segunda-feira, 30 de maio de 2016

A dança dos nomes!

Ana de Araújo, nascida por volta de 1640, é a minha antepassada mais remota que consegui encontrar. Os registos paroquiais, únicos documentos escritos na Idade Média, só começaram a ser feitos em meados do Século XVII e, por conseguinte, tudo aquilo que aconteceu antes dessa data ficou para sempre perdido nas sombras da História.
A atribuição dos apelidos, no decorrer do Século XVIII, era feita (maioritariamente) por linha materna. Se assim se tivesse mantido até hoje, eu seria um Araújo e não um Silva. Pelos vistos, estava condenado a ser uma espécie botânica, pois tal como as silvas que todos conhecem, também a palavra araújo parece ter origem numa árvore de nome araúja. Imaginem uma grande quinta cheia de araújas (árvores), cujo dono se chamava Rodrigo. Em pouco menos de um fósforo começou a ser conhecido pelo nome de Rodrigo de Araújo.
No caso da minha família, o Araújo durou apenas duas ou três gerações. Depois apareceu um Ferreira que impôs o seu nome à família, mas durou apenas duas gerações, pois um dos seus netos, de quem eu descendo, casou com a Illena de Sousa e foi este apelido que chegou até à minha mãe.
A partir do Século XIX, começou a ser regra os filhos herdarem o apelido do pai e assim me calhou perder o Sousa e passar a ser Silva, como o meu pai e avô. De Ferreira e Araújo nem réstea, ficaram esquecidos lá muito para trás e se não me tivesse dedicado a  estudar estas coisas, nem sequer disso teria tido conhecimento.
  1. A palavra Araújo é oriunda do complexo lingüístico galego-português, formado pelo antigo falar do português do Norte e pelo galego. Também se escreve Araujo e significa "argueiro". Possivelmente Rodrigo Anes de Araújo, senhor do Castelo de Araújo, na Galiza, foi o primeiro a adotar o apelido Araújo; e seu bisneto Pedro Anes de Araújo se passou para o Reino de Portugal, em torno de 1375, tendo sido o primeiro Araújo de Portugal.
  2. Deste Rodrigo Anes descenderam os Araújo de Galiza, onde foram senhores de muitos lugares, Vasco Rodrigues de Araújo e de sua mulher, o qual era neto do primeiro Rodrigo Anes, passaram aPortugal, cujos reis serviram e foram progenitores das famílias destes apelidos existentes no Minho ou desta província derivadas.

6 comentários:

  1. Não tenhas pena de ser Silva,
    das silvas nascem as amoras
    viver no mundo uma bela vida
    imagino que isso tu mais adoras!

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  2. Ora aí está uma coisa que eu gostava de saber, mas a que não si onde procurar.
    A Propósito sabe que tenho um primo chamado Carlos Manuel da Silva?
    Um abraço e uma boa semana

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  3. Um assunto deveras interessante mas que requere muita paciência... Pessoalmente sei apenas que um dos meus apelidos cruzou a fronteira durante a Inquisição.

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  4. Aqui está um rico e interessante entretenimento, mas deixa que te pergunte! Esta maneira de passar o tempo não exige que estejas várias horas sentado? Cuidado, enquanto te puderes mexer mexe-te!
    Até amanhã, uma boa semana a mexer.

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  5. Para todos nasce o sol,
    se cada um é p'ro que nasce,
    mais ranhosa do que um caracol
    a pobreza é um desastre!

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  6. Olá Carlos! Volta outra vez ao "Figueira Minha" e sentirás não só o cheiro a África, mas também o cheiro dos teus vinte anos! Abraço.

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