Se o Camões a não tivesse cantado nos Lusíadas, o mais provável seria que da fonte nem vestígios restariam ao fim de tantos anos. Fica na Quinta das Lágrimas, em Coimbra, e é um local de romaria para muito jovem apaixonado. A trágica história de Inês inspira-os e aumenta-lhes a paixão.
Em Setembro passado, quando regressava do nosso convívio em Fátima, resolvi fazer um pequeno desvio e dar uma espreitadela à tão famosa fonte. Tendo vivido 4 anos ali tão perto e tendo corrido a cidade de lés-a-lés vezes sem conta, bem estranho me parecia nunca ter visitado tal lugar. Era a hora certa para corrigir essa falha, se assim lhe posso chamar.
Confesso que fiquei um tanto desapontado, pois além do palácio que foi transformado em hotel por uma empresa privada e não pode ser visitado, existe a imensa mata de bambus e árvores centenárias, por onde se pode passear a troco de umas moedas e onde não encontrei vivalma.
Nem sequer um casalinho apaixonado, junto à fonte, trocando juras de amor, como faziam Pedro e Inês, na primeira metade do Século XIV. O rei D. Afonso é que não estava pelos ajustes que a bela Inês lhe desencaminhasse o filho e à falta de melhor solução mandou lá dois esbirros para lhe tratar da saúde. Pelo menos é assim que reza a história.
Para quem não tiver olhos para decifrar o que está escrito na placa, aqui deixo os versos de Camões, pois é disso que se trata, dos Lusíadas, Canto III.
As filhas do Mondego a morte escura
Longo tempo chorando memoraram,
E, por memória eterna, em fonte pura
As lágrimas choradas transformaram.
O nome lhe puseram, que inda dura,
Dos amores de Inês, que ali passaram.
Vede que fresca fonte rega as flores,
Que lágrimas são a água e o nome Amores.
Foi nesse hotel que a minha filha mais velha passou a noite, após o casamento, certamente que bebeu água dessa fonte e juraram uma vida amorosa para a eternidade e deu em divórcio! Só fui visitar a mata uma vez, há muitas coisas, mais interessantes para visitar em Coimbra!
ResponderEliminarNo meio da mata uma fonte,
ResponderEliminaronde Inês bebia e petiscava
não tinha a sorte mesmo de fronte
porque o Rei D. Afonso não gostava.
Porque o filho lhe desencantava,
mandou dois marmelos lhe tratarem da saúde
maldita foi a sua sorte, porque tanto amava
esse Rei ser Dom mau, seria o seu costume?
O ano passado a minha turma foi lá em visita de estudo. Azar o meu estava tão doente que não pude ir.
ResponderEliminarUm abraço e uma boa semana
Se a Bic existisse / No tempo do Camões / Seria uma chatice / Com poesia aos montões.
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