quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Ser centenário aos 25 anos!

De quatro em quatro anos, o calendário ganha um dia a mais no fim de fevereiro. É o chamado ano bissexto, uma estratégia matemática para dar uma finalidade as 5 horas, 48 minutos e 47,5 segundos que sobram a cada ano solar – um problema para quem nasceu neste dia peculiar e faz aniversário só a cada quatro anos. Mas, neste ano, os nascidos em 29 de fevereiro têm a chance de comemorar, hoje, o aniversário na data exata. Na ausência dela, os aniversariantes têm de dividir os festejos entre os dias 28 e 1.º de março ou, simplesmente, deixar passar em branco.

Olha ela toda risonha por ter só 11 anos

Para mim, foi durante muitos anos, um dia em que trabalhei de borla para o patrão. Mas ainda me lembro, no meu primeiro emprego, depois de abandonar a vida de estudante, de receber o salário por semana e aí o dia 29 era igualzinho aos outros. Nesse meu emprego trabalhava das 08.00 às 18.00, de segunda a sexta, e no sábado das 08.00 às 11.00 horas. Assim se completava o horário de 48 horas semanais que vigorou até depois do 25 de Abril. E antes de acabar o serviço, ao sábado, lá aparecia o pagador com um carrinho em que trazia o dinheiro que ia entregando a cada um, colocando um visto, à frente do nome, na lista que trazia consigo.

Para saber se um ano é bissexto ou não basta dividir por 4 o número formado pelos dois últimos algarismos do ano em causa. Se der resto zero é bissexto. Exremplo: 2023 tirando os 2 primeiros dígitos fica 23 que dividido por 4 dá  5 e um resto de 3, significando que falta um ano para chegar ao bissexto).

Contas à parte, dou os parabéns a todo e qualquer um que teve a sorte (ou azar) de nascer neste dia !!!

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Lenga-lenga!

 30 dias tem Novembro
Abril, Junho e Setembro
De 28 só há um
E os mais de 31

Lá diz o velho ditado
não há regra sem excepção
E eu sinto-me enganado
A dar mais um dia ao patrão

Sim, é bissexto este ano
E Fevereiro tem mais 1 dia
É assim não há engano
Trabalha o Manel e a Maria

Esta vida é tramada
Fica a ganhar o patrão
E sem lhe custar nada
Até aumenta a produção

Poeta eu não sou nem serei
Mas quadras gosto de fazer
Na prosa é que me sinto rei
E nunca paro de escrever

A rima não me faz falta
A métrica, que é isso?
E o que agrada à malta
É pão, vinho e chouriço

Desculpem lá este bocadinho, tinha o computador lidado e parecia-me mal desligá-lo sem falar com ele um pouquinho. Isto até rimou, mas não era essa a minha intenção, desejo-vos a todos um bom dia e não se esqueçam de ir trabalhar amanhã.
Beijos e abraços para quem estiver interessado!!!

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

O PPC!

 A sigla PPC poderia significar Partido Popular dos Corruptos, mas quer apenas dizer Pedro Passos Coelho e ele, até agora, nunca foi mencionado como fazendo parte da grande cambada que andou no gamanço dos dinheiros públicos. Nesse aspecto há nomes mais sonantes, dentro do PSD, a começar pelo nosso bem conhecido algarvio que dá pela alcunha de Múmia de Boliqueime. Bons tempos aqueles do BPN em que desapareceram sem deitar rasto 10 mil milhões. Às vezes quedo-me a pensar que fatia desse bolo terá cabido ao Sócrates!

Eu não sabia, mas fui informado que no Algarve, distrito de Faro, só dá Chega e é provável que este partido obtenha mais de 50% dos votos expressos. Essa notícia deixou-me de olhos arregalados e não vejo razão para tal, mas os craques das sondagens é que sabem. Logo veremos, no dia 10 de Março, se eles sabem o que dizem, ou andam apenas a tentar influenciar as massas.

E dizem eles, os tais comentadores, que o Pedro foi até ao Algarve dar uma mãozinha ao Montenegro para tentarem dar a volta ao problema que se afigura o maior que o partido, ou melhor, a coligação de partidos, enfrenta. Não sei se resultará, pois o Zé Povinho não esqueceu aquela história de "ir além da troika" nos sacrifícios sofridos pelo povo, durante os 4 anos da sua governação. Por outro lado, também há quem se recorde do resultado das eleições de 2015, quando o PSD (sozinho) teve mais votos que o PS de Costa e este teve que recorrer à mais que famosa Geringonça para roubar o poder ao PSD.

Estas minhas chamadas de atenção querem dizer que não me admiraria nada que a nova AD desse um banho de todo o tamanho ao PS. Mas sobra um problema por resolver, o Chega. Dizem os mais "atrevidos" que o Ventura pode terminar estas eleições com 50 deputados no Parlamento, coisa que eu gostaria de ver. Só nos tempos da I República e de Sidónio Pais se viveu uma coisa como esta.


Foi o culminar de um processo de agitação social e militar e de contestação à governação de Afonso Costa e, de um modo geral, ao rumo tomado pelo regime republicano. Portugal vivia então mergulhado numa profunda crise económica e social, em boa parte motivada pelos efeitos da participação portuguesa na I Guerra Mundial. Os partidos da República estavam fragmentados e divididos e as figuras do regime mostraram-se incapazes de um entendimento que ultrapassasse as dificuldades por que passava o país. Um golpe militar tornou-se então previsível, e veio de facto a ocorrer nesta data. Três dias mais tarde, tomava posse uma Junta Militar Revolucionária que destituiu formalmente o governo e preparou a tomada do poder por Sidónio Pais.

Não sou grande coisa em Matemática, mas se a 230 subtrairmos 50 e o PS tiver 5% de votos a menos que a AD, a bancada socialista ficará muito encolhidinha, nada que se possa comparar com a fartura da representação Costista que ocupava mais de metade das cadeiras do Parlamento. Isso seria uma tal derrota para o novel candidato a PM, Pedro Nuno, que ele deveria daí tirar as devidas ilações e retirar o seu cavalo da corrida. Talvez ainda possa encontrar um lugarzinho na Indústria dos Sapatos, de onde ele diz que veio e com muito orgulho.

Desculpem-me lá aqueles que não gostam que se fale de política nos blogs (porque isso pode criar clivagens num grupinho de gente que se quer unida), mas não pude conter-me, depois de ouvir como correu o primeiro dia da campanha oficial para as legislativas de 2024 e que apontam para uma derrota de todo o tamanho dos socialistas, mais conhecidos por "Xuxalistas", que governaram grande parte do tempo destes 50 anos de democracia que se completam, no próximo dia 25 de Abril.

Só há um ponto que me deixa completamente de rastos, não gosto Montenegro e parece provável que vá ter que o aturar, durante os próximos 4 anos! 

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Eu-Benfica-eu!

 


De que poderia eu falar, hoje, além do Benfica? Nos últimos dois jogos o Benfica marcou 10 golos e sofreu apenas 1, isto é de campeão!

O Porto e Sporting, os nossos mais ferrenhos adversários, empataram ambos e perderam 2 pontos para o Benfica, assim tudo dependerá do resultado dos jogos contra eles. Se formos bem sucedidos seremos campeões, principalmente no jogo contra os leões de Alvalade, se não formos ... logo se verá. Eles podem perder mais pontos ainda e nós podemos escorregar também. A maneira como o treinador escolhe a equipa, a cada jogo, mete medo. Ele não está seguro do valor de ninguém e oscila para um e outro lado como um arbusto batido pelo vento. A mim só me apetece dizer o seguinte: - Deus queira que ele saiba o que anda a fazer!

A classificação geral fica-nos bem. Não fosse o mau resultado com o Boavista, só podíamos tecer louvores ao treinador e à equipa. Falta saber o que ditará o nosso jogo com o Sporting, se ganharmos é possível ter uma via aberta para o Marquês! Tenho que erguer as mãos ao céu e começar a rezar à minha deusa da sorte!
E estou já a pensar na próxima época que ficará com um plantel super-jovem com a saída dos mais velhotes, nomeadamente, o Otamendi, o Di Maria e o Rafa, para falar apenas nos mais utilizados nesta época. Algumas contratações acontecerão sempre, pois os "gosmas" que vivem à custa do futebol não desistirão de embolsar umas comissõezitas, mas espero que o Rui Costa já tenha aprendido alguma coisa com o que foi (mal) feito nesta época.
Carrega Benfica !!!

domingo, 25 de fevereiro de 2024

Fernando Pessoa e seus heterónimos!

Alberto Caeiro
Alexander Search
Álvaro de Campos
António Mora
António Seabra
Barão de Teive
Bernardo Soares
Carlos Otto
Charles James Search
Charles Robert Anon
Coelho Pacheco
Faustino Antunes
Frederick Wyatt
Frederico Reis
Henry More
I. I. Crosse
Jean Seul
Joaquim Moura Costa
Maria José
Pantaleão
Pêro Botelho
Raphael Baldaya
Ricardo Reis
Thomas Crosse
Vicente Guedes"


Eu também estudei um pouco, muito pouco, a História da Literatura Portuguesa, mas não me lembro de lá aparecer o Fernando Pessoa. A Florbela Espanca sim, mas o Pessoa não. Ou a minha memória não registou esse nome, ou a dita História era de uma edição muito antiga. Digo isto porque é mais ou menos usual começar a mencionar aqueles que se destacaram de algum modo, 50 anos após a sua morte.

Os cinco livros mencionados abaixo, são os mais conhecidos, ou reconhecidos por quem regista estas coisas. A esse respeito nada posso acrescentar, pois nunca li nenhum, nem destes cinco, nem de nenhuns outros

Livro do desassossego;
Ficções do interlúdio: para além do outro oceano;
O banqueiro anarquista;
O marinheiro;
Por ele mesmo

E estas, listadas abaixo, são também eleitas como as melhores poesias de Pessoa. Tenho que ir por aí procurar e ver se encontro alguma para ler e me castigar por só agora perceber que ser português sem conhecer o melhor que há, em Portugal, é um erro imperdoável. Nem que seja para, no fim, dizer, como o fiz a respeito de José Saramago: - ele pode ter recebido um Prémio Nobel, mas eu não gosto da forma como ele escreve.

A barca;
Liberdade;
Autopsicografia;
Mar português;
Mensagem;
Presságio;
Primeiro Fausto;
Solenemente;
O guardador de rebanhos;
Ode marítima;
Todas as cartas de amor…

Ele parece ter uma certa ligação ao mar, basta olhar para os títulos acima. A "Barca" talvez tenha sido para homenagear Gil Vicente pelo «Auto da Barca do Inferno». "Mar Português" e "Ode Marítima" são as outras obras que o parecem ligar ao mar. Por outro lado, o "Guardador de Rebanhos" é o único que faz soar uma campainha no meu cérebro. Talvez alguma crítica, ou referência que tenha lido, ou ouvido, sobre essa obra. Abaixo, um troço dessa obra "pessoana"!

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.

No entanto, o grande poeta de começos do século é Fernando Pessoa, que não atingiu um grande sucesso em vida, mas que, depois de sua morte, tem passado a ser considerado (a par de Camões) como o melhor poeta português de todos os tempos. Sua obra poética baseia-se na invenção de diferentes vozes poéticas ou heterónimos (Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis ou Bernardo Soares, entre outros), cada um deles com uma personalidade e um estilo poético próprios. Outro poeta desta época, que compartilhou páginas com Pessoa na revista modernista Orpheu foi Mário de Sá-Carneiro, poeta que se suicidou em Paris em 1916. Também José Régio sobressaiu como poeta e dramaturgo.

sábado, 24 de fevereiro de 2024

É muito triste ficar viúvo!

 


A foto foi tirada num dia de alegria, em que os «filhos da escola», da minha claro, se reuniram para confraternizar uma vez mais. E este convívio ficou na História, porque foi o último a que assisti. Houve, alguns anos depois, 2 ou 3 convívios organizados pela filha de um dos camaradas, tipo negócio de família para fazer dinheiro, mas os preços pedidos eram exagerados e a malta deixou cair o hábito de se reunirem uma vez por ano para matar saudades. É claro que a idade também teve o seu peso nessa história, cada vez menos e cada vez mais incapacitados, adivinhava-se que em breve deixaria de se registar. Aqueles que fizeram carreira na Marinha e moravam todos na zona de Lisboa, de um lado ou outro do Tejo, queriam que se continuasse com a festa, mas teria que ser em Almada, Cacilhas ou no Barreiro. Mas essa ideia não recolheu votos suficientes para ir avante.

Mas hoje é um dia triste para o camarada que aparece na foto mais à esquerda. A esposa dele vinha sofrendo de várias maleitas, desde há algum tempo e anteontem finou-se. Hoje será cremada e as suas cinzas retornarão pó de onde provém, segundo reza a oração fúnebre da Igreja Católica Apostólica Romana. Gostaria de estar presente para ele sentir que não está só, neste momento triste, mas a Quinta do Conde, em Coina, fica-me demasiado longe.

Quem de novo não morre, de velho não escapa! Isto é um ditado popular que cada vez faz mais sentido na minha cabeça. Eu e todos os meus camaradas da Marinha, aqueles que ainda estão vivos, continuamos esta corrida, uma prova de fundo, já com a meta à vista. Um a um iremos caindo e não há que estranhar isso. Eu só peço ao Senhor do Bonfim que não doa muito!

Uma última consideração sobre este acontecimento é que são os homens que costumam ir primeiro, deixando para trás as viúvas para chorar as mágoas e enfeitar a campa, no Dia dos Fiéis. Mas, atenção, nem sempre essa regra é respeitada!

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Onde estavas, em 1983, neste dia!

 

Viagem de Toulouse a Lavelanet

A ida do Benfica a Toulouse fez-me lembrar um episódio um tanto ou quanto caricato que eu vivi no dia 23 de Fevereiro de 1983. Comemora-se, hoje, em Espanha, o 41º aniversário do golpe militar que queria derrubar o governo, mas sem o conseguir, curiosamente a mesma data em que eu viajei de Paris para Toulouse, na companhia do Sr. André Roudiére, um dos maiores patrões da indústria têxtil de França.

Do aeroporto de Toulouse até à sua fábrica são +/- 85 Kms que fizemos juntos num automóvel da sua empresa que nos foi buscar ao aeroporto. Comigo ia também um colega da Maconde que tinha, há pouco, entrado para a equipa de vendas. A nossa deslocação à fábrica do Sr. Roudiére tinha como propósito escolher uma colecção de tecidos para fatos, casacos e calças de homem.

Durante os 85 Kms da viagem era preciso dizer algumas palavras em francês, para provarmos que não eramos mudos como carpas (segundo um ditado francês). O rádio do carro ia ligado numa estação que passava o tempo a dar notícias e, de repente, começou a falar no golpe de estado que tinha acontecido no dia anterior, ao fim da tarde, em Madrid. O tempo do Generalíssimo Franco já tinha passado à História e o rei Juan Carlos já se mudara de Cascais para Madrid para tomar as rédeas do poder, de modo que um golpe militar, a fazer lembrar o nosso 25 de Abril, era o tipo de notícia que nos fez arregalar os olhos.


Fiação de lã

 Trocámos algumas palavras com o patrão da indústria têxtil que empregava a maioria do povo trabalhador daquela aldeia perdida nas encostas, viradas para norte, dos Pirinéus, sobre o que se passara em Espanha e da semelhança com que nós tínhamos vivido, em 1974. A despesa da conversa correu quase toda por conta dele, nós limitávamo-nos a uns curtos oui, oui, non, non e pouco mais. Afinal o senhor tinha muito dinheiro e muito poder, mas falava apenas francês, enquanto nós, como bons portugueses, dávamos umas tacadas no inglês, no espanhol, no italiano, no francês e (no meu caso) no alemão.

Aspecto exterior da fábrica

Conforme a viagem foi decorrendo, mudámos os temas da conversa, falámos dos tecidos que eles produziam e nós comprávamos, assunto em que ele era mestre, e passo a passo acabámos a falar de vinhos, bebida de que todos éramos fãs e um importante produto para exportação, tanto em França. como em Portugal. E foi aí que o meu camarada de viagem, ainda muito verde na Língua de Vitor Hugo, meteu a pata na poça e pronunciou a palavra "vin" tal e qual como se estivesse a dizer "vent", o que fez o francês virar-se para trás e perguntar: - quoi? Du vin, respondi eu que sempre era um pouco melhor que o meu colega, afinal eu tinha dado 5 anos de Francês, do 1º ao 5º ano do Curso dos Liceus. Colega que, infelizmente, durou pouco mais, a contas com um cancro no cérebro, morreria poucos anos depois desta aventura, a caminho dos Pininéus.


Fiação (Museu)

Maquinaria arrumada no Musée du textlie que é tudo o que sobra dos bons velhos tempos da indústria de lanifícios daquela zona. A fábrica empregava 6.500 pessoas, naquele tempo, e tudo o que sobra disso são processos indemnizatórios que correm nos tribunais, movidos pelos últimos trabalhadores que ficaram sem o emprego e sem qualquer indemnização pelos muitos anos que lá trabalharam.


Lavelanet, France
Com telhados â portuguesa!

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Hoje, joga o Benfica|

E o acontecimento mais falado, ligado ao futebol, é a morte de Artur Jorge, o treinador que não deixa saudades ao Benfica nem ao Sá Pinto. Ao Glorioso, porque, quando entrou, destruiu a equipa de futebol por completo, a qual levou anos até voltar a funcionar. O Sá Pinto teve que lhe ir "às fuças", quando ele era o seleccionador de Portugal, e foi, no seguimento desse caso, corrido da selecção. Tanto quanto me lembro, só no FCP teve algum sucesso e, se calhar, com a ajuda do PC e do sistema corrupto que lá vigorava.

A operação «Pretoriano» que é como quem diz, «Guarda-Costas» do presidente dos dragões, já levantou uma ponta do véu, mas espera-se que o resto venha também à luz do dia. Ninguém tem dúvidas que a claque liderada pelo "Macaco" é uma espécie de Mafia, cujo padrinho é o Presidente do clube. Se a Justiça tiver um pingo de vergonha levará o caso até às últimas consequências, ou seja, porá um fim ao processo do Apito Dourado que em tempos não foi tratado como devia ser.

Diz quem sabe que o Toulouse é uma equipa que está muito longe do nível do Benfica. Luta para não descer de divisão no campeonato francês que não é das provas com melhor nome na Europa. O Benfica ganhou por 6 a 1 no último jogo do campeonato nacional, mas isso não quer dizer que derrotar o Toulouse seja coisa fácil. Depois de recordar as dificuldades que a nossa equipa teve para aguentar o empate na Luz, até ao minuto 90 e tal e só por milagre meter um último golo que lhe garantiu a vitória magrinha, quero lembrar aquelas palavras do João Pinto que afirmou numa entrevista, antes de um jogo desta natureza, "prognósticos só no fim do jogo".

Tenho um camarada e amigo fuzileiro que mora naquela recanto de França e já me mostrou o bilhete que comprou para ir assistir ao jogo. Espero que com ele vão muitos outros que puxem pela nossa equipa e consigam um resultado histórico que garanta a passagem à próxima fase desta competição. E espero também que o nosso treinador saiba montar uma equipa para ganhar. Com tantos craques à sua disposição ele parece, às vezes, não saber quem pôr a jogar e quanto mais hesita mais falha!

Carrega Benfica !!!

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Pensar na vida!

Estava eu, aqui quietinho no meu canto, quando um pensamento me assaltou. Quando eu era pequeno, andava sempre atrás dos meus pais, agora que já sou grandinho, tenho filhos e netos, ando eu atrás destes. A minha filha andou por longe - é professora - e tantas voltas deu que acabou por vir parar aqui, à Póvoa, onde reside e ensina. O meu filho - que eu sempre quis fazer vendedor, pela facilidade que ele tem no contacto com os outros - já fez um pouco de tudo na sua vida e, no presente, é um empresário na Indústria de Malhas.

Eu nasci em Barcelos, mas de lá saí ainda pequeno e só lá ia um vez por festa. Como o meu filho assentou arraiais nessa cidade - um dos pontos mais marcantes da indústria malheira - passei a ir lá com frequência. Qualquer desculpa serve para fazer os cerca de 25 Kms que nos separam e ir à terra que nos viu nascer é sempre um agrado. Barcelos tem fama pelos jardins que sabe cuidar e, muito em breve, estará aí a Primavera, a estação das flores e isso será mais um motivo para ir até lá.

Mas, segundo parece, essa rotina vai sofrer uma alteração, em breve. O meu filho está a fazer planos para se mudar para uma freguesia de Santo Tirso que fica próxima de um nó de autoestradas (A7 e A3), o que facilitará a vida aos seus clientes que vêm do distrito de Braga, mas também do Porto, usando essas estradas, além da A11, para chegar até ele.

Logo que essa mudança aconteça, terei que dizer adeus a Barcelos e olá a Santo Tirso, para onde terei que virar a minha bússola. É assim a roda da vida, tenho que seguir os meus filhos, servir-lhes de muleta ou ampará-los se, por acaso, caírem. E enquanto posso, tenho o maior prazer em fazê-lo!

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Para quem gosta de poesia!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
 Que me saiba perder... pra me encontrar...


A Florbela (Espanca) fala e parece que estou a ouvir-me a mim mesmo! Amar a todos e não amar ninguém, parece mais lógico do que dedicar todo o nosso amor a uma única pessoa e correr o risco de nem ser correspondido. Amar a mãe, amar o pai, amar o filho, o irmão e a filha da vizinha que é a estrela mais cintilante que eu conheci.
Quando eu tinha 16 anos e começava a acordar para a vida, assaltava-me uma pergunta que vinha lá do fundo de mim mesmo. Como vais tu escolher uma namorada? Como hás-de saber se é a pessoa certa com quem terás que viver toda a vida?
Acabei por fazer uma lista com 3 nomes e resolvi estudar as possibilidades de ficar com uma delas. A primeira era uma ruiva exuberante e aquela que mais me agradava. A segunda, a que esteve mais perto de conquistar o lugar na minha vida. A terceira passava todos os dias debaixo da minha janela, com os livros debaixo do braço, a caminho da escola ou da casa de alguma amiga com quem tirar dúvidas.
A ruiva nunca mais a vi, desde que me mudei para a Póvoa, pois morava lá perto da casa onde nasci, se calhar era mulher certa para mim, mas nunca o saberei. As outras duas moram aqui perto de mim, são ambas viúvas e mães dos seus filhos que nada têm a ver comigo.
Ao ver as coisas mal encaminhadas com as 3 candidatas, acrescentei um nome à lista, o da mulher com quem viria a casar e com quem continuo casado. Olhando para o passado e pensando na vida que levaram as minhas outras candidatas, parece-me ter acertado na escolha. Os maridos das outras já estão no cemitério e eu aqui feliz e contente desfrutando da vida como posso.
Não sei que influência tiveram as mulheres na partida acelerada dos seus parceiros, nem estou a acusá-las de terem dado uma ajuda ao destino, mas dou os parabéns à minha mulher que fez muito melhor que elas e assim tem um companheiro para lhe servir de muleta na velhice.

O destino não se fabrica
é aquilo que Deus nos deu
para casar quero uma rica
para pobre já cá estou eu!

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Os 4 irmãos marinheiros!

Ontem, gastei todo o tempo que tenho destinado à internet a procurar uma publicação em que falava e continha as fotografias dos 4 marujos que saíram dos 7 irmãos Alves da Silva. Azar meu, não encontrei nada! Fui ao arquivo do Blogger onde ficam guardadas todas as fotos que publicamos - verifiquei que muitas já lá não estão - mas não encontrei nada. O texto não era importante, mas queria recuperar os números de matrícula deles, especialmente, dos dois mais novos, pois os dois mais velhos continuam vivos e prontos para responder a qualquer pergunta do cronista.


O primeiro dos 4 fui eu mesmo, todos conhecem a minha fronha e já sabem que o meu número é 16429, do recrutamento de Março de 1962 e Classe de Fuzileiros.

O segundo foi o meu irmão Davide (assim mesmo com "e" no fim, como consta no Registo Civil de Barcelos) que marchou para os fuzileiros, em Outubro de 1968 e ficou matriculado como 1491/68.

O terceiro foi o meu irmão Jorge (já falecido num acidente de viação) que entrou para a Escola de Alunos Marinheiros (EAM), no ano de 1978, falta-me descobrir se foi no recrutamento da Primavera ou do Outono, e foi para a Classe de Manobras. Algum dos irmãos teria que ser capaz de manobrar o navio, senão nunca poderíamos sair para o mar.

O quarto foi o Aires, o meu irmão mais novo (depois dele a minha mãe encerrou a fábrica que produzia rapazes bonitos) que se voluntariou em 1980 (também já falecido com um cancro no estômago) e seguiu para a Classe de electricistas, já que nunca tinha feito mais nada na vida a não ser reparar electrodomésticos, principalmente, televisores.

Quatro marujos, todos voluntários que entraram na Marinha ao fazer 18 anos. Eu acertei mesmo no dia do meu aniversário. O meu irmão Davide acertou no mês e os outros dois não sei, embora desconfie que o Jorge entrou no mês de Abril (aniversário em Fevereiro) e o Aires em Outubro (aniversário em Junho). Se eu conseguir recuperar as fotos que publiquei, há cerca de 10 anos, estão lá os números de matrícula e a partir deles sabe-se tudo.

Já mudei de computador tantas vezes que perdi os arquivos fotográficos, embora tenha tentado copiar sempre tudo, deve-me ter escapado qualquer coisa, pois no meu computador não portátil houve uma avaria e foi para a oficina reparar e deve ter sido aí que parte dos ficheiros se foram. Há anos que o não ligo, mas acho que ainda funciona. Tenho que lá ir tentar e ver se descubro algo..

E é tudo por hoje, nem quero falar no Benfica (que ontem ganhou com um resultado gordo) para não dar azar. Que continue assim, ganhando ao Toulouse que é disso que os jogadores precisam para ganhar moral e forças nas pernas!

sábado, 17 de fevereiro de 2024

Criador de conteúdos digitais!

 


O meu camarada e filho da escola, Almeirim, fez 80 aninhos no Dia dos Namorados, esta semana. Lembro-me de ter estado ao telefone com ele, há alguns anos, e ele me ter dito que devia baixar a bolinha, pois era mais velho que eu. Que grande coisa, 23 dias mais velho!

Pois o Almeirim casou com uma mulher da sua raça, com quem teve duas filhas, e só Deus sabe porquê abandonou-as em Portugal e foi viver para Moçambique. Casou-se ou juntou-se com uma "escurinha" e teve com ela mais alguns filhos. Depois de algumas pesquisas e pedidos de ajuda aos amigos de Moçambique, recebi uma mensagem de uma amiga e vizinha do Almeirim que me pôs em contacto com a sua filha mais nova.

A razão por que andava à procura dele era a mesma que me levou a mover o céu e a terra para encontrar todos os camaradas da CF2, a unidade de fuzileiros que foi para Moçambique, no Outono de 1962, e de que ambos fazíamos parte. Ele era um dos 6 que tinham saído da Marinha e de Portugal e acabei por localizá-los a todos.

Hoje, sábado dia 17 de fevereiro, 3 dias depois do seu aniversário, a filha mais nova organizou uma festa de aniversário para comemorar os 80 anos, meta que nem todos conseguem cortar. E para ter algo que o ligue ao passado, lembrou-se de me pedir para gravar um video a dar-lhe os parabéns, para ela lhe mostrar durante a festa de hoje. Não me sinto muito à vontade com estas modernices, mas lá gravei umas palavras para lhe enviar, uma vez no telemóvel, outra com a câmara do computador.

Os vídeos gravados com o smartphone ficam num formato ajustado para circular nas redes sociais, mas os gravados com a câmara do computador ficam num tamanho "monstruoso" que não conseguimos enviar por nenhum meio. Resultado, tive que andar à procura de um programa para comprimir aquilo que gravei e poder enviá-lo. Com a ajuda do meu neto mais velho, encontrei um site com um programa que me transformou o clip de 39 Megas num de 2,5 Megas. O limite para circulat no mail, assim como no Messenger, é de 25 Megas.

O que eu faço para manter os amigos felizes! Isso faz-me lembrar de uma piada que ouvi há pouco, em que um amigo dizia a outro: - Só vou ao teu funeral se prometeres que também vais ao meu!





Várias fotos do Almeirim que eu lhe enviei aquando
do seu 80º aniversário.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Na boa vai ela!


 De manhã, antes de sair de casa, fiz aquela publicação (que já devem ter visto), sobre a gaivota que voava voava, filha da p*** nunca mais se cansava! Depois fui almoçar com um dos meus irmãos que quer entrar no mundo dos blogs, mas ele tem ideia feitas (acerca de tudo e mais alguma coisa) e é muito difícil fazê-lo perceber que o Blogger não é o Facebook. Passei horas com ele e parece que consegui fazer um furo na muralha, depois veremos se deu resultado.

Entretanto, fui tratar de uns assuntos relacionados com o meu neto mais novo que é estudante universitário, mas liga tanto aos estudos como aos ténis que deitou no contentor do lixo, pelo Natal, quando recebeu uns novinhos a estrear de prenda do Menino Jesus. Quando se diz, tratar de uns assuntos, talvez fosse mais correcto dizer, pagar umas contas, mas quem quer bons netos tem que estimá-los (digo eu).

E cá estou eu, pronto para ver o Benfica que vai ter mais uma prova de fogo, esta noite, portanto o mais provável é que eu volte aqui mais tarde, edite a publicação e lhe acrescente mais um ou dois parágrafos para vos contar o que se passou no jogo. Claro que não espero nada menos que uma vitória, mas uma coisa é o que esperamos e outra o que nos bate à porta.

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Tal como tinha dito, cá estou eu para vos dizer que o Benfica jogou tão bem ou tão mal como o tinha feito em Guimarães. E chegou ao fim do tempo regulamentar empatado a 1 bola. Valeu-lhe um penalty, o segundo deste jogo, que fixou o resultado final em 2 a 1.

Não estou nada satisfeito com o rumo das coisas no Benfica, a continuar assim, o Benfica vai perder ainda muitos pontos até ao fim do campeonato e só Deus sabe como a coisa acabará. Como já tinha afirmado, há uns tempos atrás, vou começar a dar maior importância à minha vidinha e o Benfica que trate da sua. Tenho dito !!!

Somos livres !


Somos livres para votar em quem quisermos, mas depois teremos que aguentar com as consequências!

Eu já fiz a minha escolha e só tenho que esperar pelo dia 10 para ir meter o voto na urna.

E depois sentar-me em frente do televisor para descobrir quantos, em Portugal inteiro, decidiram como eu e quantos pensam diferente de mim, pois com certeza haverá muitos mais votos nos outros partidos que representam, para mim, a oposição.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Ainda em modo "futebol"!

 


O Gil Vicente, clube de que eu sou sócio, recebeu, hoje de tarde, o Vizela e perdeu por 1 a 0. Parece que o Gil se está a habituar a perder, é uma vez atrás da outra!

Ou talvez seja o Vizela que, tal como o seu vizinho de Guimarães que fez a vida negra ao meu Benfica, no último fim de semana, esteja a jogar para lá de bem e isso justifique o resultado. E de pensamento em pensamento, fui chegando à conclusão que aquela malta de Guimarães e arredores tem jeito para o negócio da bola. Com excepção de Lisboa, só o Porto tem dois clubes na Primeira Divisão, o próprio e o Boavista, porque nas outras cidades portuguesas há só um e em muitas delas nem sequer um. Cidades grandes como Coimbra, Viseu, Leiria, Viana do Castelo, há muito que andam afastadas dessas lides.

Mas Guimarães é a excepção, tem logo 3 clubes na divisão maior, o Vitória, o Moreirense e o Vizela. Vizela tornou-se, há pouco, um município independente, mas fica tão perto da cidade de Guimarães que prefiro, para este caso, considerar que ainda é como era. Vizela, uma pequena cidade de pouco mais de 20 mil habitantes, e Moreira de Cónegos, uma pequena vila, dependente da Indústria Têxtil que não chega aos 5 mil habitantes, mete num bolso as grandes cidades no que ao futebol diz respeito. Até a cidade de Faro que é capital de uma província das maiores de Portugal, só há 2 ou 3 anos se conseguiu guindar à divisão maior do nosso futebol.

Incongruências que não têm qualquer  razão lógica. Talvez o povo destas terras seja maluquinho pela bola, pelo menos os adeptos do Vitória demonstram-no bem, ou então lhe falte outra maneira de se distrair e desconte no futebol. Lá mais para o sul, há os touros e as touradas e no litoral há montes de outros negócios que podem ser apelativos e arrastar multidões, mas na zona de Guimarães, Vizela ou Moreira não há nada,  para além do trabalho, onde a malta possa descomprimir.

E o meu Gil é que pagou o pato! Viva o desporto-rei !!!

Acabado o jogo do Gil Vicente, eu diria que a classificação
dos 5 primeiros está quase como ficará, em Maio!

É o futebol ou a política!

A musa que me inspira empurra-me sempre para um destes temas. E que hei-de fazer senão seguir os seu conselhos? Eu não sou protestante nem gosto de contrariar ninguém, muito menos essa entidade que me faz desbobinar umas palavras atrás das outras, como nuvens que o vento leva.

No dia 10 de Março, vai ser uma festa se o André Ventura conseguir o resultado que as sondagens - que falham mais do que acertam - lhe prometem. Com o PS e a AD derrotados e a precisar do André para desempatar o jogo, vai ser o bom e o bonito a ver quem se abaixa mais a fazer-lhe a vénia!

Mas disso teremos tempo de falar mais tarde, hoje, é de futebol que se trata, mesmo sabendo que alguns dos leitores que me seguem farão uma careta e darão de frosques depois de terem lido o primeiro parágrafo deste publicação azarada, porque hoje é dia 13, e bem humorada, porque também é dia de Carnaval.

Não há nada que me faça mais feliz do que ver o FCP perder. Ver os trejeitos do Pinto da Costa que se vê obrigado a engolir a sua soberba, as caretas do Sérgio Conceição que não consegue esconder a raiva que lhe vai por dentro e as pirosices que diz o Pepe, o eterno capitão desse clube rasca, porque o mandam aturar a comunicação social, quando os outros (mais responsáveis do que ele) não querem dar a cara.

E depois da festa que os amigos do dragão fizeram por causa do empate do Benfica, em Guimarães, ainda me caiu melhor aquela derrota, em Arouca. O meu coração quase explodia de felicidade depois de o Nuno Almeida dar as duas apitadelas que marcaram o fim do jogo. O Benfica viu-se aflito com aquele lamaçal em que se transformou o relvado de Guimarães e a genica extraordinária dos 4 Silvas do Vitória, mas o Porto perdeu a tramontana ao sofrer um golo no primeiro minuto de jogo.

Em Abril, haverá eleições no FCP para eleger uma nova direcção para o clube e, por inerência, para a SAD também. Há que pôr fim ao forrobodó dos salários e prémios pagos aos administradores, enquanto apresentam resultados negativos, uma época atrás da outra. E isso só acontecerá se o André (outro André na berlinda e com aura de vencedor) Vilas Boas ganhar.

E se isso acontecer - e como eu rezo para que aconteça - há uma quantidade de gente que irá, de vela erguida, pregar para outra freguesia. O Pinto da Costa para casa gozar a vida com os milhões que sonegou ao clube e fazer umas cócegas à sua gestora bancária com quem se casou. O Sérgio Conceição para Itália ou França, onde parece que há gente que o acha o maior. E o Pepe? Esse talvez decida regressar ao Brasil, de onde anda fugido há tantos anos, pois português desse calibre não queremos cá não. Brasileiro sempre, português nunca!

E há ainda mais uns quantos cromos que talvez possam ser varridos do clube para o deixar mais saudável. O Macaco talvez fique uns anos pelas prisões e se por lá houver quem goste tanto dele como eu, pode ser que lhe apertem as tarraxas até ganhar juizo. E alguns dos jogadores que foram treinados no ódio aos rivais, podem não se sentir bem com as novas regras e decidam mudar de ares.

Tudo coisas boas que o mês de Abril me pode trazer, só tenho que esperar chegar lá e que os deuses do Olimpo oiçam a minha voz e estejam de acordo comigo. Só me faltava que, lá em cima, também houvesse morcões, como as da Cidade Invicta !!!

domingo, 11 de fevereiro de 2024

Honra ao Vitória de Guimarães!

 

O S. Pedro brindou as duas equipas com um banho que, para além de os deixar encharcados até 
à medula, tornou o jogo numa verdadeira luta de titãs. Correr 90 minutos num relvado assim é dose e sou obrigado a reconhecer que o Vitória se saiu melhor na disputa. O jogo acabou empatado, mas se a equipa caseira ganhasse não seria nenhum escândalo.

Com alguma sorte o Benfica conseguiu empatar o jogo, por duas vezes, e tenho que me dar por satisfeito com o empate. Nos últimos 20 minutos, o Benfica jogou contra 10 e foi nesse período que conseguiu o segundo empate. O treinador reforçou a equipa na frente, mas se os que jogam atrás não conseguirem meter a bola lá na frente, não há como eles possam fazer golos. Os 3 jogadores da frente estavam lá, no meio dos defesas contrários, mas sem participar no jogo, propriamente, dito.

Demos um passo atrás, hoje, e logo no dia em que o principal opositor cilindrou o Braga por 5 a 0, o que me deixa muito apreensivo para o resto da época. Eles a jogar cada vez melhor e nós a coxearmos a caminho da meta. Assim vai ser difícil chegar em primeiro.

Louvor ao Rúben Amorim que soube construir uma equipa de truz e os mantém a jogar cada vez melhor! Sorte dele, azar o nosso! 

sábado, 10 de fevereiro de 2024

Contas à moda do Porto!

 Esta velha expressão marinheira é usada amiúde, mas nem todos sabem o que significa. Ela tem origem na vida dos embarcadiços - tripulantes da Marinha Mercante - que vão a terra em cada porto e comem e bebem, como ninguém, para afastar o marasmo da vida a bordo. E claro que, na hora de pagar a conta é sempre mais fácil dividir a conta em partes iguais, independentemente do que cada um comeu ou bebeu. Eh, pá, tu bebeste mais que eu! E o prato que escolheste custa quase o dobro do meu! Usando o método das contas à moda do Porto está o problema resolvido, aquele que se sentir prejudicado pode-se na próxima ida a terra e beber o dobro, ou comer marisco.

Mas não é disso que vim aqui falar. O que está na ordem do dia são as contas «à moda do FCP». Com prejuizos inexplicáveis e capitais próprios negativos em centenas de milhares de euros, o Pintinha da Costa vê o resultado das próximas eleições em perigo. Ele já tem uma boa idade para se retirar e ir brincar com os netos, mas os 10 milhões de euros que ele decidiu que seria a sua recompensa anual pela sua dedicação ao clube, mexe-lhe com a caixa dos pirolitos. E como ele se casou (pela 5ªa vez) com uma gestora bancária, ele deve adormecer todos os dias a fazer contas com ela em como poderá investir esse dinheiro para lhe render mais uns trocos.

Isto digo eu, pois penso que ele já não deve ter pedalada para entreter a senhora, ainda uma fresca cinquentona, com joguinhos sexuais que lhe façam chegar o sono. Vai daí, a conclusão da conversa dela é sempre a mesma. Pensa que em 4 anos são mais 40 milhões que juntas ao teu pé de meia. E afinal não tens que fazer grande coisa, além de andares atrás da equipa, para onde quer que ela vá, e fazer uns discursozitos a puxar à lágrima dos adeptos, e das adeptas também, pois elas são ainda mais ferrenas que eles.

E pronto, lá vai ele concorrer de novo e afirma para quem o quer ouvir que pretende cumprir o próximo mandato até ao fim. Como se ele soubesse a hora em que a malvada o virá buscar! O que eu gostava que ele saísse derrotado, para acabar com esse ciclo de corrupção e malandragem que ele instalou no clube e no futebol português. Todos os altos cargo ligados ao futebol lhe prestam vassalagem, como se ele fosse um rei (como afirmaram, ontem, os super-dragões).

O dia 9 de Fevereiro deste ano vai ficar na história como o dia em que ele, o rei dos dragões, fez o milagre de transformar as contas negativas em positivas, usando um subterfúgio que não deveria ser permitido. Há uns anos atrás, com falta de dinheiro, ele fez um empréstimo obrigacionista, hipotecando os valores devidos pelas transmissões dos jogos em casa, na casa dos 60 milhões. Agora, limitou-se a fazer outro empréstimo pelo mesmo valor para saldar o primeiro, ou seja, protelou o pagamento das obrigações em 4 anos e injectou esse valor nas contas para as passar de negativas a positivas. Mas isso é um truque barato que a Federação não devia autorizar e os responsáveis pelo MVM deviam recusar, quando lhes foi comunicado.

Ainda não ouvi comentários dos habituais comentadores que são os reis do "bota-abaixo", mas não deve tardar. A mim parece-me uma operação nada recomendável, mas vou esperar para ver o que vai acontecer, daqui até às eleições, no próximo mês de Abril.

Bom fim de semana e portem-se mal para ver se tiram algum gozo da vida !!!


sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Mau tempo no Algarve!

Esta manhã, mal liguei a televisão, foi a primeira notícia que ouvi, mau tempo no Algarve. Esta gente deve estar completamente louca, o governo já está a pôr de lado largos milhões para garantir o fornecimento de água à gente que vive por aquelas bandas e eles mal vêem chover gritam que está mau tempo. Deviam era levantar as mãos ao céu e agradecer aos deuses todos os litros que de lá caírem!

Isto faz-me lembrar um velho ditado que diz o seguinte: - Ninguém está bem com a vida que tem!

Mudar só se for para melhor, diz o descontente, mas lá chegado só sabe queixar-se do que lhe aconteceu. Estava tão bem solteira, que ideia de merda esta de me ter casado!

Isto diz ela, alguns anos depois do casamento e já não se lembra de quanto ansiou por esse momento. O anel de noivado, o vestido de noiva e a brutal boda que tinham conseguido organizar (e pagar) com toda a família e amigos juntos a posar para as fotos (para mais tarde recordar).

Agora, só se lembra do trabalho que tem para cuidar do marido e dos filhos que, entretanto, chegaram, mas não esquece a liberdade perdida, as saídas à noite, as idas à discoteca, as férias com as amigas, quando ainda sonhavam com um casamento de sonho.

A vida real é muito diferente daquilo que nos passava pela cabeça, aos 20 anos de idade e a cabeça cheia de vento. Mas há que aceitá-la como ela é, com todas as alegrias e tristezas que ela nos oferece a cada dia que passa. Nem sempre o sol brilha, mas há muitos guarda-chuvas e baratos a vender na loja do chinês!

Tenham um bom fim de semana que eu também vou fazer por isso!

Quem não arrisca não petisca!

Com esta carta, hoje recebida, eu devia estar em festa por ser accionista de uma empresa tão bem sucedida. Mas na verdade eu estou triste, pois as acções não cessam de cair na Bolsa de Paris. No entanto, não há nada a fazer, vou esperar pelos dividendos e depois disso talvez me decida a vender e esquecer o prejuizo.
Muy mala suerte!!!

Dear shareholders,

After a year of transition and transformation, we are embarking on a year focused on the execution of a new strategic roadmap.

The year 2023 was a year of transition and transformation for the Group. The very robust momentum of BoursoBank, where client numbers exceeded the six million mark in January 2024, the strength of our Global Banking and Investor Solutions franchises, the performance of our international banking activities across all regions, plus the capacity of our new bank in France and Ayvens to implement unprecedented transformations are important reasons to be satisfied. 2023 was also marked by a sharp decrease in net interest income in French Retail Banking and the elevated cost of integrating LeasePlan, while still maintaining disciplined management of costs, risks and capital.

All told, the Group posted total revenues of EUR 25.1 billion. Group net income came to EUR 2.5 billion, up +37% vs. 2022.

At the same time, the Group’s Common Equity Tier 1 ratio stood at 13.1%1, or around 340 basis points above the regulatory requirement. Based on these performances, at the General Meeting of 22 May 2024 the Board of Directors will propose a distribution equivalent to EUR 1.25 per share2, which breaks down as a cash dividend of EUR 0.90 per share and a share buyback programme of EUR 280 million equivalent to EUR 0.35 per share.

Drawing on our new strategic and financial plan that was presented in September 2023, we are writing a new chapter in the history of the Group, which, for the last 160 years, has assisted millions of clients through long-term relationships. At their service day after day, we support their development and projects, and our contribution to their growth and to unlocking their potential is a source of pride for us.

Our ambition is to position Societe Generale among Europe’s top-tier, rock-solid and sustainable banks, and to create long-term value for all our stakeholders, including by an all-important commitment to act in line with the United Nations’ Sustainable Development Goals.

We are embarking with confidence and determination on 2024, which will be a year that sees the meticulous execution of our strategic plan and a total commitment to reaching our financial targets, which will notably involve improved operational efficiency. We will provide precise, regular and transparent reports on our progress.

Last, I wish to thank you for the trust you have placed in our Group, and for your long-term commitment by our side.

Slawomir Krupa
Chief Executive Officer

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

A vida como um filme!


 É costume dizer-se que quando s aproxima a hora da morte, a gente vê a nossa vida inteira desfilando, como se fosse um filme, perante os nossos olhos. Nesse filme a cena final é o cristão a fechar os olhos e passar para a outra dimensão, sem disso se aperceber. Foi-se!

Se eu puder escolher não quero que as coisas se passem assim, prefiro andar por aqui mais 10 anos, até aos 90, e usar esse tempo - largos dias têm dez anos, como dizia o presidente do FCP - para fazer desfilar perante os meus olhos tudo aquilo que vivi, os meus fracassos e as minhas conquistas. E depois, sim, morrerei satisfeito porque atingi todos os objectivos a que me tinha proposto.

Só me falta saber a quem pedir esses 10 anos de que preciso para realizar o meu sonho. Se Deus existe e eu acredito que sim, pois não conheço outro cientista que tivesse sido capaz de inventar o universo, em que nós humanos somos uma ínfima parte, tal como o conhecemos, ele zelará para que os meus desejos se realizem.

Algumas das minhas memórias mais marcantes já vocês, meus caros e fiéis leitores, conhecem, mas há mais, muito mais, coisas boas, coisas más, coisas que só para mim têm sentido e ainda coisas que eu viverei sozinho, sem coragem para as partilhar com terceiros. Aliás, creio que se passa o mesmo com cada pessoa que vive para além dos 7 anos de idade. Idade essa em que o disco duro da nossa memória começa a gravar tudo aquilo que nos afecta directamente para mais tarde o recordarmos. Algumas coisas não quereríamos recordá-las mais, mas nisso não temos opção, faz parte do bom e mau que a nossa vida tem.

Por falar nesta questão de esquecermos, praticamente, tudo aquilo que se passou antes de completarmos os tais 7 anos de vida, eu tenho uma coisa fantástica para vos contar. Eu lembro-me, perfeitamente, de uma coisa que aconteceu antes de eu nascer. A minha mãe dizia-me que não era possível, pois estava grávida de 6 meses, eu bem arrumadinho dentro do seu útero, quando esses factos aconteceram, mas confirmava que foi tudo tal e qual como eu descrevia.

Aos dezasseis anos de idade, o meu pai saiu da sua aldeia natal e foi trabalhar como criado de servir para o meu padrinho de baptismo. Alguns anos depois, ele conheceu a minha mãe e casaram-se. Nasceram duas raparigas, durante os quase 5 anos antes da minha chegada, e então, com o aproximar do parto, era preciso escolher um padrinho para a criança que aí vinha. Enquanto trabalhou em casa do meu padrinho, o meu pai soube do gosto que ele tinha por ser padrinho, especialmente, de rapazes e dar-lhes o seu nome, Manuel. E dirigiu-se a ele perguntando se lhe podia fazer o favor de me levar ao baptismo.

Claro que sim respondeu ele e para comemorar o facto vamos fazer uma "comezaina" em tua casa que nunca mais será esquecida. Claro que o meu velhote não tinha dinheiro para essas larguezas e ficou logo às aranhas. Não te preocupes com as viandas que eu trato disso, tens que arranjar é quem cozinhe, pois aí não te posso ajudar.

E no próprio dia marcado para a festança, o meu padrinho, Manuel, apareceu com um saco de batatas e um porquito, ainda mal criado, que tirou da última ninhada d bácoros da sua porca de criação. E como é da tradição, montaram o banco de madeira, em que deveria ser amarrado o animal para se lhe meter a faca e tirar o sangue para o sarrabulho. E depois de morto, chamuscá-lo e depois raspar a pele para que não nos arranhasse a boca ao mastigá-lo.

Na casa em que nasci, havia uma grande cozinha, cujo telhado era suportado por uma grande coluna de pedra, implantada mesmo no centro do espaço. Com o tempo, as coisas não são eternas, as madeiras apodreceram e com o peso das telha tudo aquilo ruiu como um castelo de cartas. Quando o meu pai se casou e foi para ali morar, devem ter feito uma limpeza geral, retirado as madeiras podres e todos os cacos, ficando apenas a grande coluna de pedra no centro do espaço vazio.

Foi assim que eu a conheci, depois de ter nascido, e ainda lá ficou, quando, aos meus 16 anos saímos de lá e fomos murar para uma freguesia do concelho da Póvoa. Mas, voltando à minha história, encostado a essa coluna foi encostado o banco de madeira, de maneira que não caísse, quando o bicho começasse a espernear, ao sentir a faca entrar-lhe no peito. Ao lado do banco acenderam uma fogueira para, recorrendo a tochas feitas de palha de centeio, chamuscarem o mártir sacrificado para celebrar a minha chegada.

Lembro-me disso tudo, nos mais ínfimos pormenores, como se estivesse, agora mesmo, a assistir a um filme. Mas isso não pode ser, dizia a minha mãe, tu só nasceste três meses depois!

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Os 3 homens fortes do regime!

 A acreditar nas sondagens com que as nossas televisões nos bombardeiam todos os dias, há apenas 3 nomes sobre os quais vale a pena falar. São eles:

1) Pedro Nuno Santos, à frente dos (ditos) socialistas, herdeiros da doutrina de Mário Soares.
2) Luís Montenegro, a liderar a nova AD que tem pouco a ver com a de Sá Carneiro, Freitas do Amaral e Ribeiro Teles.
3) André Ventura que apareceu na política portuguesa como um tornado que varre tudo à sua frente.

Começo por falar no último deles, porque a ser verdade que poderá eleger 55 deputados, ficará na História de Portugal como o mais bem sucedido político desta nova república, nascida no 25 de Abril de 1974. Restarão 175 cadeiras no Parlamento para distribuir por todos os partidos restantes, com cerca de 135 reservados para os outros dois líderes, mencionados acima, e os restantes 40 para contentar todos os pequenotes que, ainda segundo as tais sondagens, ficarão, este ano, mais pequenos que nunca.

O Pedro Nuno Santos vai (ainda) beneficiar dos louros conquistados por Mário Soares, pois depois desse não houve outro socialista que acrescentasse nada de novo a essa doutrina de pobre que o Marocas trouxe de Paris e que não é mais que um desvio nas teorias de Marx e Lenine. Socialismo quer dizer capitalismo popular, doutrina em que o partido recolhe toda a riqueza produzida no país e a reparte, com equidade, por todos os habitantes, fazendo com que ninguém fique na miséria nem passe fome. Acham que é isso que está a acontecer em Portugal? Pensam que o novo líder será capaz de implementar essa política, com sucesso, em Portugal?

O Luís Montenegro é um arrivista, se o Rui Rio era mau, este é péssimo. No dia 10 de Março, os portugueses terão a prova daquilo que aqui deixo escrito. A formação da AD talvez dê um novo elan e garanta um melhor resultado do que teria o PSD a concorrer sozinho. Esta AD até pode ficar à frente do PS, mas não terá quorum para governar e o líder do 3º concorrente, o André Ventura, não lhes fará a vida fácil. Se o Montenegro for homem de palavra, dir-lhe-emos adeus no dia 11 de Março, pois ele afirmou, para quem o quis ouvir, que se retiraria da política em caso de derrota.

Os outros (pobres e desgraçados) que aparecem cada vez mais encolhidos, em especial o BE e o PCP, deviam concluir que ninguém os quer e, por conseguinte, arranjar um novo modo de ganhar a vida, pois a política (para eles) já foi chão que deu uvas.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Números!

Curiosa figura que explica como foram inventados os números

 A minha publicação de hoje foi bastante longa (6 X Scroll down), o que me fez pensar que, desde 2008, já escrevi mais que muitos autores da nossa praça. Vai daí fui espreitar os blogs que antecederam este para ficar com uma ideia mais exacta da coisa.

Tudo começou com a procura dos meus camaradas da guerra, os quais não fazia a menor ideia por onde andariam. Os da segunda comissão não eram filhos da minha escola e portanto o esforço não foi tão longe, mas os da primeira comissão, mortos ou vivos , consegui localizá-los a todos. Este blog, iniciado em 2008 durou até 2011 e teve 2.293 publicações.

Por ter publicado umas fotos com mulheres de mamas à mostra trancaram-me o blog e fui obrigado a iniciar um novo que durou de 2011 a 2015 e teve 2.207 publicações. Também foi trancado, como acontecera ao primeiro e fui obrigado a partir para outra aventura.

Esse novo blog tomou o nome de «Número de Matrícula da Armada - 16429» que foi o número que me distribuíram, quando me alistei como voluntário, no dia 10 de Março de 1962. e dura até hoje, contando já com 3.635 (incluindo esta) publicações. É obra!!!

Tenho andado a pensar na hipótese de parar por aqui e iniciar um novo blog que se centre mais na minha actual situação de velho reformado e ponha as memórias da Marinha e da Guerra Colonial para trás das costas. Talvez faça isso, depois do meu próximo aniversário !!!

Que rica prenda!

Estação de comboios de Lourenço Marques

 Estou quase a atingir o meu octogésimo aniversário e isso faz-me recuar até ao dia em que fiz 20 anos, no já longínquo ano de 1964, altura em que vivia na capital de Moçambique, actual cidado de Maputo.

Havia um grupo de professoras da cidade do Cabo que vinha todos os anos passar férias a Lourenço Marques. Era por altura do Natal, já não recordo se um pouco antes ou um pouco depois. Por questões de economia ficavam no parque de campismo do Miramar, do outro lado da estrada da praia do Miramar, a mais frequentada da capital.

Os 150 fuzileiros que formavam a minha Companhia eram, maioritariamente, solteiros e andavam sempre à caça de sexo como hienas esfaimadas. Ora um grupinho de jovens professoras, cuja idade pouco passava dos 20 anos, era um apelo irrecusável para essa juventude marinheira em que eu me incluía. E eu tinha o privilégio de ser o único que entendia um pouco a Língua de Shakespeare, portanto sempre na linha da frente para o engate. Servia de tradutor entre eles e elas e acabei por ficar de namoro com a chefe do grupo, de seu nome Isabel (assim mesmo, à portuguesa).

As férias duravam cerca de 10 dias que se passaram entre beijos e abraços, apalpões e amassos e foi uma tristeza, quando as tivemos que acompanhar até à estação dos caminhos de Ferro de Moçambique, dar um último beijo e dizer Bye-Bye until next time. Corria o ano de 64, aquele em que a Frelimo ganhou coragem para dar os primeiros tiros, em Moçambique, e iniciar uma guerra que durou até 1975, ano da independência daquela colónia portuguesa da África Oriental. Guerra em que participei, desde o primeiro dia, pois fui enviado para o Niassa, em meados do mês de Setembro.

Mas antes disso, por alturas da Páscoa desse ano, recebi uma carta da Isabel em que me comunicava que estaria em Lourenço Marques, no dia do meu aniversário, e tinha uma coisa importante para mim. Fiquei logo a pensar nalguma prenda escolhida com muito amor para alegar o dia em que eu faria 20 aninhos, só ficava a faltar um para ser maior de idade e tornar-me um cidadão totalmente responsável pelos meus actos.

Ela ficou hospedada numa residencial, no centro da cidade e no primeiro dia que estive livre de serviço na minha unidade, combinei com ela um programa romântico, com direito a um pezinho de dança no melhor dancing da Rua Araújo, de onde saímos já depois da meia noite. Os horários não eram como agora, que se iniciam por volta da meia noite e duram até de manhã. Os dancings, como era o Pinguim, abriam às 22.00 horas, antes disso funcionava como um Bar, e encerravam às 02.00, com a polícia a controlar. Nos últimos anos, com milhares de militares na cidade, a polícia militar era a mais rigorosa, na medida em que quase ninguém tinha licença para andar na rua depois da meia noite.

Eu e a Isabelinha, caminhámos pela rua, na direcção sul, até chegar à Praça 7 de Março, onde escolhemos um banquinho e nos sentamos a namorar. Ela já tinha tentado iniciar uma conversa comigo, enquanto estivemos no Pinguim, mas com o barulho da música não conseguimos entender-nos. Agora, ali naquele banco de jardim e no silêncio duma noite já outonal, ela fitou-me com uma cara de meter respeito e disse: - Estou grávida!

Pensei logo, com o cérebro a funcionar à velocidade da luz, que esse filho ia ser um grande problema para mim, mas também para ela, pois se vivia ainda na era do Apartheid e filhos gerados entre amantes que ocupavam lados opostos da barreira criada e mantida do modo mais duro pelos ingleses podiam levar a mãe à prisão. I came her to fight a war ando not to become a father (eu vim para aqui lutar numa guerra e não para ser pai), disse-lhe eu assim de repente, como início de conversa.

Então devias ter tido mais cuidado, pois quando se mantêm relações íntimas como nós tivemos, durante as férias de Natal, tudo pode acontecer, respondeu-me ela. E da maneira franca como tu te comportavas, eu sempre pensei que estavas protegida, que tomavas a pílula, ou coisa assim, atirei-lhe eu.

Bem, o resto daquelas curtas férias não foi nada animado e em menos de nada ia ela de regresso a Cape Town sem termos avançado mais um passo naquela conversa. Fui levá-la à estação, mais uma vez e despedimo-nos com aquela sensação de que tudo o que fora bom se tinha tornado num problema que nem era bom lembrar.

Passou mais de um mês sem receber carta dela e comecei a pensar que ela ficara muito zangada comigo e não me escreveria mais. Mas a vida que germinara no seu útero e continuava a crescer a cada dia que passava, levou-me a tomar a iniciativa e escrever-lhe perguntando como ia a gravidez. A resposta que me enviou, alguns dias mais tarde, deixou-me de cara à banda. Tive um aborto espontâneo, dizia a sua missiva, não tens que preocupar-te mais com isso!

Escusado será dizer que nunca soube, não tive meio de confirmar, se aquilo era verdade ou pura invenção dela, quanto à gravidez que me comunicou, naquele banco de jardim, em que me fui sentar algumas vezes, depois de tudo isto ter acontecido, a magicar nessa história. Teria mesmo tido um aborto espontâneo? Ou provocara-o com medo das consequências? Ou talvez nunca tivesse estado grávida e dissera-me aquilo para medir o tamanho dos meus sentimentos por ela.

Na verdade, eu nunca pensara que o nosso romance de férias pudesse ter um futuro. Ela tinha 5 anos a mais que eu. Eu tinha a guerra pela frente ou um regresso à Metrópole, a curto prazo, que futuro podia eu prever com ela? Na África do Sul, nem pensar, eu era branquinho da Silva e ela uma mulata que morava do lado de lá da barreira do Apartheid e tinha a sua vida organizada, além de um emprego garantido. Duas ou três cartas depois, eu parti para o norte, dar luta à Frelimo, de onde regressei no fim do mês de Janeiro de 65.

No regresso a Lisboa, o Infante D. Henrique, navio que me trouxe de volta, fez escala na Cidade do Cabo e eu, acompanhado por 3 ou 4 amigos , fui a casa dela, almoçámos todos juntos, passámos a tarde namoriscando e ela veio depois acompanhar-me ao cais. Sempre às escondidas da polícia, não fosse o diabo tecê-las. E dissemos adeus sem quaisquer esperanças de nos voltarmos a ver.

Entretanto, terminado o curso que me garantiu as divisas de marinheiro e o ingresso no quadro permanente de fuzileiros da Marinha de Guerra Portuguesa, um grande amigo que tinha decidido regressar a Moçambique, logo que isso se tornasse possível, convenceu-me a acompanhá-lo e antes do fim do mês de Outubro desse ano, já estávamos de novo no "nosso cantinho muito amado".

Voltei a ver a Isabel, em Dezembro, no Camping do Miramar, mas caíram-me os olhos numa colega dela que vinha a Moçambique pela primeira vez e montei-a na minha mota e fomos namorar para longe da Isabel, por causa dos ciúmes. Sei que houve grande zanga entre elas e o bate-boca deve ter sido de assustar, mas isso só empurrou a Verónica, assim se chamava o meu novo amor, mais para mim. Mas ela não voltou a Moçambique, enquanto estive na capital e eu segui para o norte, de novo, por conseguinte nunca mais a vi.

Em Dezembro de 67 voltei a encontrar a Isabel que, com o habitual grupinho de colegas e amigas, ocupava um apartamento, na baixa de Lourenço Marques, que tinham alugado por uma quinzena. Ela puxou por mim e revivemos tudo aquilo que se tinha passado, nos finais de 63. Eu ainda lhe perguntei, entre muitos beijos e abraços: - tu queres ficar grávida outra vez? Por amor de Deus, não, disse ela! E foi a última vez que a vi, pouco tempo depois já estava na Escola de Fuzileiros, em Palhais.

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Fim de semana futebolístico!


 Os polícias que estão pelos cabelos com o Costa e os seu ministros, decidiram não aparecer no estádio do Famalicão, ontem ao fim da tarde. Resultado, pancadaria entre os adeptos, uma seca para o pessoal do Sporting que andou por ali a apanhar bonés, durante 3 horas e regressaram a Lisboa sem ter visto a bola rolar.

No estádio do Dragão, depois da janta, apresentou-se o Rio Ave disposto a vender cara a derrota se é que o Porto conseguisse marcar um golo e cantar de galo. Coisa que não aconteceu, houve alguns golos, todos irregulares e logo anulados pelo árbitro, e com uma cara de poucos amigos, como é habitual, quando as coisas não lhe correm de feição, o treinador portista teve que aceitar o 0 - 0 final. Bom para os vilacondenses e bom para o Benfica também que subirá ao primeiro lugar da classificação se ganhar o seu jogo, logo à noite.

Pena o jogo ser com o meu Gil Vicente que terá que perder para isso acontecer. O Gil é o clube da minha terra e eu sou sócio, enquanto que o Benfica é o clube do coração e quero que ganhe sempre, seja contra quem for. Em teoria, o Benfica tem uma equipa muito mais forte e tem obrigação de ganhar, mas na prática tudo pode acontecer. Só no fim do jogo saberemos se as coisas correram bem ou se, pelo contrário, nos acontece o mesmo que aconteceu ao Porto ou pior.

Como dizia o João Pinto, prognósticos só no fim do jogo !!!

sábado, 3 de fevereiro de 2024

O verbo «tanger»!

Na cidade não se ouvem os sinos tanger às "trindades". E também não se vê tanger o gado até ao pasto!

Ontem, não estive cá, rumei a outros sítios tratar de outros afazeres, por isso não houve publicação. neste cantinho que é meu e vosso a quem abro a porta, sempre que baterem.

Com o povo todo em campanha e muitos a contas com a Justiça, não há actualidade que me dê uma ideia para vos contar uma história que valha a pena. Deixemo-los com as suas realidades paralelas. Digo paralelas, porque seguem na mesma direcção, hoje como ontem e, por certo, amanhã. Recuemos até à minha infância, nos idos da década de 50 do século passado.

A economia da minha região baseava-se na agricultura e, visto que não tinha chegado ainda a era dos tratores, movia-se ao ritmo do passo das vacas. Em todas as casas agrícolas - e eram quase todas - havia vacas, bois também, mas poucos. Como não é fácil nem barato alimentar um rebanho de vacas nas cortes, há que levá-las ao pasto todos os dias. Os rapazes da minha idade, dos 7 aos 11 anos, passavam uma parte do dia na escola e no tempo que lhes sobrava eram eles quem "tangia" o gado para o campo, onde haveria um espaço com erva reservado para elas.

Tanger significa "arriar-lhes umas bordoadas no lombo", sempre que resolvem sair do caminho certo que o "rapaz" lhe traçou. Como a minha casa não havia vacas nem bois, eu entretinha-me a fazer companhia aos colegas de escola. E nessa função munia-me de uma vergasta para imitar o colega que vinha de casa armado com um marmeleiro. E assim munido de uma vergasta eu conjugava o verbo tanger.

Se nos mantivéssemos nos campos até ao pôr do sol, podíamos ouvir o sino da igreja tanger as trindades. É o modo que a igreja apostólica romana arranjou para pôr os fiéis a rezar umas Ave-Marias para agradecer a Deus por nos ter garantido um dia sem problemas e pedir para que amanhã não seja pior. A linguagem dos sinos era bem conhecida nas aldeias do Minho. Se repicava era porque havia festa, se dobrava era porque alguém tinha morrido e se tangia era para chamar o povo à oração.

Ah, pois é, pensavam que só os muçulmanos rezam 5 vezes ao dia, de joelhos no chão, o cu para o ar e a testa a roçar a terra que os há-de comer e sempre virados para Meca, onde o Profeta está enterrado. A primeira lição que eles aprendem é em que direcção fica essa tal de Meca, para nunca se enganarem ao ajoelhar e serem chamados de infiéis.

E sem mais nada para acrescentar, desejo que passem um bom fim de semana e ... haja saúde !!!