segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Inflação e deflação!

Desde que sou gente, sempre me lembro de todos os bens e serviços, assim como o salários dos trabalhadores, aumentarem a cada ano que passa. Os salários menos que os bens, porque os patrões sempre arranjam maneira de que sobrem uns trocos para o seu lado. Quanto ao resto, desde a gasolina ao tabaco e passando por tudo aquilo que precisamos de comprar, temos que pagar um pouquinho mais a cada ano que passa. A isso chama-se inflação e passou a ser normal nos países mais desenvolvidos. Ao governo e ao Banco Central cabe o papel de a manter sob controlo.
O contrário disto chama-se deflação e eu nunca tive a sorte ou o azar de viver numa situação dessas. Ver os preços daquilo que consumimos a cair é um fenómeno novo em Portugal. À primeira vista parece uma coisa boa, mas na prática pode representar um risco enorme para quem tem dívidas a pagar. Imaginem-se a receber menos 2% de salário ou pelos produtos que põe no mercado, para quem é produtor, e ter que pagar a prestação do carro e da casa pelo preço de sempre. O orçamento familiar ressentir-se-ia de imediato.
Esta foi a notícia que acabo de ler na internet:

Portugal registou uma queda na inflação para -0,3% em julho, uma taxa inferior em 0,7 pontos percentuais (p.p.) face à verificada no mês anterior, de acordo com os dados do Índice de Preços no Consumidor (IPC), confirmados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta segunda-feira.

Isto significa que estamos em deflação, coisa que nunca vi, em Portugal, durante os meus 75 anos de vida. Desde que trabalho, sempre recebi um aumentozinho todos os anos. Por vezes era mesmo "zinho", mas sempre era melhor que nada. Se a situação deflacionária se mantiver, coisa em que eu não acredito, teremos que enfrentar uma pequena redução na reforma. E os comilões do costume não são pecos a cortar, se a deflação for de 1% cortam logo 2% (por mor das dúvidas).
Os economistas consideram que a situação ideal é ter a inflação entre 1 e 3 por cento. Nunca mais que 2, mas do mesmo modo nunca menos que 1, para não correr o risco de, numa situação inesperada, passar para baixo de zero. Espero que o sucessor de Mário Draghi esteja atento a isso e jogue com o preço do dinheiro, a tempo e horas de evitar a degradação da situação. Portugal não serve de exemplo para nada, mas os Estados Unidos e a União Europeia têm um medo de morte da baixa da inflação. Há meses que ouço o Trump gritar com a FED para subir os juros. Antes do fim do ano tem que ouvir-se falar disto na Europa !

2 comentários:

  1. Não me digas de que agora, vem aí a Tróika da deflação, que é para nos lixar a pensão? Há sempre qualquer coisa menos bom, que nos impede de podermos viver mais desafogadamente, até que a negra nos leve com ela para o outro mundo. Seja lá de que maneira for, eu só irei com ela porque não tenho outro remédio. Contra a força não há resistência.

    Continuação de boa semana, que seja com a inflação. A deflação que não pense em nos vir apoquentar.

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  2. Há quem diga que é (?!) prelúdio de estagnação económica.

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