“O senhor primeiro-ministro tem pêlos no coração. É insensível”. Negrão chegou mesmo a acusar o líder do Executivo de desumanidade, declarações que mereceram resposta da bancada socialista. “Estou a ver que o medicamento em falta é o Xanax [medicamente calmante]”, atirou Carlos César, com um sorriso irónico nos lábios.
Os ditados populares dão-me volta à cabeça. Por vezes nem são ditados, são ditos. Aquele de que me lembrei quando li as palavras que reproduzo acima, esparramadas num jornaleco qualquer, acho que faz parte de uma anedota que rezava mais ou menos assim:
- Mãe, o coração tem pernas?
- Não, filho! Porque perguntas isso?
- Porque há pouco ouvi o papá dizer à Maria: abre as pernas, coração!
Se o puto fosse o Joãozinho, virava-se para nós, piscava um olho e dizia: e a Maria abriu as pernas e tinha pelos que eu vi.
Mas nem era o Joãozinho nem um puto qualquer, foi o líder parlamentar da bancada do PSD que trouxe á baila o coração e os pêlos. Seria possível que ele estivesse a pensar (como eu estou) no coração com pernas da Maria da presente anedota, quando disse aquilo?
Eu já não digo nada, a conversa dos nossos políticos está cada vez mais rasca!
Palavra rasca pronunciada por um jurista. Dirigida ao primeiro-ministro português. Lá na casa da democracia. Bem podia ter utilizado uma outra expressão. Por exemplo, podia ter dito o senhor tem pêlos nas ventas, em vez de ter dito no coração.
ResponderEliminarNeste pais inveja há tanta,
bem como dores de cotovelo
se se reciclasse essa trampa
menos fedorento seria o cheiro!
Haja saúde e coza o forno, Bom fim de semana.
Um abraço.
No âmbito da minha actividade profissional, conheci o Senhor da conversa rasca sobre os pêlos atribuídos ao Primeiro - Ministro . Devo dizer que tenho por ele pouco ou nenhum apreço e, por uma questão de ética, fico-me por aqui . Todos nós estamos fartos de conhecer resultados negativos provenientes da área da justiça e da Politica e, assim sendo, aqui temos um bom retrato dos respectivos actores . Se por ventura tal conversa tivesse surgido de um dos deputados chegados ao Parlamento e sem se saber o que fizeram na vida, como acontece com alguma frequência, ainda se poderia tentar compreender ; agora, dito por um Juiz Desembargador ao Primeiro-Ministro do seu Pais, goste-se ou não dele, é que não se pode admitir e é caso para dizer, que por ali anda muita gente pequena e a viver improdutivamente à conta de todos nós ; mais, retrata bem quem tem contribuido para a justiça que temos e qualidade da nossa Assembleia da República ! Um abraço .
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