domingo, 19 de fevereiro de 2017

Fazer ou praticar?

Na cabeça dos portugueses vai uma grande confusão. Já não me bastava ouvir dizer "pérda" em vez de "pêrda" ou "câma" em vez de "cáma", agora tenho ouvido também dizer "vamos fazer sexo". Porra para isto! Em que escola andou esta gente? Quando se diz fazer ... é amor, fazer amor. E quando se fala em sexo ... é praticar, praticar sexo.
A propósito disto, qual é o dia da semana mais apropriado para praticar sexo?
Aqui, em Portugal, não sei se por causa do clima ou da desorganização geral que reina por aí, parece-me que qualquer dia serve e, segundo tenho ouvido dizer à boca pequena, a rapaziada nova está cada vez menos preocupada com isso, se for nunca também lhes serve.
O cantinho das ideias funciona mais ou menos como um novelo, puxando-lhe pela ponta do fio nunca mais pára. De modo que ao abordar este assunto lembrei-me dos tempos em que estive na Alemanha e dos meus esforços para compreender os costumes e modos de viver daquela gente, a quem or portugueses se referem como «os cabeças quadradas».
Um certo dia, estava eu no meu trabalho de cortar e embalar fita de ferro e já me doíam as costas de tanto baixar e levantar. Endireitei o esqueleto, colocando uma mão na zona dos rins e fiz uma careta de dor. O meu colega de trabalho (que funcionava como meu chefe directo) abanou-me o dedo indicador direito, num gesto que lhes é muito habitual, e significa qualquer coisa como, "aí há milando".
Perguntei-lhe o que queria dizer com aquilo e ele respondeu:
- Hoje é quinta-feira.
- E que tem isso de especial?
- Tem que ontem foi quarta-feira.
- Não te entendo. E então?
- Quarta-feira é dia de tirar a barriga de misérias, de pôr a escrita em dia. Percebes? E por isso é que te doem as costas, hoje.


A seguir a este curto diálogo, lá me explicou que, entre casais, a quarta-feira está convencionada como o dia mais propício para essa actividade. Todos os outros dias da semana têm alguma coisa/actividade que se sobrepõe a isso, portanto reservou-se o meio da semana, em alemão Mittwoch, que também significa quarta-feira, para esse efeito. O efeito das bebedeiras do fim de semana já passou, o cansaço depois de três dias de trabalho ainda o permite e depois há a quinta e a sexta para descontrair, antes de entrar na rambóia do fim de semana seguinte.
- E os solteiros, perguntei eu?
- Isso é muito diferente. Desde sexta-feira, a meio da tarde, até domingo à noite, é sexo, droga e  copos. Quando acordam na segunda de manhã parecem zombies e só regressam ao normal na sexta-feira, quando se aproxima a hora de voltar ao mesmo.
Na altura eu tinha ainda 26 anos de idade e lá lhe expliquei que eu tinha necessidade de "afiar a moca" dia-sim dia-não. Ele olhou para mim e abanou-me de novo o dedo indicador, como tinha feito no início da conversa.

3 comentários:

  1. Agora percebo porque os alemães são tão mal humorados. Rsrsrs.
    A propósito de quando fazer amor, lembrei de uma anedota, que não sei se conhece.
    Certo jovem, português claro, andava muito cansado e sem forças. Preocupada a mulher tanto insistiu com ele que conseguiu "arrastá-lo" para o médico.
    Depois de observar o jovem e não lhe encontrando nada de grave pergunta o médico.
    - Quantas vezes por semana tem relações sexuais?
    -Todos os dias, senhor doutor.
    -Está explicado o cansaço. A partir de agora só tem relações nos dias com R.
    O tempo passou o homem já estava bem e um dia o casal foi a cinema, ver um filme erótico.
    Saem do cinema e o homem pergunta:
    Que dia é hoje, querida?
    E ela rápida
    Hoje? É Romingo amor.
    Um abraço e bom domingo

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  2. Na reforma a descansar,
    a moca está ferrugenta
    nem fazer, nem praticar
    porque, mais não aguenta!

    Cada roca com seu fuso,
    cada povo com a sua cultura
    cada um com o seu cabeçudo
    enquanto a tesão dura!

    Havia um individuo que só praticava sexo nos dias que tem "R". A chaleira da mulher estava a ferver, e era preciso acalmar a fervura. Então ela foi ter com ele e disse, marido hoje é "ROMINGO"

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  3. Amiga Elvira, comentámos ao mesmo tempo um do outro. A pensarmos no "ROMINGO", Só depois de publicar o meu comentário é que vi o seu! Se o seu já estivesse publicado. Tinha escrito outro e não este comentário!

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