A promessa de Deus. Abraão era um chefe tribal nascido em Ur (Babilônia, atual Iraque) que, segundo a Bíblia, ouviu da divindade Yahweh que ele deveria rumar a uma terra chamada Canaã. Lá, sua descendência seria "tão numerosa quanto as estrelas do céu"…
Quem estudou o Antigo Testamento sabe que a mulher de Abraão era estéril e só depois de muito velha teria um filho que o Senhor lhe tinha prometido para ser o futuro líder do seu povo. Como era hábito, à época, para ter um herdeiro Abraão juntou-se à sua escrava Hagar e juntos geraram Ismael que, como bom filho da p*** vem infernizando a nossa vida - não tanto a minha, mais a dos judeus - até aos dias de hoje, em pleno século XXI. Quem diria!
O tal filho prometido a Abraão nasceu e recebeu o nome de Isaque de quem nasceu Jacó e depois as 12 tribos de Israel que viveram na Terra Prometida e, sempre sob proteção divina, governaram o Povo de Deus e o trouxeram até à actualidade. Muitos anos depois da formação das tribos de Israel, Deus mandou o seu filho à Terra para emendar os pecados cometidos pelo seu Povo e guiá-los por um novo caminho, o da redenção.
E assim o antigo Povo de Deus se transformou no mundo cristão, seguidores de Cristo, filho de Deus, segundo elemento da Santíssima Trindade. Os judeus são, segundo eles próprios afirmam, os verdadeiros guardiões do Templo de Salomão, da Arca do Triunfo e dos costumes antigos, vindos dos tempos de Moisés. Nós, os não judeus, aceitamos isso sem discutir, pois a nossa religião prega o amor pelo próximo e a paz entre os homens.
Acontece que o outro filho de Abrão, o tal Ismael, também queria a sua parte na herança do seu pai e arrebanhou uma série de seguidores que viria a profetizar a vinda de outro Messias, depois de Jesus Cristo, questionado por eles como sendo o falso Messias, que se concretizou no nascimento de Maomé e no nascimento de uma nova religião, o Islão.
Maomé morreu sem deixar um filho que fosse o seu seguidor e aí começaram as guerras que duram até hoje, patrocinadas por vários ramos do Islamismo. Sunitas e Xiitas são dois desses, Ismaelitas são apenas mais um desses ramos, um sub-grupo dos Xiitas, hoje seguidores do Príncipe Aga Khan (falecido ontem), em Lisboa, 46º líder do povo ismaelita.
Havia, em Lourenço Marques, no tempo em que lá vivi, na Avenida Luciano Cordeiro, um templo deste grupo religioso. Como havia muitos paquistaneses, na capital de Moçambique que eram refugiados de guerra vindos da Índia, por alturas da independência da Inglaterra (finais da década de 50 do século passado), fugindo da perseguição dos hindús, acredito que fossem todos ismaelitas e daí a construção do templo, onde pudessem, livremente, celebrar o seu culto.
Como nos próximos dias se falará muito de Aga Khan, da sua obra, da sua imensa riqueza e das exéquias que se seguirão, achei por bem fazer aqui este apontamento para quem não estiver por dentro destas coisas da religião e da sua origem. O que o Abraão foi fazer ao meter-se com a sua escrava na cama!
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