Mais uma vez a caminho do hospital, mal me levantei da cama. Desta vez foi por causa das enzimas do fígado que andam descontroladas. E logo eu que não gosto nada de ser controlado! Já saí da Marinha, porque não gostava que me andassem sempre a controlar. Se fazia a barba ou deixava de fazer, se trazia a roupa limpa e alinhadinha, se mantinha uma postura militar no posto de sentinela, se cumprimentava os superiores quando me cruzava com eles - às vezes o que me apetecia era mandá-los àquela banda - e outras coisas do mesmo género. Odeio ser controlado e que me mandem fazer coisas com que eu não estou de acordo.
E uma pessoa chega ao hospital e aquilo parece um aeroporto internacional. Placards electrónicos por todo o lado e altifalantes a gritar o nome das pessoas, depois de um plim-plim para chamar a atenção. E Kms de corredores que nunca mais acabam! E elevadores com macas a descer e a subir, carregando corpos que nem sei se ainda respiram ou já emigraram para a outra dimensão. E muitos médicos e enfermeiros a cirandar de um lado para o outro como se não tivessem mais nada para fazer. E depois, fico varado quando ouço dizer que faltam médicos e enfermeiros nos hospitais. Será verdade? Ou seu eu que estou a ficar doido?
O problema é que isto se está a tornar uma rotina, ainda não decorreram 60 dias deste novo ano e já lá fui uma boa meia dúzia de vezes. Esta porra de ser velho não me agrada nada!
Curiosidade - Sabiam que Pedro Hispano era o nome do Papa João XXI, o único papa português?
Para não viverem contrariado,
ResponderEliminaraceita um conselho de alentejano
não te importes de ser controlado
mesmo, no Hospital Pedro Hispano!
Esta porra de ser velho,
não agrada a ti nem a mim
tudo o que mais eu quero
é continuar longe do fim!
Porque lá do outro lado,
não há costeleta de vitela
nem tão pouco peixe assado
muito menos haverá vida bela!
Vai, não te esqueças aplaudir,
o glorioso clube do teu coração
para que de alegria te faça rir
na próxima tem de vencer o Dragão!
Bom dia
ResponderEliminarVou citar um verso do fado do velhinho.
Já não vejo como via
Não posso como podia
Já se foi a mocidade
Quando a velhice aparece
Aí esta o que acontece
A quem chega á nossa idade
e acaba assim
disse-me então o velhinho
com voz cheia de carinho
nunca maltrates ninguém
que a vida é cruel em vão
e de hoje para amanhã
Tu és velhinho também
JAFR
Ser velho e idas ao hospital não agradam A NINGUÉM, mesmo com plim-plim para chamar a atenção...
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