domingo, 29 de outubro de 2017

Vejo tudo torto !


Porções de terra no meio do mar
segundo me ensinaram, são ilhas
e se o teu relógio não andar
talvez esteja sem pilhas !

Há que tempos ando por aqui
enquanto todos dormem
eu morro de amores por ti
mas são outros que te comem

Se não tens nada para dizer
é melhor que fiques calado
esquece a comida e põe-te a beber
desse modo vai-se o passado

Vai-se o passado, vem o futuro
tempo de sobra para beber
seja verde ou seja maduro
todo ele faz esquecer.

As coisas alegres e também as tristes
fica tudo no esquecimento
até te esqueces que existes
e acaba-se o teu tormento

Ah, bêbado dum raio
mereces um pontapé no cu
ah, segura-me senão caio
pois bebi tanto como tu

É de manhã, já acordei
mas não vejo aqui ninguém
eu não sei por onde andei
mas acabou tudo em bem !

3 comentários:

  1. Presume-se quem seja o autor... a primeira tá um espetákulo.

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  2. O autor esqueceu-se de assinar, mas não está muito longe do Bocage!

    Ou então acordou, esfregou os olhos e aí vai poesia.

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  3. Toda noite andaste a vaguear,
    te deitaste foi tarde demais
    quando acordaste se calhar
    lá para os lados de Marinhais!

    Por isso é que viste,
    à tua frente tudo torto
    acreditas porque existe
    na paixão do amor louco!

    Tarde ou nunca se endireita,
    dizem, quem torto nasce
    imagino, de qualquer maneira
    com essa muito bem te safaste!

    Será que foste ao Café Nicola,
    com o Bocage lá te encontraste
    em Lisboa falaram do jogo de bola
    por isso, talvez, triste ficaste?

    Porque, viste a Água voando,
    sobre a Catedral aos zig-zague
    o desalento estou imaginando
    com o qual a casa regressaste!

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