sábado, 22 de julho de 2017

Ai a música!

Não percebo nada de música e de Pop ainda menos. Pop, para quem não entende nada destas modernices, poderia ser a abreviatura de "popular", ou seja, estaríamos a falar de música popular, como aquela que cantam os Minhotos Marotos. A música e a dança mudaram muito desde a minha juventude, eu nunca fui um grande fã de ambas as coisas e agora ainda sou menos.
Música e dança talvez tenham para mim um significado muito diferente daquele que têm para outras pessoas. Sempre vi a dança como a desculpa mais plausível para abordar uma rapariga e com ela roçar o "touchinho". Roçar o toucinho é bom, mas logo que o pessoal deixou de dançar agarradinho e começou aos saltos no meio da pista, a música perdeu a piada toda. Já não serve para nada a não ser para queimar calorias, o que é o mesmo que dizer que se transformou numa aula de ginástica.
A música já é uma coisa diferente, tal como na dança há uma parte que me atrai e outra que repudio por não passar de ruído, por vezes uma verdadeira cacofonia, que me atrapalha a vida. Para ler, pensar ou ter uma conversa com os amigos (aqui, por amigos entenda-se familiares, vizinhos, colegas, camaradas, etc. etc.) eu preciso de silêncio. Alguém consegue imaginar um grupo de pessoas que se reúne uma vez por ano, para pôr a conversa em dia, e na mesma sala meter um grupo musical a azucrinar a cabeça de toda a gente o tempo todo? E ainda por cima pagar-lhe para fazer isso? Aconteceu-me a mim, ainda não há muito tempo.
Há horas para tudo, costuma dizer-se e é verdade. Mas hora do barulho não posso aceitar que haja, ou então terá que ser em lugar próprio para isso e só para quem quiser sujeitar-se a esse martírio. Ouvir uma guitarra portuguesa, bem trinada por quem o sabe fazer, ou um fado cantado com alma e uma voz a preceito é coisa que não desdenho. Além disso pouco mais aproveito.


Vem isto a propósito de uma crítica que li sobre o último trabalho de Lana del Rey que, por aquilo que percebi, não agradou muito a quem fez a crítica. A miúda até tem uma cara gira e desde que não desate aos saltos e aos gritos tem a minha aprovação. Pode ser que me leve de volta a esses tempos em que eu não pensava noutra coisa a não ser roçar o toucinho. E era bom!

1 comentário:

  1. POP, Polo órbita pular,
    não se dança agarradinho
    estando eu aqui a pensar
    dizes tu roçar o toucinho
    eu digo roçar o chouriço
    assado com pão e vinho
    p'rá merenda bom petisco.
    Conservado na salgadeira
    consumido antes de rançoso
    seja lá de qual for a maneira
    o toucinho é sempre saboroso
    Como dantes já não se dança,
    porque, se mudou de ritmo
    progresso da nova geração
    com algo mais de esquisito
    que alguma gera confusão.
    Essa moça até é bonita,
    não se livra de ser criticada
    pois, que o seja pela positiva
    também tenho direito à palavra
    para fazer a minha critica.
    Gosto de ouvir cantar o fado
    por quem o sabe bem cantar
    como dantes não se dança agarrado
    porque esse tempo já lá vai!

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