quarta-feira, 19 de julho de 2017

Os tremoços!

A conversa é como o tremoço, vai à boca, trinca-se, engole-se o miolo e cospe-se a casca. Ontem falei-vos do Paulo, hoje a conversa é sobre o André. Mas falando de tremoços que foi por onde comecei a conversa, tomei conhecimento da sua existência era ainda uma criança de idade anterior à frequência da escola primária. Vocês não podem adivinhar aquilo que me passa pela cabeça, mas eu conto-vos.


Sabem o que é adubação verde? Não? Pois, também eu não sabia quando tinha essa idade que referi aqui atrás. Mas a informação chegou da boca da minha mãe, pessoa em quem eu sempre acreditei de olhos fechados, num dia de Primavera, em que eu olhando pela janela da sala da casa onde nasci, vi um campo cheio de flores amarelas a perder de vista.
- Tantas flores amarelas! O que é aquilo, mãe?
- São tremoços.
- O que são tremoços e para que servem?
- Servem para adubar a terra, filho.
Não vos vou contar mais nada sobre esta conversa, pois já estou a sentir que há quem esperasse ouvir que os tremoços são para comer e que a minha mãe me estava a passar a informação errada. Nada disso, na minha aldeia não se salgavam nem comiam tremoços. Semeavam-se e quando a planta estava florida e no auge do seu esplendor, vinham as charruas e metiam aquilo tudo debaixo da terra.
Pois então, o Paulo é padeiro, mas o André é advogado e, como todo o advogado que se preza, quer entrar na política para ver se encontra o seu lugar ao sol. O Paulo é um daqueles amigos que passou pela minha vida de levezinho e sem deixar sinal. O André é benfiquista como eu e só o conheço da televisão, especialista em «arrotar postas de pescada» para cima do Bruno de Carvalho e do Pinto da Costa.
O André (Ventura) é comentador desportivo num daqueles programas chatos sobre futebol em que falam todos ao mesmo tempo e ninguém diz nada que preste. Salva-se apenas por vestir as mesmas cores que eu, se não fosse isso, para mim, valeria um caracol. Mas, siga o baile e vamos aquilo que interessa.


O André, com o apoio da Passos Coelho e da Assunção Cristas (tal nome, tal careta, feios ambos os dois) candidatou-se à presidência da Câmara de Loures. Ele não é parvo nenhum, sabe que Loures é o município português mais vermelho, depois de Setúbal, e que continuará a ser. Porque se terá candidatado sabendo que vai perder?
Pela fama, adivinho eu, pois é da fama que precisa quem quer ser bem sucedido na sua carreira. Desde o processo do Carlos Cruz ao do Sócrates, vocês devem saber que o valor dos honorários cobrado pelos advogados é directamente proporcional às vezes em que a sua cara é vista na televisão. Se alguém duvida é só verificar o estado actual da conta bancária do Carlos Cruz.
Não sei se o assunto dos ciganos que vivem à custa dos subsídios e abonos de família é coisa para se arrastar pelos tribunais e dar dinheiro a ganhar a alguns dos seus colegas, mas foi por onde ele começou a sua campanha e só ele saberá as razões porque o fez. Ciganos, feiras, Rotunda do Relógio, Loures é um mundo tão ou mais complicado que aquele onde se movimentam os seus outros adversários, o Bruno sportinguista e o Pinto dragão. Mas isso é lá com ele, eu salto fora.
E são assim os tremoços, por muitos que se comam não se consegue matar a fome!

5 comentários:

  1. Não sou benfiquista, não gosto de advogados, embora os use para as minhas novelas, de tremoços já falei no Sexta e no Maria Paula.
    Assim vou-lhe dizer uma coisa. Quando escreve o seu texto do lado direito tem uma coluna que diz Etiquetas, agendar, etc. etc.
    Clica no agendar, e aparece-lhe Automático, e definir hora e dia.
    Aí procura no calendário para quando quer que a mensagem seja publicada, nem que seja daqui por cinco anos. Escolhe a hora, clica em concluir e a seguir em publicar. E esquece-se disso. Quando chegar o dia e hora a mensagem é automaticamente publicada. Nada mais fácil.
    Um abraço

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  2. bom dia
    que grande volta amigo.
    com esses tremoços todos já ia era uma cervejinha gelada .
    JAFR

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  3. As flores são lindas, gosto muito delas. No campo com elas cresci, no meios do tremoçal. No Alentejo havia quem os semeasse para depois do grão maduro, apanhá-los, debulhá-los, para os vender. Também havia quem os semeasse para adubação da terra, como tu e muito bem relatas. Portanto, já conhecia essa técnica de adubação da terra e resultava!
    Quanto a esse André, candidato autárquico do PSD, à câmara Municipal de Loures, não deve lá por as patas. Penso eu. Quanto aos ciganos também não sei se ele tem ou não razão? Cristas, já lhe retirou o seu apoio, porque, ela está pensando noutra chupeta que talvez não consiga nela chuchar?

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  4. Quanto aos tremoços está tudo dito ; referir apenas, que para além de camarões e gambas, os mesmos, tornam-se quase indispensáveis para acompanhar boa imperial . Sobre ciganos e a " ciganada " que temos, as respectivas histórias estão bem conhecidas, através dos tempos . Os primeiros, na sua grandíssima maioria, optaram por um estilo de vida muito próprio e que, quer se queira quer não, fogem ou tentam fugir das regras impostas pela comunidade em geral como o Diabo foge da Cruz ; sentem-se com direitos iguais aos demais cidadãos, o que me parece justo, mas ignoram ou parecem ignorar deveres que têm de ser observados e cumpridos por todos os outros ! Tudo isto não é novidade para ninguém e só quem têm medo das palavras ou as utiliza cinicamente é que pode vir em defesa daquilo que não sente ; tanto assim, que são os que vivem à conta da política e tentam violentar a inteligência daqueles que conhecem os seus estratagemas, é que assumem protagonismos nefastos ou discutíveis ; logo, não é difícil perceber quais as suas intenções, face às reacções que se conhecem acerca deste caso e de outros, uma vez estarmos ao corrente da linha de pensamento dos actores principais em questão e o receio que têm de perder votos e o consequente tacho ! - Esta falta de coragem e de dignidade/carácter para enfrentar certo tipo de situações e de responsabilizar quem tem de o de ser, revela bem o que são ... . Depois, os segundos, que longe de pertencerem todos à mesma etnia, não deixam de constituir mistura igual ou pior que os primeiros, dadas as suas práticas bem conhecidas ... ! Assim, recorrer-se a chavões especulativos e achar-se que de resto tudo é aceitável, quando se sabe que em Portugal não é legítimo haver descriminação racial, religiosa ou política, mais não é do que fugir a um conjunto de responsabilizações indispensáveis de uns e de outros ; restando-nos, portanto, viver nesta balbúrdia demagógica e sem perder a esperança de um dia aparecer um Messias capaz de pôr na ordem o que se impõe ... . Um abraço .

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