É difícil escrever se não temos assunto
Como é difícil viver sem água nem pão
Bom mesmo é ter uma sande de presunto
E não me digam que eu não tenho razão
A água serve para matar a sede
Como o pão faz com a fome
Água do rio, da fonte ou da rede
Ajuda a engolir o que se come
Eu de poeta tenho muito pouco
E rimar dá-me muito trabalho
Não nasci para ser um artista
Por isso, amigos, até à vista
Pensem no que rima com alho
E no pássaro que come alpista !
In «Sonetos estúpidos»