A política tuga é cheia de surpresas. Ainda mal habituados a ver o Chega lá em cima e o PS cá em baixo, eis que somos assombrados pela demissão do Rui Rocha da IL. O rapaz até nem se tinha saído mal nas eleições, acrescentou um deputado aos que já compunham o seu grupo parlamentar, mas tinha-se encostado demais ao Montenegro oferecendo-lhe o seu braço para o fortalecer contra o PS. Como o resultado da AD foi além do esperado e a ajuda da IL não servia de grande coisa, Montenegro virou-lhe as costas.
O Rui sentiu-se ofendido com isso, talvez tivesse sonhado com um ministeriozito, por pequeno que fosse, sentindo-se defraudado nas suas expectativas. E decidiu abandonar a liderança do partido para não ter que se cruzar com o "traidor" a cada passo. Assim, regressará ao seu lugar no Parlamento e outro, ainda não se sabe quem que toque o partido para a frente.
Abro aqui um parêntesis para recordar um episódio que as últimas palavras do parágrafo anterior me fizeram lembrar. Era frequente porem-me um rebanho de ovelhas (e uma cabra) à frente e dizerem: - vai, toca as ovelhas para os codessos da fonte. As ovelhas soltas num caminho da aldeia queriam era abocanhar cada pedaço de erva que estivesse ao seu alcance e andar para a frente nada, era preciso tocá-las mesmo. Um chibata agitada no ar, por cima das suas orelhas, fazia-as correr a caminho do destino.
O Liberalismo, em Portugal, ainda é uma utopia e não vai ser com uma chibata na mão que o líder do partido, seja ele quem for, conseguirá levar a água ao seu moinho. Ainda para mais com a actual constituição do Parlamento, com um líder isolado e dois empatas a seguir e todos os partidozitos de esquerda reduzidos à sua mínima expressão, vai ser um marasmo este legislatura.
Custa a aparecerem os outros corredores para acompanhar o almirante e o piqueno Luís na corrida de fundo em direcção ao palácio de Belém. As preferências mostradas, ou adivinhadas, pelo Almirante que deu brado na pandemia, fazem temer uma estrondosa derrota e há quem não se arrisque a correr para ficar em último, pois seria um funeral político.
A CNN decidiu, ontem ao serão, dar palco ao Zé Pinóquio e isso fez-me pensar que talvez haja alguém interessado em empurrá-lo para essa corrida. Eu sei que ele está embrulhado na Operação Marquês, mas cada vez me convenço mais que o seu julgamento não sairá, ou saindo, não dará em nada. E assim sendo, ninguém melhor que ele poderá defender as cores do PS. Parece um contrassenso, mas enquanto ele não for condenado, será um cidadão exemplar como qualquer outro.
Esta semana é dedicada à procura e selecção de possíveis ministros que, de preferência não venham já com processos às costas. Dois ou três dos ministros do último governo foram muito contestados e toda a gente espera que o Montenegro os substitua, mas nunca fiando, pois ele é mais torto que um ramo de sobreiro. Lá para o fim de semana saberemos com que linhas nos vamos coser!
Bom dia
ResponderEliminarE assim se vão dizendo algumas críticas à política portuguesa de uma maneira fácil , com um certo sentido de humor, mas também com muito sentido .
JR
Obrigado amigo!
EliminarEstava a ver que tinha sido abandonado por todos os comentadores do costume!