Olhem bem para a cara dela.
Esta senhora pode ficar ligada ao maior desastre do Século XXI acontecido no Reino Unido. Começa hoje e termina dia 15, com a decisão final do Parlamento, a discussão sobre o famoso BREXIT, sair ou não sair da UE, eis a questão. A médio prazo, o Reino Unido pode até vir a ganhar terreno à União Europeia - que é o maior imbróglio político, financeiro e jurídico jamais inventado - por ser mais facilmente governável, mas no imediato vão ser prejuízos uns atrás dos outros.
Em primeiro lugar as empresas e os seus activos que serão deslocalizados. Em segundo lugar os empregos que vão á vida. Em terceiro o mercado imobiliário e de aluguer, especialmente de escritórios, que vai ficar reduzido à ínfima espécie, na City de Londres. E depois, o pandemónio que vai ser criado com o estabelecimento de fronteiras aduaneiras torna impossível de prever o caos e os prejuízos que vai causar.
Todos os analistas são peremptórios em afirmar que o Reino Unido vai perder (sofrer) mais que a União Europeia e eu também sou da mesma opinião. Nunca o ditado, "A união faz a força", fez tanto sentido e o inverso ganha uma força a dobrar, "A desunião traz a fraqueza", seja lá em que sentido for que isso seja dito. Como disse, acima, a médio prazo, logo que se ultrapasse a fase de ajustamento, o país pode vir a ganhar em eficácia e auto-controlo, mas até aí vai ser o fim do mundo e, no mundo da política, vão rolar cabeças.
Dificilmente, o nome de Theresa May ficará na História do Reino Unido pelos melhores motivos. A crise desencadeada, a partir de hoje, vai ter custos muito elevados e alguém terá que arcar com a responsabilidade. Outros, antes dela, foram os culpados, mas desde que ela aceitou assumir o papel que eles recusaram - lembram-se de Boris Johnson? - ficará para ela a honra e o mérito, se se sair bem, ou a culpa de tudo e mais alguma coisa se as coisas correrem pelo pior.
Há dois grupos de súbditos de Sua Majestade a Raínha de Inglaterra, os mais jovens e os menos jovens. Aqueles gostariam de continuar na União e usar e abusar de todos os direitos e privilégios dos cidadãos de uma Europa Unida, estes, pelo contrário, são adeptos do "orgulhosamente sós" que querem fazer o que lhes apetece sem prestar contas a ninguém fora das suas fronteiras. Se houvesse mais gente nova no Parlamento, em vez de tanta velharia, o Brexit nunca seria aprovado e ficaria para a História como o último suspiro do agonizante Império Britânico que só já existe na cabeça daqueles velhos camafeus que não deram pela passagem dos anos (e ainda respiram) nas Ilhas Britânicas.