foi feito até à exaustão!
Talvez inventar uma história sobre qualquer facto histórico mal explicado tenha mais valor. Por exemplo, o que motivou a ida de Egas Moniz ao Reino de Leão com uma corda ao pescoço.
Durante o cerco de Afonso VII a Guimarães, então sede política do condado, o Imperador teria exigido um juramento de vassalagem a seu primo Afonso Henriques; Egas Moniz dirigiu-se ao imperador, comunicando-lhe que o primo aceitava a submissão. Contudo, depois de deslocar a sua capital para Coimbra (1131), Afonso Henriques sente-se com força para destruir os laços que o ligavam a Afonso VII; faz-lhe guerra e invade a Galiza. Como Afonso Henriques não cumpriu o acordado por seu Aio, Egas Moniz, ao saber do sucedido, ter-se-ia deslocado a Toledo, a capital imperial, acompanhado da mulher e dos filhos, todos descalços, vestidos de branco e com um baraço ao pescoço. Apresentando-se assim ao Imperador, deixou-o dispor da sua vida e da dos seus, como penhor pela manutenção do juramento de fidelidade prometida por ele mas não cumprida pelo pupilo. Diz-se que o imperador, comovido com tanta honra, o perdoou e mandou-o em paz de volta a Portugal. Esta parte da vida de Egas Moniz é recontada por Camões no Canto III dos Lusíadas (estrofes 35-40).
Ou defender a tese de que o Afonso que se tornou primeiro rei de Portugal não é filho do Conde D. Henrique de Borgonha, mas antes de um amante que a sua mãe tinha ali para os lados de Viseu. E como Egas Moniz era um verdadeiro senhor feudal, nessa altura, há quem afirme até que o tal amante não era outro senão ele.
A minha bisavó materna foi mãe solteira aos 28 anos. Antes do parto, refugiou-se em casa de familiares que viviam numa freguesia vizinha. E lá ficou a viver até o filho completar 10 anos de idade, quando conheceu um viúvo muito mais velho que ela com quem se casou. Uns meses depois nasceu a minha avó materna, na terra do viúvo que morava perto de uma mina de ouro romana abandonada, há séculos. As chuvas e as linhas de água cumpriram o seu papel e alguns anos depois de abandonada a mina encheu-se de água, dando origem à Lenda da Lagoa Negra.
Não tanto da Lagoa nem da sua lenda, mas sim da minha avó e bisavó eu escrevi a história, copiando tudo aquilo que se conhece e inventando tudo o que nunca chegou a ser conhecido de ninguém. Se isso é ser historiador, então também eu sou. Os factos históricos devem ser comprovados pelos estudiosos que se dedicam a desbulhar esses imbróglios. No caso das minhas antepassadas, acima referidas, não há prova escrita ou falada que possa ser apresentada e os mortos não falam!
Na aldeia onde nasci há um lugar conhecido como «Lugar da Mulher Morta». Como ninguém sabe a origem do nome, deu-me para inventar e publicar num dos meus blogs a «Lenda da Mulher Morta». Anos mais tarde, vi, publicado no site da Câmara Municipal do meu concelho, essa lenda, mas sem me darem o crédito pelo esforço criativo que "euzinho" fiz para a escrever.
Ainda poderia também citar a «Lenda da Oliveira» que justifica esse apelido dado à minha avó paterna, sendo ela filha de uma mãe solteira que veio da Roda de Guimarães e mais nomes não tinha, além de Augusta Maria que lhe puseram ao baptizá-la. Mas essa história só a mim diz respeito e não haverá no mundo quem tenha interesse em comprová-la ou desmenti-la.
Assim posso ser considerado historiador ou não?
Bom dia
ResponderEliminarPode com certeza se candidatar a um canal qualquer que tem lugar garantido.
JR