terça-feira, 5 de março de 2019

1ª semana de Março!

Estava aqui a dar corda aos meus neurónios para ver se me vinha algo à ideia de que vos pudesse falar, hoje, sem ser sobre o Carnaval e as curvas das mulatas brasileiras que ocupam os pensamentos de todos os homens (ou quase todos) à face da Terra. Os homens pensam nelas e elas em que pensarão? Não faço a menor ideia e não quero ser indelicado ou parecer machista, por isso ... vamos em frente que atrás vem gente!


A primeira semana de Março de 1962 foi uma espécie de tiro de partida na minha vida pessoal. Além de ter completado 18 anos (nessa altura ainda não se era maior de idade aos 18) no dia 9, foi também o nascimento da minha cunhada mais nova que marcou essa semana. Tinha sido convidado para ser o padrinho, mas o meu alistamento na Marinha fez com que esses planos fossem alterados.
Tinha recebido ordens para me apresentar no Corpo de Marinheiros, no dia 8 de Março, e como a viagem era longa, pus-me a caminho no dia 7, de maneira a estar na Doca da Marinha, às 7 da manhã, conforme ordens recebidas. Portanto às 7 da manhã do dia 8, foi a hora oficial do meu ingresso na Armada Portuguesa. Desde esse dia até 20 de Maio de 1968, andei por conta dela e foi ela que me pagou todas as despesas. Coisas há de que gostei, outras nem tanto, mas a vida continuou até aos dias de hoje e não adianta refilar.
Na sexta-feira dia 9, completei os meus 18 anos, cortaram-me o cabelo à máquina zero, enfiaram-me dentro de uma farda de cotim (cor se alumínio), onde caberiam dois como eu - pesava nessa altura 63 kilos -  e depois do jantar puseram-me a caminho de Vale de Zebro, dentro de um camião de caixa aberta e bancos corridos de madeira, para passar o primeiro fim de semana da minha vida num campo de treino militar.
O sábado, dia 10, aparece na minha Caderneta Militar como o dia em que ingressei na Marinha, quer dizer que os dois dias anteriores não contaram para nada, nem fui civil nem fui militar. Se fosse agora, isso não seria possível, pois o sábado não é dia útil nem podem ser registados nele quaisquer actos oficiais, mas nesse tempo, o sábado era um dia de trabalho igual aos outros.
E, para terminar, recordo ainda que não trabalhei nessa primeira semana de Março do ano de 1962. Tive que despedir-me da empresa têxtil, onde trabalhava, no fim de Fevereiro, por causa da apresentação na Marinha.
E vocês? O que fizeram nessa semana? Têm alguma ideia?
Espremam bem os neurónios a ver o que eles vos revelam!

4 comentários:

  1. Por muito esforço que faça, não vou conseguir lembrar . Tinha apenas cinco anos, mas o amigo tem boa memória.

    JAFR

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  2. Comigo passou-se mais ou menos os mesmos passos, com a exceção de não me pagarem nada nem ter direito a copo-de-leite nem lanche, eram as regalias de ser voluntário aos 18 anos! Eram mais protegidos durante a recruta.

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  3. No dia 5 de Março de 1962, o que fiz nesse dia não me lembro. Mas sei que trabalhava no campo. No Monte do Pego do Alto, rodeado de estevas e chaparros. Lá havia colmeias delas se extraia mel. Também havia gatos, cães, porcos, galinhas, perus, vacas, mulas, éguas e cabras. Burros não tinha. Faltavam quatro dias para completar 20 anos de idade.

    Já foi há tanto tempo,
    o tempo passa a correr
    não sei se valeu a pena
    ter nascido para morrer?

    Bom Carnaval. Um abraço.

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  4. Tomara eu ter uma memória assim… Só me lembro que um ano depois o JFK era assassinado.

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