quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Dia histórico!

 O dia 9 de janeiro de 2024 ficará na História da Democracia Portuguesa. Foi o dia em que esquerdas e direitas se uniram para ir à Europa buscar 729 milhões de euros para esbanjar em obras de valor muito discutível. Peço a vossa atenção para a notícia abaixo veiculada pela SIC Notícias.

»»» Em setembro passado, a Comissão Europeia lançou então um novo convite à apresentação de propostas no âmbito do MIE para os transportes, no âmbito do qual estão disponíveis mais de sete mil milhões de euros para "projetos destinados a infraestruturas de transportes europeias novas, modernizadas e melhoradas no âmbito da rede transeuropeia de transportes".
"Os projetos de infraestruturas financiados no âmbito do presente convite melhorarão a segurança e a interoperabilidade da rede de transportes da UE", argumentava Bruxelas na informação divulgada na altura. «««


Não gosto muito de trilhar caminhos pouco conhecidos e este negócio é algo que "muito pouca gente" domina, não me incluindo eu nesse grupo restrito. No entanto não resisto a deixar aqui duas ou três considerações que devem passar pela cabeça daqueles que têm um pouco de bom senso.

As palavras "no âmbito da rede transeuropeia de transportes" terão sido entendidas por mim de modo diferente dos meus conterrâneos? Que interesse terá um troço do caminho de ferro entre o Porto e Oiã para a rede transeuropeia? Os espanhóis fizeram uma ligação moderna que ligará Sevilha a países como a França, a Alemanha ou a Polónia. E mais, tiveram o cuidado de abandonar a velha bitola ibérica e fizeram-na em bitola europeia, pois de outro modo pararia na fronteira de França. Espertos estes espanhóis, não são?

Entender-se-ia, ou melhor dizendo, esperar-se-ia que Portugal metesse, a toda a pressa, um projecto para, a partir de Lisboa, entroncar com essa linha espanhola - que passará a ser "europeia" - no ponto mais conveniente, entre Sevilha e Madrid. Agora, um projecto de Porto até Oiã, qualquer coisa à volta de 40 Kms, e ainda por cima na velha bitola ibérica, deveria merecer um rotundo não e zero milhões para os portugueses continuarem a esbanjar, como têm feito com tudo, nos últimos anos. Os nossos governantes querem manusear muito dinheiro para terem oportunidade de untar as mãos a uns e a outros, enquanto estão no poder, para se valerem deles, mais tarde, quando a teta da política já não der.

Podem não saber quem eu sou, nem ouvir a minha voz de protesto, mas eu voto contra. Imaginem-me em Bruxelas e a receber da mão do Pedro Nuno Santos o tal projecto para a tal linha, num qualquer canto escondido do norte de Portugal. A minha reacção seria: - que é isto, meu menino, aprendiz de político, em que escola estudaste que não entendes a tua Língua mãe? Onde fica Oiã? Que interesse tem para a rede de transportes trans-europeia esse pequeno troço que consta do teu projecto? Vai-te embora depressa e estuda melhor o nosso comunicado para evitar fazeres fracas figuras.

E lá viria o nosso "super-político" de rabindo entre as pernas, amuado com a ensaboadela recebida nas instâncias europeias que devem saber gerir os seus interesses um pouquinho melhor que os nossos passados e futuros governantes que mal sabem brincar às casinhas.

Eu, como membro desta grande comunidade europeia de 27 países, voto não ao subsídio de 729 milhões de euros para iniciar uma linha de alta velocidade que não segue uma linha directa a caminho da Europa Central. Em 2030 eu quero ir passar o reveillon à Lituânia e vou já fazer uma reserva antecipada para a viagem Lisboa- Vilnius, com passagem por Madrid, Lyon, Berlim. Quero assistir lá ao dealbar da nova década do Século XXI, naquela bonita cidade do norte da Europa. Faço votos para que o Putin tenha sido travado a tempo, pois ele planeia invadir também os Países Bálticos e dominar o Mar Báltico, depois de o ter feito na Ucrânia e no Mar Negro.

Quem quer acompanhar-me?

1 comentário:

  1. Nossos politiciens so tem cabeça para cultivarem os cornos !
    Sale race Kelp .

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