O regresso do (Jesus) Messias!

Jesus Cristo veio ao mundo para nos salvar do inferno, do diabo, dos falsos profetas e dos adoradores de ídolos. Foi mal amado pelos homens, morto e crucificado e subiu aos céus, depois de 33 anos a tentar cumprir a missão de que fora incumbido pelo Pai do Céu.

A história de Jorge Jesus não tem qualquer semelhança com aquilo que se passou, há mais de dois mil anos, na Palestina. Ele vive da bola, desde que em miúdo começou a correr atrás dela. Jogou, treinou, comeu o pão que o diabo amassou e um dia chegou ao Benfica, o topo da sua carreira, em Portugal. Um dia, cuspiu no prato em que tinha comido, saiu porta fora e foi aliar-se ao arqui-rival da Segunda Circular. Metade dos benfiquistas não o podem ver por causa disso e a outra metade pelas derrotas sofridas, ao longo dos seis anos que esteve na Luz, e pelos muitos troféus perdidos no último minuto, no último fôlego.

Dizem que Jesus Cristo só voltará à Terra no dia do Juízo Final para separar os bons dos maus, dar o merecido prémio aos primeiros e enviar os segundos para as profundezas do inferno. Acho muito bem, quem se portou mal tem que arcar com as consequências dos seus actos e pagar pelo que fez.

Jorge Jesus volta, hoje, ao Benfica e a sua missão é, em certa medida, semelhante à do seu homónimo celestial. Ele tem que fazer alinhar à sua direita aqueles que ainda têm algum préstimo para o futuro do Glorioso e à sua esquerda aqueles que envergonharam as cores da águia e não qualquer serventia. A estes deve apontar a porta de saída e dizer uma palavra apenas, rua!

A segunda passagem pelo Benfica não vai ser nada fácil, rotulado como sportinguista de coração e amigo do peito do presidente do FCP, não precisa de mais nada para que as coisas comecem a correr mal, desde o primeiro dia. Como escrevi acima, os benfiquistas já lhe têm um ódio de morte e só a conquista de títulos - muitos e bons - podem alterar esse sentimento. A sua primeira tarefa para enveredar pelo caminho das vitórias será reformular o plantel e já se adivinha que vai pôr o clube na penúria para o conseguir. Os milhões não são dele e não tem a mínima vergonha em gastá-los. O presidente está de pés e mãos atadas, por causa da reeleição, em Outubro, e vai deixá-lo chafurdar no dinheiro à vontade. Se não for campeão, no fim da próxima época, vai ser um verdadeiro filme de terror. Com os cofres vazios (não há outro "menino de ouro" para trocar por milhões) e sem títulos garantidos ninguém conseguirá calar os descontentes.

E ... não digo mais nada ... para não dar azar!!!