sexta-feira, 14 de julho de 2017

Não estou para festas!


Está decidido, não vou a Paris comemorar a «Tomada da Bastilha». Também não fui a Washington comemorar o 4 de Julho, «Dia da Independência», nem tão pouco a Vale de Zebro participar no «Dia do Fuzileiro». Sinto-me velho e cansado e não estou para festas.
Podia ter ido a Vale de Zebro, juntando-me à troupe dos fuzileiros do Douro Litoral que sai do Porto às 5 da matina e enche dois autocarros, mas não me sinto em família ao pé daquela rapaziada que tem menos 20 anos que eu. E depois, ao chegar à Escola de Fuzileiros, encontro 4 ou 5 filhos da minha escola (e éramos 296) e 2 ou 3 membros da Companhia 2 de entre os 160 que comigo estiveram em Moçambique, na década de 60 do século passado. É muito pouco para tanto sacrifício.
Para começar, sair do Porto às 05.00 horas significa pôr o despertador para as 03.30 horas, de maneira a ter tempo de fazer a barba, vestir e viajar até ao Estádio do Dragão, lugar onde deixamos os carros estacionados e mudamos para os autocarros. Para isso teria que deitar-me às 9 horas da noite, mas sei que isso não me serviria de nada, pois não conseguiria pregar olho. Da última vez que alinhei nesse programa, deixei-me ficar no computador até depois das duas horas, altura em que fui fazer a barba, nas calmas, tomar um café e comer uma sande de presunto, vestir a roupinha escolhida para a viagem. Por volta das três e meia já andava à volta do Estádio dos Morcões para ver quem era o primeiro a chegar.
E o regresso, com meia dúzia de bêbados a azucrinar-me a paciência e outra meia dúzia de cheios de sono, como eu, mortinhos por chegar a casa e fechar as pestanas, também não é programa que me entusiasme muito. Resultado, deixa-te ficar em casa que estás muito bem. Esta vida de reformado, sem hora estipulada para comer ou dormir, transforma a gente numa espécie de autómatos que repetem sempre os mesmos passos e os mesmos actos, dia após dia até vir o cangalheiro e carregar connosco para a última morada.
Chegado a este ponto, fico a pensar que talvez tivesse sido melhor esquecer o incómodo que isso me causa e ir até Paris ver o desfile das tropas e comer uma baguette. Mas agora é tarde para arrependimentos!

4 comentários:

  1. Sem pedalada para festas também me sinto eu, ter que deixar a minha horta foi o maior sacrifício da minha vida, mas tinha que acontecer, irei a algumas animações de verão aqui na Figueira, mas tenho que escolher uma noite, ou tarde sem vento, só para não me fechar em casa, vou amanhã a uma sardinhada na aldeia, mas só tenho ordem para comer duas sardinhas porque a dieta continua, são as coisas más da vida que o PDI nos trás.

    ResponderEliminar
  2. Faz hoje anos estava em França, 1989, na cidade de Boulogne, onde tive o privilégio de assistir aos festejos da Bastilha, iluminados pelo fogo de artifício lançado dos barcos que navegavam no rio que banha aquela cidade francesa!

    ResponderEliminar
  3. E o pior do programa é ter de deixar o carro à porta dos dragões, não é mesmo?
    Aqui o fuzo, da casa, está a menos de 10 minutos da Escola de Fuzileiros e nunca mais lá foi desde que de lá saíu para o Alfeite, há uns 40 anos.
    Um abraço e bom fim de semana

    ResponderEliminar
  4. Boa tarde amigo
    o melhor é mesmo comer um bom franguinho ou umas sardinhas regados com um bom tinto do Dão e pensar que hoje é sexta feira " dia de soltar a franga "
    B.F.S.
    JAFR

    ResponderEliminar