Há dias, ouvi a presidente da nossa União dizer que eram precisos 135 mil milhões de euros (acho que não estou enganado no número) para defender a Europa. Ontem, ouvi-a dizer que serão precisos 800 mil milhões para armar a Europa e dissuadir a Rússia de nos fazer guerra!
Pensando nessa enormidade de dinheiro e outro tanto que a Rússia terá que gastar também para não se deixar ultrapassar, sou obrigado a dizer que ficaria muito mais barato, usando de diplomacia, fazer uma visita a Moscovo e convencer o Putin que é uma grande asneira continuar por esse caminho. O que nós não conseguiríamos fazer com uma dinheirama dessas, se fosse posta ao serviço do povo europeu, Rússia incluída, para melhorar o que já temos e comprar o que nos falta!
Fabricar balas e canhões pode dar lucro e trabalho a muita gente, mas haverá sempre quem tenha que pagar com a vida os ganhos de outrem. Eu já estou mais para lá do que para cá, mas penso na vida dos filhos e netos que tenho e também alguns bisnetos que poderei vir a ter, os quais poderão vir a constar na lista de vítimas dessas armas que a Srª Von der Leyen pediu aos europeus que comecem (já) a produzir.
Parece que vamos recuar para a Pré-História em que os poderosos impunham a sua lei pela força. Hoje em dia, o poder é dado pelo dinheiro que tudo pode comprar. Um rapaz muito mal educado, mas muito bem sucedido, como o Elon Musk, pode tornar-se dono do mundo, se não houver alguém que apareça e seja capaz de lhe demonstrar que vai pelo caminho errado.
O Trump que assumiu, recentemente, o comando da (ainda) maior economia do mundo, já é um homem muito rico, mas viu na companhia de Musk uma hipótese de multiplicar várias vezes a fortuna que já possui. E isso para ele funciona como uma droga que lhe obscurece a mente e o faz sonhar com impossíveis. Ontem, no seu discurso no Congresso, afirmou que vai espetar a bandeira americana no planeta Marte. And beyond, acrescentou ele, como se já dominasse a tecnologia que vise reduzir a distância entre Marte e o nosso pequeno planeta Terra.
Infelizmente para ele - que também já não vai para novo - a distância entre esses dois planetas mede-se em anos-luz e na meia dúzia de anos que lhe restam não chegaria longe, para mais faltando ainda descobrir um veículo que viaje à velocidade da luz. Melhor pusesse ele os pés em terra e começasse a perceber que enfiou pelo caminho errado, aquele que vai dar a lugar nenhum.
E se, de facto, ele tem alguma possibilidade de se entender com o Putin, aconselhá-lo-ia a assumir a tarefa a que me refiro no segundo parágrafo deste publicação e conseguir que a Rússia assine um pacto de não agressão com a Europa. Tendo em conta aquilo que ambos conseguiriam fazer com a enormidade de dinheiro que se pede seja direccionado para armamento, um e outro arranjariam maneira de ficar a lucrar com o negócio (tenho a certeza).
Fomentar o turismo entre os dois lados da (velha) Cortina de Ferro, construir hotéis e vias de comunicação, mais por terra que pelo ar, levar os turistas de Londres a Vladivostok, com hipótese de fazer uma rápida visita ao país do amigo Kim, seria o sonho realizado de muito boa gente que nunca sonhou conhecer a bela, culta e antiga Rússia dos Czares.
E ainda por cima, deixar de viver com medo de sair das catacumbas do Kremlin e poder viajar por toda a Europa, desfrutando de tudo de bom que ela tem, tanto nas margens do Atlântico, como do Índico, dos mares Mediterrâneo, Báltico ou Cáspio. Visitar a Riviera francesa ou o litoral algarvio, comer do bom e do melhor e até apanhar um pifo com vinho alentejano, em vez da velha vodka que coze o fígado em poucos anos.
Fazer isso tudo e poupar, como diz o amigo Trump, muitos trillions seja na moeda de uns ou dos outros! É louco quem escolhe o caminho da guerra!
Desde o tempo do Calígula que quem perde guerras é sempre o mais decadente. Talvez fosse melhor Bruxelas aconselhar-se com o Bonaparte!
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