sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

A Elsa e as cheias!

Rezamos a S. Pedro para que nos mande a chuva, pois Portugal está a sofrer com a estiagem prolongada. Na metade sul de Portugal só se vêem grilos a sair pelas gretas abertas pela seca nos leitos de rios, lagoas e albufeiras. De repente, o santo manda a Elsa para nos salvar e todo mundo desata a reclamar que não pode com tanta água. Porra, somos difíceis de contentar!
Há cheias, um pouco por todo o lado, mais no norte que no sul, as albufeiras começam a ficar cheias e até os espanhóis já abrem as comportas das barragens, pois tanta água também lhes causa problemas. Os nuestros hermanos são do piorio, quando a água é boa ficam com ela, quando os chateia mandam-na para Portugal, independentemente do problema que isso arrasta consigo, quer num caso quer no outro.


Quando há cheias, costumo dar um pulinho aos sítios mais próprios para gozar as vistas. Por vezes, não tenho que andar muito, pois até o rio Ave costuma pôr Vila do Conde debaixo de água. O meu rio Cávado, próximo da foz, quando há maré cheia, costuma ser um espectáculo. No rio Minho é preciso ir até Monção para ver o espectáculo das águas a arrastar tudo que lhe aparece pela frente. No rio Lima basta visitar a famosa vila que lhe roubou o nome e (com alguma sorte) ver o rio ocupar o espaço que, normalmente, é dos carros e dos peões. No Tâmega só em Chaves se vive o verdadeiro espectáculo, mas é longe demais para mim, por isso contento-me com o que vejo na TV. No Douro há cheias para todos os gostos, mas é na Régua que a coisa se torna mais emocionante.
Além de chuva, a Elsa também trouxe muito vento e nos lugares onde há muitas e velhas árvores é natural que algumas venham abaixo. A imagem acima ilustra uma notícia que fala do plano de emergência que a Câmara da Mealhada accionou para protecção da população do concelho. A mata do Buçaco é um sítio propenso à queda de árvores, porque tem muitas e velhíssimas, além de estar num ponto bastante alto e sujeito aos ventos que sopram do Atlântico.
Há uns anos atrás, levei os meus netos até à Cruz Alta (que se vê na placa de trânsito) e para os obrigar a cuidar da forma física obriguei-os a descer a pé pelo carreiro que vem até ao Buçaco. A minha mulher e deu descemos de carro e viemos preparar a mesa do almoço para quando eles chegassem. Chegaram cansados, suados e cheios de fome e quando se preparavam para meter o dente no primeiro petisco escolhido, entre os muitos que a avó lhes preparou, fomos atacados por um enxame de vespas que queriam disputar o nosso almoço. Como o meu neto mais velho é alérgico a esses bichinhos (já foi parar ao hospital várias vezes por causa deles), fomos obrigados a arrumar o farnel e continuar o picnic fechados dentro do carro.
Memórias trazidas, até mim, pelos ventos da Elsa !!! 

2 comentários:

  1. Por aqui o ar continua sufocante e as medidas drásticas com a água liquidaram-me as alfaces… Fiquem com a Elsa!

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  2. A Elsa veio acompanhada não sozinha,
    trouxe com ela muita chuva e muito vento
    para todos, ela, teria sido mais boazinha
    se a outros não tivesse causado tormento!

    Mas, e pelo menos, têm por agora,
    no Norte do pais água com fartura
    a caminho do Sul é que mais se demora
    em lá chegar para amolecer a terra dura!

    Boa Sexta-feira. Prepara-te para receber o Fabien!

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