quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Agricultura no Minho!


 Nasci no mundo rural do Baixo Minho, aquele que faz fronteira com o distrito do Porto. No tempo dos meus avós que foram também eles lavradores, as culturas principais eram o milho e o vinho. A riqueza das pessoas media-se "carros de pão" e "pipas de vinho". As pessoas da minha idade, mas nem todas, ainda sabem o significado dessas palavras, mas os meus netos arregalariam os olhos de estupefacção se lhes fizesse a pergunta. Para eles, pão é o que se compra na padaria e o vinho em garrafas nos super ou hipermercados.

E lembrei-me disto, porque a seguir ao S. Martinho, em que o vinho já repousa no fresco ambiente das adegas e o milho está guardado a bom recato para não ser atacado pelo gorgulho, os agricultores entravam num tempo mais calmo, sem grandes correrias ou aflições. Depois da ceifa do milho a terra era lavrada e semeada com erva para alimentar o gado e dar origem a feno para guardar para o inverno seguinte. As videiras ficavam à espera da poda e amarração, mas isso fazia-se nas calmas até fim de fevereiro ou meados de março. Ou seja, até chegar à semana santa havia pouco que fazer e descansar bastante para a próxima corrida que começaria daqui a instantes.

E depois de soar o tiro de partida que dependia em larga medida das condições atmosféricas, ninguém mais parava até chegar ao S. Miguel, padroeiro das boas (ou más) colheitas, lá bem no fim de setembro. Era levantar antes de o sol nascer e deitar perto da meia noite. Ia-se para o campo em jejum e por volta das 8 horas aparecia lá uma criada com o açafate cheio do que servia para matar a fome. O que por vezes não era muito, às vezes umas migas de broa de milho com cebola estalada em água a ferver.

A meio da manhã, uma côdea de broa com meia dúzia de azeitonas (se as houvesse) e um copo de água-pé. Um almoço engolido a correr e a merenda, a meio da tarde, que era uma repetição do lanche matutino. À noite, o jantar à volta da lareira e com o corpo já a pedir descanso, mas havia ainda tarefas por fazer. Os animais que ajudavam a puxar os carros e moverem as alfaias agrícolas também precisavam de ser cuidados e alimentados e só depois disso vinha o período de descanso que era sempre mais curto do que o corpo pedia.

Com o passar dos anos os costumes foram mudando, a indústria veio, em larga medida, substituir os trabalhos agrícolas, levaram as pessoas para mais próximo das cidades, ou para dentro delas, e começaram a surgir, aqui e ali, campos abandonados. A partir do fim do século, as indústrias que tinham nascido, depois da II Grande Guerra, e vivido da mão de obra barata, deslocaram-se em direcção aos países do sol nascente, em que a fartura de mão de obra a mantinha em preços acessíveis.

E os envelhecidos agricultores do Baixo Minho foram obrigados, pela segunda vez em poucos anos, a mudar de vida. Voltar ao tempo do pão e do vinho era impossível e optaram, em vez disso, por criar vacas leiteiras - fartam-se, agora, de barafustar, porque o preço do leite não dá para viverem como gostariam - e cultivar frutas e legumes em estufas que cobrem muitos hectares. Semear erva, durante o inverno, e milho para silagem, durante o verão, é tudo o que fazem os lavradores que escolheram as vacas leiteiras em vez da horticultura.

Esse tipo de agricultura ocupa apenas o pai e a mãe, os filhos vão estudar até fazerem 18 anos, idade em que é já impossível ensinar o corpo a "dobrar a espinha". Não me perguntem a mim o que vai fazer essa gente toda, com muitos estudos e pouca vontade de trabalhar, pois não vos sei responder. Os trabalhos agrícolas terão que continuar a ser feitos, sob risco de morrermos todos à fome, mas para isso teremos os tais trabalhadores baratos que vêm dos países do sol nascente, porque lá a vida se lhes tornou impossível.

E a Terra continua a girar à volta do Sol até que o nosso Criador (porque ele existe, não tenham a menor dúvida disso) a mande parar e então, plim, plim, plim, nos transformaremos em poeira a vogar no espaço celeste!





quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Esquerdas e direitas!


O primeiro pensamento que me abalroa (alguns cromos dizem albarroa) é o meu tempo de recruta em que o sargento Bicho se fartava de gritar, esquerda, esquerda, esquerda, direita, op, dois, na tentativa de fazer o pelotão acertar o passo. Alguns tinham dificuldade em o conseguir! Houve até um transmontano que foi colocado na posição de sentido, em frente da formatura, segurando um tijolo na mão esquerda para nunca mais se esquecer qual era a mão que tinha que levantar, quando o pé direito tocava no chão.

Depois vieram as lições em que quem levava o passo trocado dava um saltinho para trocar de pé e continuava a marcha em sintonia com todos os camaradas da Companhia. Ao toque da caixa marchavam 150 homens, fardados de camuflado, a caminho de Moçambique para cumprir a vontade expressa pelo nosso ditador, Salazar.

Isso foi há muito tempo e o Salazar já morreu há 54 anos. Mas para o russo Putin parece que o tempo não passou, ou então passou, mas ele decidiu regressar ao passado e quer toda a gente de passo certo ao toque da sua caixa. Ele diz que é das esquerdas (???) e não quer ninguém a virar à direita que isso é o grande defeito dos estadunidensses.


Mas isso é tudo uma questão de opiniões, pois mais liberdade têm os povos do mundo livre do que aqueles que vivem sob o jugo da Rússia, da China, da Coreia, de Cuba ou da Venezuela. Esses tentam fechar a porta para os seus súbditos não copiarem hábitos alheios, com medo que eles descubram qual é o valor da liberdade.

Aliás, no mundo em que vivemos e com a informação difundida pela internet, do modo que é, actualmente, é quase impossível eles segurarem o "gado na cerca". Qualquer dia deitam a cerca abaixo e desatam a dar gritos de liberdade.

Ameaçar o povo com a bomba atómica ou uma guerra global não me parece a melhor solução, mas eles é que sabem, se o decidirem fazer também eles serão vítimas do seu erro. Como se disse e escreveu, no tempo de Reagan, uma guerra dessas não terá vencidos nem vencedores e, portanto, é melhor ficar quietinho e deixar que a zanga passe.

Uns copitos de vodka talvez ajudem!!!

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Putos da escola!

 


O Putin assinou o decreto que permite o uso alargado das armas nucleares. Acabei de ler isto na SIC-Notícias e voltei atrás para ler de novo, pois me pareceu ter percebido mal.

Ele é que manda, ninguém faz "absolutamente" nada sem autorização dele. Então para que serve o decreto? Ah, já entendi, é para provocar o chefe da Nato, pois ele sabe que do lado de cá as coisas se fazem de maneira diferente e ninguém anda por aí a dizer que vai explodir uma bomba atómica em cima de seja quem for. Quando tiver que ser feito, faz-se e no mais absoluto segredo.

O Putin faz-me lembrar aqueles putos da escola que por serem filhos do Sr. Fulano de tal se achavam no direito de mandar nos outros e autorizar ou proibir aquilo que lhes desse na mona! Assim a modos que aquele puto que trazia a bola para jogarmos e quando as coisas não lhe corriam de feição, pegava nela e ia-se embora deixando-nos a olhar para o boneco.

E depois o chefe da Nato põe-se a dizer coisas como: - o Putin não pode ganhar esta guerra, a Ucrânia tem direitos que ninguém pode esquecer. Gosto mais da conversa do Joseph Borrell que se limita a dizer que a Ucrânia tem direito a disparar os mísseis para onde, como e quando quiser. Não é isso que o Putin faz também? Aliás, ele infringe todas as regras, mas não permite que os ucranianos façam o mesmo!

Fico a pensar que deve haver alguma parte da História que eu não estudei. Onde raios está escrito que a Rússia tem o direito de escravizar os seus vizinhos?

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Eu gostaria de ...!

 ... vos acompanhar, mas os meus planos hoje levam-me para Trás-os-Montes. Que se há-de fazer, amanhã continuaremos e, como diz o ditado, um dia não são dias!

domingo, 17 de novembro de 2024

Deutschland über alles!

 O título desta publicação é parte integrante do hino da Alemanha!

Após o fim da coligação entre o SPD, os Verdes e o FDP, o presidente federal, Frank-Walter Steinmeier, demitiu três dos quatro ministros do FDP do gabinete do chanceler Olaf Scholz (SPD).
Ao mesmo tempo, Jörg Kukies, consultor de política econômica de Scholz, foi nomeado o novo ministro das Finanças. O ministro da Agricultura, Cem Özdemir (Verdes), também assumirá o Ministério da Educação. O ministro dos Transportes, Volker Wissing, é o único político do FDP a permanecer no governo. Ele saiu do FDP. Steinmeier também o nomeou como o novo ministro da Justiça.

Há cerca de 15 dias começou a turbulência na Alemanha, a coligação do semáforo desfez-se e vai ser necessário convocar novas eleições que só acontecerão no Ano Novo de 2025. Quanto mais cedo melhor, dizem os políticos, pois "desgovernados" é que não podemos ficar!

Em um comunicado conjunto à imprensa, o vice-chanceler e ministro da Economia, Robert Habeck, e a ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, lamentaram o término da coligação e o consideraram desnecessário. Ainda que houvesse soluções possíveis, o FDP “não estava preparado” para “seguir por esses caminhos”. Tendo em vista as novas eleições, Habeck disse: “Vimos o que acontece nos EUA quando o ódio e a agitação, quando o populismo e a divisão envenenam a campanha eleitoral e o debate político. A Alemanha pode fazer diferente, e a Alemanha fará melhor."

Entretanto, o demissionário chanceler foi até à Rússia tratar da vidinha que é como quem diz, mostrar serviço, para ver se convence os eleitores a votarem no partido dele, quando chegar a hora. Ele pensa e nisso eu estou de acordo com ele que a Alemanha e a Rússia são os dois países europeus mais prejudicados pela «Guerra da Ucrânia». E pensando bem, podiam juntar esforços e acabar com ela.

Já vamos a caminho de 3 anos de guerra e muitos milhões foram queimados nessa guerra fratricida. A Rússia está pouco menos que falida e a Ucrânia feita num monte de destroços. Vai ser preciso muito dinheiro, milhares de milhões para consertar uma e a outra e quanto mais cedo começarem, melhor será. Muita gente está convencida que foi a vitória de Trump, nos Estados Unidos, que motivou esta viagem de Scholtz a Moscovo e que será ele, como grande chefe da NATO a provocar a mudança que trará com ela a paz, naquele canto do mundo.

A Rússia é o maior país da Europa e segue-se a Alemanha, por conseguinte, tem toda a lógica que sejam os seus líderes a pôr o problema em cima da mesa e tentar resolvê-lo. Com maior ou menor cedência de ambos os contendores a paz é possível e mesmo não sendo a solução que agrada a todas as partes, sempre será melhor que continuar este morticínio. Entre russos e ucranianos já vai para lá de um milhão de mortos e, embora o Putin faça tudo para esconder essa verdade, há-de chegar o dia em que tudo se saberá e, nessa altura, não acredito que a popularidade do líder russo valha um caracol.

É preciso não esquecer que a Alemanha encerrou as suas minas de carvão, por razões ecológicas, e se ligou à Rússia, através do Mar Báltico, para receber o petróleo e gás que precisa para mover a sua indústria e aquecer os seus habitantes. Ora, as sansões impostas à Rússia, pelos países da Nato, obrigaram a encerrar o Nordstream I e II, deixando a Alemanha numa penúria energética. É claro que tudo se resolveu, mas a que custo?

A já anunciada política externa de Trump de não financiar a NATO para forrar as costas aos europeus é um recado claro para acabar com a guerra ou suportar os seus custos. E a União Europeia não está nada, mesmo nadinha, preparada para aguentar esse encargo, Nem o Reino Unido e outros parceiros europeus que têm um medo danado da Rússia e não sabem como resolver o assunto. Mas, pior que isso, faltam-lhe os meios para o fazer. Não há um único país que tenha as contas folgadas para aumentar a sua participação no orçamento da Nato.

Por isso, digo eu, a única solução é convencer o líder da Ucrânia a aceitar a situação como ela está, antes que piore, dando uma hipótese ao Putin de parar a ofensiva sem ficar muito mal na fotografia. E nisso a Alemanha, como maior potência europeia e parceiro da Nato, é o mediador preferencial para tratar do assunto. Ninguém me tira da cabeça que foi isso que o Olaf Scholz foi fazer a Moscovo.

sábado, 16 de novembro de 2024

O «Pombal»!

 Esta semana estive numa reunião de família em que se falou no pombal que o meu pai construiu na casa onde nasci, para criar pombos. Pombos e pombas e pombinhos também. Depois a conversa descambou para o «Zé da Amélia» que era um vizinho nosso e ainda parente afastado da minha mãe. Quem não gostava nada dele era o meu pai que o acusava de lhe roubar as pombas.

O meu pai tinha muitas pombas que faziam criação e poucos pombos, pois estes tinham pouca serventia. A selecção era feita, quando eram ainda borrachos, as fêmeas ficavam, os machos iam para a panela do arroz ou eram vendidos. Uma forma fácil de gerir o negócio.

O Zé da Amélia funcionava de forma diferente, não fazia criação, ou se fazia era por acidente, livrava-se das pombas e ficava com os machos apenas. Ele tinha aprendido que as pombas, na época da postura, seguem o macho e ficam com ele até acabar a postura e criação dos borrachos. Esse pormenor da natureza fazia as pombas do meu pai irem criar os filhos na casa do vizinho que comia os borrachos e mantinha a pomba presa no seu pombal para evitar que ela regressasse a casa.

Isso para o meu pai era um roubo descarado e um dia foi a casa da Tia Amélia e exigiu revistar o pombal para ver se alguma das pombas que lá encontrasse era sua. E vendo que tinha razão forçou o Zé a manter a porta do pombal aberta até todas as pombas saírem para dar uma volta. Com alguma sorte, algumas iriam dormir no seu pombal, assim que o sol se pusesse.

Recordei esta história ao ver uma foto de Beirute, onde uma bomba judia atirou um prédio abaixo, e outra de Valência com pessoas presas nos andares superiores, enquanto as caves e rés-do-chão estavam debaixo de água. As pessoas, hoje, vivem como as pombas do meu pai, encasteladas umas em cima das outras, por falta de espaço.

A casa onde nasci era pequena e quanto mais a família crescia, ao ritmo de um novo filho a cada 20 meses, mais pequena se tornava. Eu dormia com um irmão num pequeno quarto construído na varanda, fora das paredes de granito da casa, propriamente dita, com 2,5 mts de comprimento e 1,5 mts de largura. Por baixo desse quarto era o galinheiro (que tal e qual como o pombal fornecia a cozinha da minha avó Maria) que o meu pai, habilidosamente, dividiu em dois, reservando o rés-de-chão para as galinhas e o 1º andar para as pombas.

Tal e qual como fazem os engenheiros levantando prédios cada vez mais altos, em que vão encastelando as pessoas, como o meu pai fazia com as aves. O céu é o limite, pensam eles, e enquanto as autarquias permitirem subir, eles aproveitam, pois o terreno, onde plantaram a cave e o rés-do-chão, já foi pago.

Um dia pernoitei numa cidadezinha, nos arredores de Manchester, e perguntei a um morador porque é que as casas estavam tão longe umas das outras. Se alguém gritasse por socorro ninguém ouviria, pensei eu. A resposta surpreendeu-me, mas agora entendo-a bem. É para as pessoas terem espaço e não viverem umas em cima das outras, disseram-me. Cada lote de terreno tinha que ter, pelo menos, 50 metros de frente para a rua e, assim, um espaço de +/- 40 metros entre casas.

 Se o Rúben Amorim ler esta minha publicação ainda vai à procura desse local para viver em paz, na terra que escolheu para morar nos próximos anos e que os Red Devils esperam que sejam muitos e com enorme sucesso. De futebol estamos falados, ontem a nossa selecção ganhou por 5 a 1 aos polacos de Lewandovsky & C.ia!!!

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Más notícias para mim!

 A doença da «Língua Azul» está a atacar os rebanhos de ovelhas, lá para o sul. Os borregos morrem às centenas e, por tabela, a carne desse bichinho que só vem a este mundo para saciar a gula de alguns comilões, entre os quais não me incluo, vai aumentar de preço. Como acabei de afirmar, não sou consumidor habitual dessa carne e devia, por conseguinte, ficar a assobiar para o lado.

Mas quem levantou o problema disse logo que a carne de cabrito aumentaria também, pois os consumidores comprariam esta por lhes faltar aquela. Não devia ser assim tão líquido, mas para quem comentou o assunto parece ser. E eu que me lixe, pois uma perna de cabrito é um luxo que, de vez em quando, permito a mim mesmo. E já não está nada barato, pois desde que começou a guerra na Ucrânia aumentou cerca de 20%. Dizem que é por causa das rações que são fabricadas a partir de cereais que vêm daqueles lados.

E se eu lhes disser que o cabrito é muito melhor se nunca comer rações e se alimentar apenas do que encontra na natureza? Ninguém quer saber disso, querem é aproveitar todas as desculpas para facturar mais uns euritos. Se o cabrito não precisa de rações, precisa o pastor e o dono das cabras e a vida está cada vez mais cara. Culpa do turismo, dizem alguns.

E nós que, à falta de indústria, pensávamos ter descoberto no turismo a galinha dos ovos de ouro, ficámos de cara à banda, pois os turistas vêm cá e só nos complicam a vida. Aparecem em todo o lado, ocupam o nosso espaço e, não tarda que tenhamos de mudar de lugar para ter direito a alguma paz e sossego. Viver nas cidades grandes está muito difícil!

Por favor, salvem os borregos para o cabrito não aumentar de preço no meu talho!

Cabras sapadoras que limpam o terreno para prevenir incêndios

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Até parece anedota!

 Mas não é, aconteceu mesmo!


Um camionista tinha parado para almoçar e quando acabou e se dirigiu à viatura para prosseguir a viagem foi abordado por outro homem do mesmo ofício que lhe perguntou:

- Vais para o norte?
- Vou, respondeu o primeiro.
- Podias dar uma boleia a esta catraia que veio cá visitar o pai e agora quer regressar ao Porto.
- Ok, disse ele, sem problema.

Fez sentar a miúda ao seu lado e pôs o motor em marcha, iniciando o regresso a casa, no Minho. De vez em quando, lançava um olhar de soslaio à miúda (que já era bem crescidinha) e, às tantas dispara-lhe uma pergunta:

- Tu ainda és virgem?
- Não, respondeu ela.
- E já fizeste sexo muitas vezes, insistiu ele?
- Já, disse ela com os olhos fixos no alcatrão da estrada que corria ao seu encontro, como se lhe quisesse entrar pelos olhos dentro.
- E também fazias comigo se eu te pedisse?
- Claro, sem problema!

A meio da tarde, uma pausa para descansar um pouco a vista e esticar os músculos das pernas. O parque de descanso, ao lado da estrada, tinha um renque de mimosas que serviram de cortina para quem passava na estrada e escondeu o parzinho que, durante alguns (não muitos) minutos se dedicou a uma série de flexões tratando de apagar o fogo que os consumia. É que para isso não é preciso tirar o curso de bombeiro, embora o camionista fizesse parte da corporação de bombeiros lá da sua terra!

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Sabem que mais!

 Estou de abalada, vou até à Bairrada para comer um bom ... Cozido à Portuguesa!


Quem me convidou é daquela zona e deve estar farto de comer leitão, portanto, vamos no cozido! É um velho camarada fuzileiro que também andou por Moçambique e estava farto de me convidar. Hoje foi o dia escolhido para dizer sim. E lá vou eu que a minha boleia já está à porta.

Uma boa quarta-feira para todos e até breve!!!

domingo, 10 de novembro de 2024

A vida é um jogo!

 


Não tinha a mínima intenção de voltar ao blog, hoje, mas o resultado dos dois grandes jogos desta noite a isso me obrigaram. No caso do Braga-Sporting, eu queria muito que o Sporting perdesse para o Benfica o ter ao seu alcance, quando chegar o dia de se enfrentarem. Por outro lado, gostaria que o Rúben Amorim se despedisse do nosso campeonato em grande e, às tantas, dei por mim a incentivar o Sporting para que recuperasse dos 2 a 0 com que chegou ao intervalo.

E aconteceu, o Sporting teve uma entrada de leão, na segunda parte, e em pouco tempo conseguiu o empate. Mas não parou por aí e no fim registava-se o resultado de 4 a 2 que garante ao Sporting o primeiro lugar e com 5 pontos de avanço sobre o Benfica. Amanhã o Rúben apanha um avião para Manchester e teremos outras hipóteses de ganhar pontos ao Sporting, pois ainda há muito campeonato pela frente.

E quanto ao Benfica-Porto tenho várias coisas a dizer. A vitória folgada que o Benfica conseguiu sobre o Porto era aquilo que me faltava para acreditar que o «reinado da trafulhice» inventado e levado à prática pelo Pinto da Costa chegou ao fim. A saída do presidente, do treinador e dos dois brasileiros insurretos, Pepe e Octávio, abriu o caminho para que o FCP se possa considerar um clube "normal". Para completar o processo só faltava que o Benfica enfrentasse e derrotasse, sem sombra de dúvida e dentro das 4 linhas, o clube que mais títulos ganhou nos últimos 40 anos, embora saibamos que alguns foram ganhos de forma pouco clara.

E aconteceu hoje, véspera de S. Martinho, em que o Benfica ganhou o jogo por 4 golos a 1 e podiam ainda ser mais, pois oportunidades não faltaram e eu sinto que entramos numa nova era do futebol nacional. O Vieira tentou imitar o Pinto da Costa, mas deu-se mal. E ainda bem que isso aconteceu, pois não gostaria que os sucessos que o meu clube possa conseguir ficassem manchados pela sombra da dúvida. Ainda estamos longe de poder garantir que tudo será feito com absoluta lisura, mas estamos muito mais perto do que nunca de o conseguir.

E viva o Benfica que depois de jogar com o Nacional, no mês que vem, ficará em segundo lugar e poderá ir à caça do leão que vai a fugir na nossa frente. Assim espero eu !!! 

Alemanha em crise!

Para ver o video clicar em «Ver no Youtube»!

Por casualidade, eu estava na Alemanha, no dia 9 de Novembro de 1989. Acomodado num bom hotel que se situava ao lado da Catedral de Colónia, vi com o maior espanto o povo a trepar o muro e saltar para o lado de cá (!!!) sem que os soldados comunas os abatessem a tiro, como era costume fazerem.

Comecei a ouvir grande burburinho na rua e indo à janela que dava para o largo da Catedral vi uma grande multidão que saltava, cantava e dançava como se lhe tivesse saído a sorte grande! Parece que foi há séculos, mas passaram apenas 35 anos, pouco mais que uma geração.

A política e os políticos estão de cara à banda, na Alemanha, não sabem se devem festejar o 9 de Novembro, data da libertação da metade oriental do seu país, ou chorar pela situação política que atravessam. O mais certo será irem de novo a eleições, mas tal como foi difícil formar a coligação que agora se desentendeu, difícil vai ser também encontrar outra que dê melhores resultados.

Já se sabia que a herança de Ângela Merkel não iria ser fácil de gerir, mas a situação que se vive no mundo, que não apenas na Alemanha, é mais devida à "Globalização", à ambição de China de suplantar os Estados Unidos e à vontade de Putin de voltar a ter uma mãe Rússia, como era quando ele nasceu. Apenas 50 anos se passaram sobre o fim da "Colonização" e o mundo ainda não aprendeu a viver essa nova realidade. Em especial para a Europa isso foi e ainda continua a ser um parto longo e difícil.

Se o general Custer não tivesse matado tantos índios, no tempo em que a Inglaterra colonizou a América d norte, a coisa seria ainda mais dolorosa, pois teríamos a raça branca expulsa da América e devolvida a uma pobre e envelhecida Europa, onde já não havia onde escavar para encontrar ouro ou outras riquezas. E não teriam sido carregados tantos navios negreiros carregados de escravos para cultivar aquele imenso território que era ainda virgem de tudo.

Os nativos do continente americano são os índios, os colonos brancos pertencem à Europa e os escravos negros à África. Se todos pudessem ser devolvidos às suas origens e os índios, desde a Terra do Fogo até à imensidão gelada do norte do Canadá, comandassem a vida dos verdadeiros donos daquela terra, talvez o mundo fosse melhor. Ou talvez não, ninguém sabe!

 Ainda um dia hei-de descobrir a razão de os países do norte serem mais ricos que os do sul. Será o equador a separar o mundo em duas metades, uma ocupada pelos mais ricos, mais empreendedores, mais trabalhadores e a outra pelos indolentes que preferem dormir a sesta e passar fome em vez de trabalhar e lutar pela sua subsistência?

Outra cogitação que, de vez em quando, me assalta a mente é reconhecer que os países colonizados por ingleses se tornaram ricos, enquanto que os colonizados por portugueses e espanhóis só criaram miséria. Olhando para o continente americano vemos que tudo o que fica a norte do Trópico de Câncer, outrora colonizado pela Inglaterra, é mais rico e evoluído que o lado sul, em que só há miséria fome e droga. Será a herança genética dos latinos a fazer a diferença?

E termino como comecei, a Alemanha, hoje unida e com perto de cem milhões de habitantes é o motor da Europa e se o motor gripa ... a carruagem não anda! Tenho a certeza que não faltarão na Alemanha génios capazes de liderar o seu país, só têm que esquecer a política (que os divide) e pensar na sua «Vaterland» de que fala o seu hino nacional.

sábado, 9 de novembro de 2024

A cada dia um recomeço!

 Ontem, a escrita correu-me mal. Como tinha um encontro de família, por volta das 11 horas, tive que desligar a maquineta e pôr-me a andar.

Hoje, também não vai haver grandes escritos, pois foi o dia que reservei para fazer a minha sementeira de favas - e já vai com uma semana de atraso - e esse plano quero respeitar. Quando chegar o mês de Abril, quero ir à horta e colher umas favinhas boas para fazer uma sopa à minha moda. Ou um guisado de favas com chouriço, mas para isso tenho que mandar vir umas linguíças de Trás-os-Montes que por aqui não encontro nada que preste.

Os assuntos que ficam por tratar são:

A) A situação em Moçambique
B) A eleição de Trump, a reunião em Budapeste e as guerras na Europa
C) A queda do governo alemão que veio na pior altura e vai dar muito que falar

A seu tempo, pegarei nestes temas e direi o que penso a respeito.

Mas, agora, tenho um encontro marcado com a minha enxada!


sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Há dias assim!

 

Dizem que, hoje, ainda vai chover, mas, por enquanto, ainda brilha o sol!

Acabei de escrever a minha publicação de hoje e sem perceber porquê, o cursor deu um salto para o princípio da página e apagou tudo o que eu tinha escrito. Tenho pena, mas não tenho tempo para recomeçar, vou sair de casa, agora mesmo.

Viva Moçambique e abaixo a Frelimo (meu inimigo de sempre)!!!


quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Estou um pouco atrumpalhado!


Nas eleições de 2016 pedi a todos os santos para que Trump ganhasse e fui ouvido. Esta farto das políticas da família democrata e a última coisa que queria ver era a Clinton como presidente. Os 4 anos de Trump foram uma grande trapalhada que acabou com a sua derrota, em 2020 e, ainda por cima, com a invasão do Capitólio, coisa que ficou muito mal num país que diz ser o baluarte da democracia.

Nesta campanha mantive-me neutro, nem republicanos nem democratas, nesta situação muito complicada que o mundo atravessa, com os extremistas da esquerda a ameaçar uma guerra global e os da direita a responder à bomba. No meio disso tudo, a economia mundial a ressentir-se, uma vez que todas as poupanças vão para a Defesa em vez de serem investidas no desenvolvimento e modernização da indústria que garante a maioria dos empregos no mundo.

Talvez ainda mais grave que a guerra política, a que me referi no parágrafo anterior, há também a guerra comercial com as grandes potências mundiais a quererem afirmar a sua posição. Desde o Século XV até ao Século XX, a Europa viveu à custa do Colonialismo, trazendo da África e da América as riquezas que nos faziam falta para continuar a viver a vida a que a Monarquia se habituou.

Algumas das monarquias da Europa já se extinguiram, como a nossa, mas as repúblicas que lhes sucederam não conseguiram (ainda) encontrar o caminho para viver sem as matérias primas e outros bens que recebiam das colónias. Africanos, americanos e asiáticos aprenderam a gerir as suas riquezas e fazem-se pagar bem por elas. O comércio mundial rege-se, hoje, por regras que em nada fazem lembrar os tempos do colonialismo. O ouro, o petróleo, os metais raros e outros bens são cotados nas bolsas mundiais e quem os quer tem que pagar o preço, justo ou especulativo, que os vendedores exigem.

As maiores economias mundiais estão ainda a ajustar-se a esta realidade e os gigantes asiáticos, China e Índia, querem ter uma palavra a dizer nessa matéria. Os Estados Unidos da América estão habituados a ser líderes dos negócios globais, mas vêem, agora, essa posição ameaçada. O recém-eleito presidente Trump diz que sabe como resolver isso e eu cá estou para ver o resultado final dessa guerra. Diz quem sabe que a China, em meia dúzia de anos, ultrapassará tudo e todos, mas isso ainda terá que ser provado.

Ao presidente Trump desejo toda a sorte do mundo, pois a Europa beneficiará se ele for bem sucedido!

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Contra factos não há argumentos!

 É assim que reza um velho ditado que, ontem, provou ser verdadeiro.


No Estádio José Alvalade, em Lisboa, o Pep Guardiola, reconhecido como o melhor e mais bem sucedido treinador de futebol, levou uma lição que nunca mais vai esquecer. O Sporting Clube de Portugal é um clubezeco, quando comparado com o Manchester City treinado pelo Pep. Mas não são as vitórias do passado que contam mais, as do presente é que provam quem vale alguma coisa e quem não vale coisa nenhuma. A era do Pep é passado e ele com tantos títulos no seu palmarés já não tem nada que o incentive a suar a camisola. O Sporting ganhou por 4 bolas a 1 e contra esse facto não há qualquer argumento.


Nos EUA, depois de uma campanha "acesa" todos, ou pelo menos muita gente, vaticinavam que o Trump perderia as eleições. De facto aconteceu o contrário, ele já fez o discurso de vitória e, mesmo que tenha havido alguma trafulhice pelo meio, o resultado estado a estado é demolidor para a candidata dos democratas.

Essa coisa de chamarem republicanos a uns, quando os outros não são monárquicos, ou democratas aos outros, quando na verdade ambos os partidos defendem os valores da democracia, faz-me muita confusão. Mas é assim que é e que eles gostam e quem sou para lhes dizer que estão errados? É mais uma daquelas coisas que se assume como um facto consumado e ... contra factos não há argumentos!

terça-feira, 5 de novembro de 2024

O Troll americano!

 Fui espreitar o que sabe a Wikipédia sobre "trolls", mas não fiquei esclarecido!

Na literatura nórdica, o trol aparece em várias formas, uma das mais recorrentes tem orelhas e narizes enormes. Nesses contos também lhe foram atribuídas várias características, tais como a sua transformação em pedra quando exposto à luz solar, e ainda a sua perda de poder ao ouvir o badalar de sinos de igrejas.

O típico TROLL é a cara chapada do Donald Trump, não há outro como ele (que eu conheça). Estão quase a abrir as urnas de voto, na costa leste dos Estados Unidos. A esta hora, já há homens a barbear-se e mulheres a maquilhar-se para ficarem bem nas fotos e nas câmaras de TV que os vão transportar até aos 4 cantos do mundo (se dizem que ele é redondo, perdoem-me a incongruência).

Vai ser uma paranoia se ele perder, pois já afirmou, para quem o quis ouvir, que não aceita o resultado se isso vier a acontecer. A Kamala ainda tem idade para voltar a concorrer, se não ganhar deste vez, mas ele não, tudo o que se refere à política para ele termina hoje à noite, ou seja, logo que os resultados sejam conhecidos, pois a coisa pode demorar um pouco.

Tirando o tempo dedicado ao Sporting que joga, logo à noite, uma boa parte do seu futuro, vou passar o tempo a saltitar de um canal para o outro, procurando o programa mais apelativo e menos chato, porque isso depende dos meninos e meninas envolvidos na transmissão e alguns deles não têm jeito nenhum, melhor fossem para padeiros (que também trabalham de noite) que a vida de trolha é um pouco mais pesada e obriga-os a saltar cedo da cama.

A China, a Rússia e a Índia, além de outros actores mais humildes, como o Maduro da Venezuela, vão estar tão atentos como eu e muitos deles a rezar que o Troll ganhe, pois com ele esperam encontrar mais buracos na muralha americana por onde consigam ir tratando dos seus interesses. Aquela sua promessa de taxar as importações que ameaçam os empregos dos americanos pode tornar-se um caso sério, até para nós europeus que estamos a viver uma situação aflitiva com a desindustrialização.


Desde o ano 2000 que a palavra de ordem era comprar onde for mais barato, o que levou as nossas indústrias à falência com a transferência das unidades de produção para o Extremo Oriente. Agora é tempo de torcer a orelha pelo erro cometido, mas mesmo com a orelha torcida não vai ser nada fácil reverter a situação. Na minha óptica terá que passar por taxar as importações e ajudar as empresas europeias que queiram investir de novo na indústria, mas é um caminho difícil de trilhar.

Não copiar o exemplo de Trump, radical demais, mas procurar um caminho alternativo que nos ponha no rumo certo. A Alemanha vai despedir 10 mil trabalhadores das fábricas da VW e isso tem que ser tomado como um sinal de alarme para nós que adormecemos à sombra da bananeira e reagimos tarde demais. Atenção, Frau Úrsula von der Leyen, contamos consigo para nos livrar do desastre!

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

O futebol é negócio de muitos milhões!

 Para quem gosta de futebol vem aí uma semana em cheio!

Há Sporting com o campeão inglês, há Benfica com o maior da Alemanha e até a equipa do Cristiano Ronaldo vai jogar na CMtv para dar uma alegria aos seus fãs. Não sei se vai ser alegria ou tristeza, pois se o nosso capitão não ganhar, ficam todos de beiça!

No meu caso, não sei se o Benfica se aguentará com os bávaros, mas eu já estou por tudo. Depois de ver o jogo com os holandeses, uma derrota, e com o Farense, uma vitória muito sofrida, não tenho grandes expectativas para o jogo de quarta-feira. O Harry Potter turco tem alegrado a malta, mas nem sempre está inspirado, no último jogo, contra o Farense, ficou em branco e teve que ser o Grego a resolver as coisas.


No nosso campeonato, o próximo jogo é com o Porto e quem o ganhar fica numa posição de vantagem em relação ao perdedor e se esse papel calhar ao Benfica, fica já toda a época em questão. O Sporting vai, lá na frente, com as velas abertas ao vento, e o Porto a dar tudo por tudo por manter a distância para o primeiro lugar. Portanto ... o Benfica que se cuide!

Rúben Amorim, o treinador do Sporting, está a trabalhar a última semana, em Lisboa. Prometeu preparar a equipa para ganhar ao City e, se o conseguir chegará a Inglaterra, na próxima semana, com uma coroa de louros que nem o César de Roma. Terá ainda o jogo com o Braga que ele também quer ganhar, de modo a deixar a equipa bem lançada para ser, de novo, campeão.

E depois disso, iniciará uma nova carreira, como treinador do segundo maior clube do mundo e com um salário três vezes superior ao que ganha hoje. Se tudo lhe correr bem, coisa que não depende apenas dele, mas também dos seus novos patrões que podem ou não dar-lhe todos os trunfos de que ele precisa para ser bem sucedido, será um senhor em Manchester. Há muitos anos que o United não vê um título de campeão e isso é o que procura resolver com a sua contratação.

Da minha parte, desejo-lhe toda a sorte do mundo e que seja campeão o mais depressa possível. Este ano já é pouco menos que impossível, mas terá tempo de alinhavar bem as coisas, dispensas e contratações de novos jogadores, para que a próxima época comece de forma bem diferente desta e possa sonhar com o sucesso. Ganhando o título de campeão poderá permanecer no cargo por muitos anos! 

sábado, 2 de novembro de 2024

Sem paciência para escrever, dou-vos música!


Admiro o Jorge Palma que foi até ao fundo do buraco e conseguiu sair dele de novo. O meu irmão Jorge seguiu um caminho paralelo, mas ficou por lá, já lá vão 30 anos e uns meses!

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Tempo perdido!

 


Ontem, perdi algum tempo a ouvir os nossos políticos "botando palavra" no Parlamento. Uma coisa que devia ser séria e honesta transformada num acto teatral, parte da tragicomédia que é a nossa vida de cidadãos deste país. País que foi conquistado a Leoneses e depois a mouros a golpes de espada pelo nosso primeiro rei, D. Afonsp I de Portugal. E que alguns séculos depois foi esticado a todos os continentes por navegadores, como Vasco da Gama, Álvares Cabral, Cristóvão Colombo, Fernão de Magalhães e sem esquecer o Zarco que descobriu a Madeira e Porto Santo e que era descendente de outro que foi o primeiro - dizem as más línguas - a chegar à América, quase 100 anos antes do Colombo.

Quando falam dos pobrezinhos e dos reformados, a quem eles querem dar tudo - pelo menos prometer - não se lembram quão caros eles ficam ao erário público. O salário que recebem, mais os subsídios para isto e mais aquilo, somam três vezes o salário médio de qualquer cidadão honesto e trabalhador deste país. Digo honesto e trabalhador, porque há quem ganhe muito mais, mas cujos meios são discutíveis. Gostaria de ver um deles levantar-se e fazer uma proposta ao Parlamento para reduzir em 30% os seus ganhos de modo a permitir um aumentozinho maior aos desgraçados que não ganham o suficiente para:

Pagar a renda de casa
Pagar a água luz e gás
Pagar a conta da farmácia
E contar o que lhe sobrou para comer alguma coisinha

Escrevi isto assim mesmo para ficar em destaque e dar a perceber, a quem o ler, quais são as prioridades do povo sofredor a quem apetecia chegar o fogo a tudo, como foi feito na Amadora, pelos moradores que se sentem marginalizados e por mais que falem ninguém os ouve.

Aquela mocidade que da faculdade passou para o Parlamento e nunca fez nada de útil nesta vida, quer regular a vida dos portugueses, mas tudo o que fazem é defender o partido que lhe garantiu um lugar na lista dos ilegíveis e participar no "bota-abaixo" do partido oponente. Para eles o que conta é manter-se ali e, se possível, garantir já um lugar para o próximo acto eleitoral. É preciso não esquecer que 12 anos de serviço público dão direito à reforma.

Uma reforma que lhes dará direito a não sei quantas vezes aquilo que recebem os "pobres" da Segurança Social com 40, ou mais, anos de descontos.

Ai, o que isto me enerva !!! 

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Outubro, Oitubro ou Oitembro?

Até Agosto os meses têm nomes a que podemos chamar normais, o Calendário Juliano dá umas dicas sobre a sua origem que todo o mundo aceita sem discussões. Mas, despois desses primeiros oito meses, vêm os quatro últimos que, à falta de melhor, começam com os números set(e), oit(o), nov(e) e dez. Isto dá a entender que alguém, num passado remoto, esticou os primeiros seis meses do ano para dar oito. Porquê não sei explicar, mas que foi assim é um facto!

Ao 7, ao 8, ao 9 e ao 10, passando-os do numérico para alfabético, foi apenas acrescentado o sufixo "embro", coisa que os meus fracos conhecimentos de antropologia não conseguem explicar. A vogal final de cada número foi suprimida na aglutinação dos dois componentes da palavra final. E assim temos Setembro, Outubro (não deveria ser Oitembro?), Novembro e Dezembro.

Por essa europa fora, é comum ver o décimo mês do ano começar pelas letras "oct" importado, directamente, da palavra latina "octo", mas nós, os portugueses que gostamos de complicar tudo, tínhamos que trocar o "C" por um "I" em vez de um "U", o que seria mais compreensível. Mas ao formar o nome do mês de Outubro, voltamos atrás, demos o dito por não dito, esquecemos o tal "I" e toca a usar o "U" que soou melhor ao ouvido de quem se encarregou de tal serviço.

Pois que seja outubro, mas eu seria da opinião, se ma tivessem pedido, que o nome correcto seria "oitembro".

Lembrei-me de partilhar convosco estas deambulações históricas, hoje, dia em nos despedimos do referido mês que só voltará ao nosso convívio daqui a 365 dias! 

O calendário que usamos origina-se de Roma. Numa Pompílio, o segundo rei romano, promoveu a reforma do calendário dotando-o de doze meses em lugar dos dez que tinha até então. No princípio, na época em que  usavam dez meses, o ano romano começava em março, mês dedicado ao deus Marte. Originalmente, Marte não era um deus guerreiro e sim relacionado com a agricultura e a fertilidade. Ao coincidir com o início da primavera e sendo Roma, dessa época, uma sociedade de agricultores e pecuaristas, era natural que dedicassem a esse deus o primeiro mês do ano.

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Boa educação!

 


Cheguei aqui tarde demais, outros afazeres me mantiveram por longe, até agora! Mas não quero ser mal educado e voltar a desaparecer sem dizer água vai. Assim, deixo dois apontamentos rápidos e ambos sobre futebol que sei não ser o tópico preferido dos meus poucos leitores.

Primeiro, o Benfica jogou que se desunhou na última partida e ganhou por 5 a 0 devolvendo aos adeptos uma ténue esperança de se manter na luta pelo primeiro lugar.

Segundo, rebentou uma crise no Sporting com a notícia de que o Manchester United, um dos clubes maiores do mundo (os Red Devils), quer levar para Inglaterra o Rúben Amorim, visto que está sem treinador. Os adeptos ficaram em polvorosa e já pedem ao presidente que vá ao Porto buscar o Sérgio Conceição para garantir que a promessa do bicampeonato tem pés para andar.

Eu só rezo para que esse arruaceiro não aceite o convite, pois quero é vê-lo longe de Portugal! Porque não se lembraria o United de convidar esse cromo, em vez do Rúben?

terça-feira, 29 de outubro de 2024

A greve!

 


A greve é um direito de todos os trabalhadores! Verdade indesmentível que devemos (todos) reconhecer e sem margem para dúvidas.

A greve está a ser usada como ferramenta política pelos sindicatos e pelos partidos e isso já é muito discutível. Quem decreta a greve esquece-se de que complica a vida a toda a gente e, muito raramente, colhe frutos dessa opção que fez para reclamar os seus direitos.

Há muitos outros caminhos e meios de obrigar os patrões a cumprir os seus deveres, antes de partir para a greve. E falando de patrões, acho que toda a gente já percebeu que é o patrão "Estado" que está na berlinda, os privados escolhem melhor os seus trabalhadores e resolvem os problemas com eles, antes de chegar à greve (nem sempre, mas quase).

Ontem, foram os «Técnicos superiores de Diagnóstico» que disseram não ao trabalho. E atingiram-me a mim que não tenho nada com isso. Tinha marcada uma pequena cirurgia e por culpa deles fiquei casa, adiando a dita para um dia em que eles se apresentem ao serviço. Se o Montenegro não lhes der o aumento, pode ser que vão para a Inglaterra ou outro lado qualquer, onde ganhem mais, e não voltem ao hospital em que vou fazer a tal cirurgia. Se não forem estes serão outros, eu fico à espera.

Uma semana de preparação, medicamentos engolidos e injectados para preparar o corpinho para fazer a coisa a preceito, e tudo por água abaixo. A quem posso reclamar a despesa feita e o desconforto vivido? Haverá alguém que me devolva isso?

Dentro de duas ou três semanas, terei que recomeçar o processo, haja paciência para tanto!

domingo, 27 de outubro de 2024

Os carecas!

 É dos carecas que elas gostam mais! Coisas que o povo diz e lá saberá porquê.


Um homem sem cabelo fica feio. E se já era feio com cabelo ... fica um desastre completo! E, agora, está na moda não fazer a barba, ou cortá-la com a máquina de cortar cabelo usando um pente 2. Eu também faço isso às vezes e por duas razões. A primeira para dar algum descanso à pele que com a idade está mais fragilizada e a segunda porque as lâminas estão caras pr'a burro!

Mas, voltando aos carecas, deu-me para escrever isto por ter estado a assistir a uma entrevista feita a um tipo que era sardento, arruivado, com pelos na cara e nem um único na cabeça. Um autêntico cabeça de melão, feio como o raio que o parta. Ele que me perdoe, pois não tem culpa de ser feio nem careca. Talvez tenha um cérebro privilegiado, por isso a entrevista, mas não consigo mentir a mim mesmo e se o achei feio tive que desabafar!

Devia se proibido os feios aparecerem em público, manter no recato a sua falta de beleza, mas há gente que sente prazer nisso, causar impacto pelo choque que provocam nas pessoas que os vêem. E as mulheres que começam a mostrar algumas rugas? Algumas, como a Simone de Oliveira, dizem ter orgulho nelas, pois são como um mapa que mostra os anos já vividos, outras, como a Lili Caneças, vão eliminando-as, mal as vêem aparecer no espelho. Não me atrevo a dizer de qual gosto mais!

A beleza tem a ver com a juventude. Não há nenhum bebé que seja feio, nem velho que seja bonito. Felizmente, eu tenho espelhos espalhados por toda a casa e dou-me bem com o velhote que olha para mim do outro lado do espelho!   

sábado, 26 de outubro de 2024

Notícias pessoais!

 Era para não dizer nada, mas como já foi isso que fiz ontem, parece uma falta de respeito para com quem vier aqui espreitar, á espera de encontrar qualquer coisa de interesse.

Assim aproveito para informar que, a exemplo do que se passa com o Henrique, da Nossa Travessa, também estou a preparar-me para uma pequena intervenção cirúrgica que acontecerá na tarde de segunda-feira. Coisa simples, apenas tirar a caixinha do Pacemaker cá para fora para lhe substituir o gerador que está sem carga.

Um simples golpe de bisturi, uns minutos de mecânica apurada e meia dúzia de pontos para fechar a incisão. Por cima um penso, à prova de água, e boa noite e até à próxima!

Só espero que o sindicato dos enfermeiros não convoque nenhuma greva para segunda-feira, pois a preparação que estou a fazer é um pouco chata e não gostaria de ter que repetir tudo!

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Coitado do Benfica!

 Fez-me lembrar aquela fábula do sapo que inchou tanto de basófia que deu um estouro como uma castanha!


Ganhar por 4 a 0 ao Atlético de Madrid convenceu o Benfica que já não havia quem os batesse. A partir dessa vitória, viesse quem viesse morria aos seus pés! Puro engano! Meia dúzia de rapazecos bem treinados por quem percebe da coisa, chegaram à Luz e deram uma lição de futebol ao treinador e aos jogadores do meu clube.

Pobre Benfica que tão enganado andas! Com humildade é que se vai lá. Se meterem na cabeça que são os mais fraquinhos do nosso grupo - e não andam longe disso - cada vitória será um grande feito e digno de uma medalha de mérito. Assim não dá, ao considerar que o adversário era o mais fraquinho do nosso grupo, carregam, agora, a vergonha de terem perdido (e bem) com esse fraquinho! 

Abre os olhos, Benfica!!!

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Pode ser velhice ... ou não!

 


Levanta a cabeça, endireita essa coluna, pareces um velho!

Isto grita-me a minha parceira, da maratona em que participamos, desde 1968, e eu faço-me de surdo e não ligo ao que ela diz.

Mas regresso à minha infância e vejo-me sempre de cabeça baixa, como que envergonhado de ter vindo a este mundo sem pedir licença a ninguém. Se me perguntavam porque andava eu sempre a olhar para o chão, eu respondia: -  é para ver se encontro alguma moeda perdida.

Quando estive no Colégio dos Jesuítas, como aluno interno, havia um padre que me dizia: - deves ter muitos pecados, tantos que não te deixam levantar essa cabeça! E um outro padre que foi, durante algum tempo, o meu director espiritual (alguém sabe o que isso é?), e me dizia: - não te importes com o que ele diz, cada um sabe de si, só Deus sabe de todos!

E depois, durante dezenas de anos, fui obrigado a trabalhar, sentado numa cadeira e com a coluna dobrada a escrever e manusear papéis que me garantiam o salário ao fim do mês. Quando penso nisso, até me admiro de não estar mais "marreco"!

Havia um rapaz, meu vizinho aqui do bairro onde moro, alguns anos mais novo que eu e que já morreu, há séculos. Mergulhou nas drogas, a fundo, e em poucos anos afundou-se mesmo. Pois esse rapaz andava com a coluna tão esticada que parecia ir cair para trás, a qualquer momento. No meio está a virtude - dizia uma velhota que conheci e eu sei bem ao que ela se referia - nem a cair para trás, nem para a frente, bem equilibrado é que é bom.

O equilíbrio é fundamental em tudo na nossa vida - ainda há dias ouvi o Mário Centeno dizer que o segredo é ter contas equilibradas, seja lá isso o que for - nunca exagerar para um lado ou para o outro. Há coisas que nós não conseguimos controlar, mas naquilo que está ao nosso alcance devemos ir com o máximo cuidado para não cair à primeira rajada de vento.

Ontem, ao fim da tarde, saí de casa para ir ao barbeiro. É uma caminhada de menos de 500 metros para cada lado, mas senti-me inseguro e a oscilar de um lado para o outro do passeio. Será dos sapatos que têm uma sola muito maleável, pensei eu. Ou será que o meu sistema nervoso central já foi afectado pela Diabetes que me acompanha, há mais de 20 anos? Na próxima vez que sair de casa levarei a bengala comigo, para me ajudar a caminhar em linha recta.

Uma criança, no segundo ano de vida, começa a caminhar com passinhos inseguros e a cada passo cai e volta a levantar-se. Nada de preocupante, é assim mesmo que as coisas são, os trambolhões servem para aprender a equilibrar-se e cada vez cai menos vezes. Mas com os velhotes é ao contrário, se caem partem-se todos e sem ajuda de outrem têm grande dificuldade em levantar-se. E, conforme a vida vai andando, cada vez caem mais e um dia não serão capazes de se levantar. É o fim da corrida em que o Criador lhes permitiu participar!

terça-feira, 22 de outubro de 2024

A «Cova da Moura»!

 


Não conheço o sítio e parece que não perco nada de especial. Por aquilo que as notícias fazem chegar até mim, aquilo não é uma cova, mas sim um covil de bandidos que não querem saber de respeitar a lei. Há dias, perguntei a um amigo - daqueles da mesa de Café - quem será que mora naquele bairro para dar tantos problemas às nossas autoridade. Pretos e ciganos, respondeu-me ele!

Até parece conversa do André Ventura, mas essa gente, de facto, só nos traz problemas, além do dinheiro que os cofres públicos gastam com eles. Vivem num país bonito e pacífico como o nosso e deviam ficar-nos gratos por isso, mas em vez disso só nos complicam a vida. Ontem, voltou a haver encrenca por lá, um desgraçado, com culpa ou sem ela, morreu com um balázio no peito, disparado por um polícia que garante ter sido ameaçado com uma arma branca.

Eu, por princípio, dou sempre razão aos polícias. Eles são pagos para nos defenderem e têm que ser implacáveis com quem não os respeita. Quando um polícia grita "mãos ao alto" e não é obedecido, tem toda a razão em disparar, eu faria o mesmo. Quem não deve não teme, lá diz o ditado! E quem não acata as ordens de um polícia é porque tem culpas no cartório.

Agora, vão infernizar a vida aos polícias e pode haver mais balas a voar de um lado para o outro. Aliás, os amigos do morto já avisaram que isto não fica por aqui. A rebaldaria que armaram, ontem à noite, vai regressar e multiplicada por dez. Se o cristão (?) que bateu as botas era cigano, vai haver uma mobilização geral, em toda a área metropolitana da capital, e não vão faltar armas de fogo.

Vai ser um filme à moda do velho Oeste americano, a fazer lembrar o O.K. Corral ! 

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Os comunas nunca desistem!

 


As eleições na Moldova, assunto do meu post de ontem, não correram nada bem, como aliás já se esperava. Suspeita-se de interferência da Rússia, ou de alguém com os mesmos interesses. Sobre a questão da adesão à UE, como não era um referendo vinculativo, mas apenas uma auscultação ao eleitorado, não se perdeu nada, mas deu para ficar desiludido.

No que respeita à eleição do PR, vamos ter que esperar mais duas semanas pela segunda volta e só então saberemos se o país terá um governante pró-Bruxelas, ou pró-Moscovo. Tratar da adesão dos dois candidatos, Ucrânia e Moldova, ao mesmo tempo seria o ideal, mas isso também depende de quem ganhar as eleições de 3 de Novembro. Vamos esperar com calma até lá chegarmos.

A Frelimo queria muito ganhar as eleições, em Moçambique, para continuar na desbunda que tem sido a sua governação, desde a independência, em 1974. Na prática ainda ninguém sabe quem ganhou, mas os sinais de fraude são mais que muitos. O assassinato de dois membros do partido de Venâncio Mondlane, na passada sexta feira, são um sinal de que há muita coisa a esconder. Hoje, haverá uma manifestação pública, contra a Frelimo, mas não sei se irá mudar alguma coisa, o povo não tem armas para se levantar contra o governo e se o fizer vai ser uma carnificina. Vou ficar atento!

O mar como válvula de escape ou autoestrada para o grande comércio global. Rússia e China têm várias coisas em comum, desde gostarem das teses políticas de Marx e Lenine, até à falta de mar aberto por onde se possam esticar à vontade. No caso da Rússia só pelo Oceano Glacial Ártico, difícil de navegar no inverno, ou pelo Pacífico Norte, também com as suas limitações. As saídas pelo Mar Negro ou Mar Báltico implicam que os vizinho os deixem passar sem oporem resistência e isso não está garantido.

A China que aspira a um lugar de topo no comércio mundial tem um problema semelhante. A poente é só terra e nem todos os países são, propriamente, amigáveis. A nascente tem o Japão, Taiwan e as Filipinas a barrar-lhe o caminho. Por isso a sua ânsia de recuperar a Ilha Formosa - ou Taiwan em chinês - para fazer dela um entreposto comercial aberto para o Oceano Pacífico e daí para o mundo. Poderiam fazer isso na boa, aceitando a soberania de povos terceiros, mas isso não lhes cabe na cabeça, comunas ferrenhos como eles são, querem ter sempre a última palavra em todos os assuntos.

Cuba e Venezuela são outros pomos da discórdia que demoram a ver a realidade, mas acredito que um dia virá em que o povo fique cheio até deitar por fora e então vai ser o bom e o bonito! A forca é pouco para esses ditadores!

domingo, 20 de outubro de 2024

Cidadãos da UE vs Rússia de Putin!

 


Hoje, dia 20 de Outubro de 2024, há eleições na Moldávia (Moldova) que vive uma situação complicada pela presença dos russos. Com fronteira com a União Europeia (UE), através da Roménia, tem os russos a barrar-lhe o caminho para a Ucrânia, a leste, com a Ucrânia.

A trans-nístria é um enclave russo, onde Moscovo mantém uma força militar, tal como no outro enclave entalado na UE, Kalinegrado, junto ao Mar Báltico. De um lado a Rússia tenta manter o contacto com o Mar Negro, do outro com o Mar Báltico, pois lhe faltam bons acessos ao mar aberto. Quando o mar gela, na zona de Murmansk, os russos só têm acesso a estes dois mares ou na zona de Vladivostok que fica no fim do mundo.

Nas eleições de hoje, há um cromo, amigo do Putin, que vai fazer de tudo, até comprar votos, para eleger alguém que governe o país, seja amigo da Rússia e ponha todos os obstáculos possíveis e imaginários à adesão da Moldávia à União Europeia. Se a Ucrânia aderir e com a Roménia já fazendo parte da União, faz todo o sentido que os moldavos sejam também cidadãos europeus de pleno direito, alargando o "Espaço Schengen" até à fronteira leste da Ucrânia, fique isso onde ficar, depois de terminada a guerra pelo Donbass.

Mas, pensando que podemos ficar com os russos da Trans-Nístria no seio da UE, isso não me cheira nada bem! O Zelensky gastou os últimos dias a tentar convencer os europeus que é preciso fazer uma barragem total a Moscovo e eu lembro que este ponto do país e o acesso ao porto de Odessa que os russos têm feito todos os esforços por conquistar, é o mais importante de toda essa questão. Seja qual for o acordo para o fim do conflito, tem que passar pela saída dos russos daquela zona, entre a Ucrânia e a Moldávia. A não ser assim terão outro problema como aquele que se vive no Donbass, desde 2014.

De certa maneira, joga-se o futuro da UE e do seu bom funcionamento, nas eleições de hoje. Vou acompanhar a coisa com a maior atenção para ver se a democracia impera ou a Rússia nos vai envergonhar a cara mais uma vez!

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

A realeza!

 


Estou a ver a Camila Parker Bowles a descer as escadas do avião de saltos altos! Ai, se ela dá um tambolhão vai ser o bom e o bonito. O marido vai na frente, já não tem idade, nem pachorra, para acudir à mulher se ela escorregar. Chegaram a Sidney para uma visita que se eternizou desde os tempos de Sua Alteza Real a rainha Isabel II. Os reis de Inglaterra sentem-se reis, também, da Austrália, do Canadá e outros lugares, como as Malvinas, onde o povo gostaria de os ver pelas costas.

Como verão os australianos este ligação? Será que ainda pagam algum tributo aos ingleses, em nome dos velhos tempos? Não sei nem me interessa saber, achei piada à Camila a descer as escadas cheia de medo de se espalhar ao comprido e sem haver quem lhe desse uma mãozinha. Mal saiu do avião, abriu o guarda chuva, não fossem as poucas pingas que caíam estragar-lhe o penteado.

Fez-me lembrar das minhas viagens de avião em que eu ia todo aperaltado para visitar as firmas mais ricas de Itália (nem que fosse apenas em títulos) e chegava todo amarrotado. Como só chegava ao Hotel depois de um dia inteiro de trabalho, tinha que me aguentar o melhor que fosse possível.

Mais tarde, quando aprendi como as coisas se faziam, comecei a viajar no último avião do dia, chegava de noite e ia directo para o hotel. E, de manhã, levantava-me fresquinho como uma alface para enfrentar as feras do negócio têxtil. A Camila já entrou nisto, na sua terceira idade, e já não teve tempo de aprender ou de impor as suas regras!

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Foi-se o Ya Ya!

 Israel acabou de comunicar ter abatido 3 "artistas" do Hamas, entre eles o grande chefe!

Hamas leader Yahya Sinwar was killed by Israeli forces in the Gaza Strip on Thursday, Israel Foreign Minister Israel Katz said.

Todas as cadeias de TV internacionais estão a espalhar a notícia. Até a candidata Kamala Harris veio ao microfone confirmar a notícia.

Será que agora vamos ter paz no mundo? Será que os reféns judeus serão libertados? Quem assumirá o lugar do falecido/eliminado? E terá ele ideias mais frescas ou ainda é mais radical que todos os outros? E se por vingança decidem matar os reféns ou parte deles?

Ninguém tem resposta para esta pergunta, mas depois de ouvir o padre/rabi/Etc, que assistiu ao funeral dos últimos combatentes do Hezbolah, duvido que a guerra acabe. Disse ele que aqueles mártires estavam no céu e que tinham lá chegado usando a porta da morte. Se quem o ouviu acreditar naquela parvoíce que só na cabeça dos muçulmanos tem lugar, nunca mais acabará a guerra.

Que Deus nos acuda, digo eu!!!


quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Os alemães!

 Como muita outra gente, através dessa Europa comunitária, os alemães estão à rasca. A sua economia encolhe em vez de crescer, há despedimentos gigantescos na calha e não se avista ainda o almejado fim da crise. Pelo contrário, há quem avente a hipótese de as coisas piorarem ainda mais.

Mas eu gosto deles, são práticos e pragmáticos e arranjam sempre maneira de sair por cima. É claro que posso estar redondamente enganado, pois os alemães que eu conhecia foram os que tinham acabado de sair de uma guerra perdida e estavam prontos para todos os sacrifícios de modo a voltar à superfície e respirar de novo a plenos pulmões. Talvez os adultos de hoje, filhos daqueles que conheci e com quem trabalhei, sejam mais moles e não tenham estofo para aguentar a crise.

Em modo marinheiro, eu diria que temos uma grande tempestade pela proa e ninguém consegue prever como a vamos enfrentar e quem dela sairá incólume. Os países que lideram a Economia e a Banca mundial perfilam-se para não deixar que o adversário os ultrapasse. A China - cuidado com ela - quer ocupar o primeiro lugar do pódio que é dos americanos, há muito tempo. A Índia olha para isso de lado e começou a mexer-se para não ficar abaixo do segundo lugar. A Rússia, pela mão de Putin, tem andado a asenhorar-se de terras que não lhe pertencem, para parecer maior do que é na realidade e não ficar para trás na corrida.

Os Estados Unidos são quem vai na frente da corrida, mas começam a denotar algum cansaço e o valor da sua "monumental" dívida - que se diz por aí que está na mão dos chineses - é como uma grande mochila carregada com areia que o maratonista leva às costas e não aguentará por muito mais tempo nessa situação. Mas dizem também que a dívida tem tantos zeros, à direita, que é impossível escrever esse número. Não há um computador que comporte todos os algarismos nem há, na prática tanto dinheiro no mundo. Ou seja, a dívida não é para pagar, como dizia o nosso craque Zé Pinóquio com nome de filósofo grego, mas os juros sim, pois os credores não perdoam.

Mas, nesta situação, há quem admita que uma guerra em grande escala ajudaria os americanos a sair do buraco, pois com meia dúzia de bombas nucleares, despejadas de um e outro lado do Pacífico, a situação ficaria à mercê de quem sair vivo do conflito. E os americanos andam envolvidos em guerras, desde que eu me lembro de ser gente. Nunca ganharam nenhuma, mas saem sempre a lucrar com o negócio. Não podemos esquecer que a verba mais importante que aparece no seu Orçamento de Estado é a da Indústria de defesa.

Eles ajudaram os franceses e ingleses a derrotar o Hitler, mas saíram da Coreia com o rabo entre as pernas, como também aconteceu no Vietnam e no Afeganistão. Mas as armas continuam a vomitar metralha de uma à outra ponta do Globo Terrestre e os dólares a engrossar as contas bancárias de quem as fabrica. Vejam como até o Kim da Coreia já se meteu nesse negócio!

Mas voltando aos alemães, pois foi sobre eles que decidi escrever hoje, tenho que reconhecer que são gente que eu admiro. Lembro-me de um caso que se passou comigo, quando lá trabalhei, e que vos vou contar para ilustrar o que digo. O meu chefe chamou por mim e disse-me para ir à procura do chaufeur da fábrica, a quem tinha dado instruções para ir carregar um monte de sucata que se encontrava numa propriedade da empresa a alguns kilómetros de distância.

Para garantir que seríamos capazes de cumprir a tarefa, mandou-me ir chamar um rapaz alemão que tinha entrado na nossa fábrica, há pouco tempo, e não tinha ainda um lugar definido, andava a tapar buracos, como se costuma dizer. Chegados lá começamos a transferir do chão para cima do camião algumas das peças mais pesadas, usando um guincho instalado no camião.

A páginas tantas o guincho avariou e por mais tentativas que o camionista fizesse não conseguiu pô-lo a funcionar. Kein problem, diz o rapaz alemão que tinha um físico impressionante, tu pegas desse lado e eu pego deste e metemos essa Scheisse (merd@) toda em cima do camião, em 3 tempos. Isto não vai só com força, é preciso usar o cérebro também. E lá o ensinei como se conseguia deslocar um grande peso sem ser apenas à custa de músculos.

Lembram-se de um cientista, matemático penso eu, que disse: dêem-me uma alavanca e um ponto de apoio e eu desloco o mundo? Pois foi assim que resolvemos o problema e entre os três conseguimos encher o camião e regressar à fábrica a tempo de engolir o almoço na companhia dos colegas de trabalho.

Hoje, estamos a meio da semana, já passaram 3 dias e temos outros 3 para passar. a este dia nós chamamos "quarta-feira" nome que não diz nada a ninguém desde que o César deixou de governar Roma, mas os alemães juntam mitte (meio) e woche (semana) e chamam a este dia Mitwoch (quarta-feira) que, para mim, faz todo o sentido!

Práticos, pragmáticos, directos, são assim os alemães e mesmo proibidos de fabricar ou possuir armas, eles têm mais e melhores armas que os outros países europeus. Até o Zelensky já sabe onde se dirigir, quando precisa de ajuda para travar os russos! 

terça-feira, 15 de outubro de 2024

O caso BES/GES!

 Começa hoje o julgamento. Já cansa a imagem de Salgado a ser rebocado por uma senhora mais nova que ele, não sei se mulher se filha, e apetece-me dizer que aquilo é um filme para impressionar (e justificar) quem administra a Justiça. Aquela figurinha e um atestado médico a dizer que ele está doente apelam à comiseração das gentes e ajudam o advogado a tentar safá-lo da cadeia.

E aqui é que bate o ponto, se fosse um pobre desgraçado já estava atrás das grades, há muito. Custa-me ver que a Justiça (!?!?!?) se deixe enganar desta maneira, quem tem dinheiro para contratar uma cáfila de advogados nunca presta contas pelo que fez. Doze mil milhões de euros a voar das contas do BES, na maioria emigrantes que passaram muito para o poupar, é muito dinheiro, ou seja, o crime é de uma enormidade gritante.

A haver uma revisão da Justiça, eu peço que haja uma sentença provisória para crimes cuja culpa não tem qualquer dúvida, como este, e o sentenciado vá de imediato para a prisão cumprir a pena que a Lei prevê para o caso. Depois disso, os advogados podem brincar aos recursos e atrasar a decisão final quanto queiram, ninguém fica prejudicado e vão ajudando a pagar as despesas do tribunal.

O caso recente do cigano que assassinou 3 pessoas, ao pé da estação de Santa Apolónia, é um desses casos. Há testemunhas do caso, ele próprio já reconheceu o que fez, a pena para esse crime são 25 anos, pildra com ele. O tribunal pode ir analisando o aso nas horas vagas e, desde que termine o processo antes que decorram os 25 anos, e fica todo o mundo feliz.

O advogado do Salgado deve ser bem pago, embora ele diga que está falido e não tem meios financeiros ao dispor - nessa só acredita quem é néscio - para pagar a esta gente, pois estou a vê-lo a dar o braço ao réu, como se fosse um filho a auxiliar o velho pai.

As televisões não largam o caso, num país em que não acontece nada com piada, ver o Salgado a fingir de pobre sem abrigo a caminho do tribunal, é uma espécie de novela da vida real que agrada à turbamulta. A CMtv é o melhor exemplo disso, vive à porta dos hospitais e tribunais, aparece em qualquer canto do país, onde há um incêndio ou acidente de trânsito, não perde uma oportunidade de puxar a lágrima aos mais sensíveis.

Ah, ia-me esquecendo de mencionar que, no passado verão, o pobre Ricardo foi passar umas semanas de férias, na Suíça, ficando instalado num palacete que, pasme-se, está em nome da sua filha, a tal que lhe vai pagando as despesas, pois ele nem dinheiro tem para uma sandes e um copo de cerveja, ou de leite, se ele preferir. Que pena que eu tenho destes pobres!

Cozinheiros, jardineiros, mordomos ou seguranças. São dezenas os empregados que trabalham na mansão onde Ricardo Salgado está a passar um mês de férias, em Aubonne, Suíça. O ex-banqueiro, condenado a oito anos de prisão efetiva no caso ‘Marquês’ e mais seis anos de prisão no processo EDP, está a viver num castelo que pertence ao genro, Philippe Amon, marido da sua filha, Catarina, e um dos homens mais ricos da Europa.