quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Os mais velhotes!

 Neste Outono, terminado há poucos dias, foram-se mais dois dos velhos camaradas da CF2. Fiz a correspondente publicação no blog reservado aos assuntos da Companhia 2, mas sem a ilustração que +e habitual juntar-lhe. Faço-o agora neste blog, pois é um blog que serve para tudo e é uma espécie de diário, onde vou apontando os bons e maus momentos, os altos e baixos da minha existência. Já não tenho leitores (do lote da CF2) que passem por aqui e digam alguma coisa, mas fico de consciência tranquila por ter cumprido um dever que a mim mesmo impus.


O Gomes era Marinheiro Manobra, em 1962
E desempenhava o cargo de Moço do Paiol


O Lúcio era Marinheiro Artilheiro, em 1962
E era o responsável por todas as armas, excepto a G3
distribuída a cada um de nós

Ambos terminaram a carreira como sargentos, talvez 1º ou Ajudante, pois no quadro de Manobras e Artilheiros as vagas eram muito limitadas. As primeiras Companhias a seguir para África tinham muita dificuldade em arranjar graduados, pois os não havia ainda. O Curso de Conversão veio resolver esse problema, transformando em fuzileiros os candidatos de todo e qualquer quadro. Desde que tivesse aptidão física metiam-lhe uma G3 nas mãos, levavam-nos à carreira de tiro esvaziar um ou dois carregadores e estavam prontos para avançar e comandar os grumetes acabados de formar.

A minha Companhia ainda usou alguns "reconvertidos", mas também levou Manobras, Artilheiros, Telegrafistas, Sinaleiros, Escriturários e Carpinteiros que mantiveram as suas classes originais e depois de cumprida a comissão de serviço regressaram à sua vida normal, embarcados ou em terro, fazendo aquilo para que foram ensinados, nas escolas do Grupo 1. Estes dois camaradas que podem ver nas imagens acima estavam nesse caso.

Lá em cima, para onde vamos terminada a vida na Terra, talvez haja também uma orgânica que atribua a cada um uma classe, um posto e uma responsabilidade, como acontecia na nossa Companhia que foi a primeira a avançar para Moçambique, no Outono de 62.

Que Deus os tenha em bom lugar e que esperem com paciência a minha chegada, pois não estou com muita pressa para embarcar nessa viagem sem retorno!


4 comentários:

  1. Como diz a canção do Espadinha..."Agora é só recordações".
    Felizmente, anda por cá anda a recordar e com uma memória invejável, uma mente fresca e lúcida, de fazer inveja a muita gente jovem.
    A pena, ou tecla, leve, que bem descreve esse tempo dedicado ao serviço da Pátria... Acho isso muito bom. :) Prá frente é que é o caminho.
    Força!
    Boa Entradas no Novo Ano, que seja Feliz e com Saúde.

    ResponderEliminar
  2. O camarada. Eu ainda cá vou andando e consulto regularmente este blogue inteirando-me de tudo o que nos vais publicando. Penitencio-me por não comentar com regularidade, mas tenho um azar do caraças com os comentários que me trazem sempre problemas ao comentar e desaparecem como por magia. Provàvelmente acontecerá o mesmo agora. Um Feliz Novo Ano com saúde.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Como diz a enfermeira depois da pica - vês, não doeu nada! Bom Ano Novo para ti também.

      Eliminar