terça-feira, 6 de agosto de 2024

Eu a fazer figura de parvo!

 

Na CNN afirmaram que o ataque do Irão a Israel seria durante a noite passada, de 5 para 6 de Agosto. Fiquei na minha sala de estar, a noite inteira, à espera de ouvir o tocar as sirenes e os rastos de mísseis no céu da Terra Prometida.

Nada, não aconteceu nada e eu fiquei, com cara de parvo, a recordar aquela paródia do Raul Solnado e a sua ida à guerra. Está lá? É do inimigo? Podiam chamá-lo?

De manhã, informaram-me que nem Israel nem o Irão querem a guerra, os iranianos querem apenas mostrar aos judeus que não aceitam que alguém vá até â sua capital eliminar um inimigo, mesmo não sendo ele um cidadão daquele país. Pior que isso, ele era - pois já não é - um dos que não aceita Jesus Cristo como o verdadeiro e único profeta. Tudo o que o Irão quer é aplicar um castigo aos judeus para aprenderem a comportar-se e não andar por aí a matar gente, como se essa gente o merecesse.

Sozinho, em frente à TV e sem que nada acontecesse, comecei a pensar nos tempos em que eu, de G3 na mão, andava pelas matas do Niassa a participar numa guerra que ninguém queria ou beneficiava com o desfecho da mesma.

Um dia em que fomos mandados para o mato, sem qualquer missão definida, perguntei ao meu chefe, por piada chamava-se Patrão e nós, os seus comandados, usávamos esse nome em vez de chefe, quando nos dirigíamos a ele, o que andávamos ali a fazer. Para ser vistos pelo inimigo e obrigá-lo a pôr-se a milhas, respondeu ele.

O Patrão (já falecido) fez uma carreira com sucesso, chegou a Capitão Tenente, o que não está ao alcance de todos. Mas ele gostava pouco de mandar e delegava em mim a responsabilidade de guiar os membros do nosso pelotão. Eu punha a minha esquadra na frente a abrir caminho e ele fechava a coluna, dizendo que era para ter uma visão completa da sua "Unidade".

Uma vez disse-lhe: - olhe que os Turras têm por hábito deixar a nossa coluna passar, sem se manifestarem, e depois disparar nas nossas costas, o que faz de si o primeiro alvo. Seja o que Deus quiser, respondia-me ele, se estiver escrito que vou morrer aqui não vale de nada andar a esconde-me!

E tinha razão, viria a morrer, quando chegou a hora dele, sossegadinho, numa cama de hospital na cidade grande e não no meio do capim africano. Os muçulmanos do Médio Oriente consideram-se mártires e acham que terão um lugar especial, junto ao Pai, quando morrem em defesa da sua Fé. O que eu vejo é apenas a imagem de uma explosão e deles não sobra nem o rasto!

Cada um com a sua guerra. A minha já foi há muito tempo, agora luto apenas contra as dores que me atormentam e me fazem perder o amor e apego à vida e me oferecem intermináveis noites de insónia! 

3 comentários:

  1. Que Deus proteja o Estado de Israel. Sem ele os Povos de Matriz Judaica-Cristã estão feitos ao bife. Todos sabemos o que se passa na velha Inglaterra. Que sirva de lição aos portugueses que inocentemente ou não tem votado nas ideologias CRIMINOSAS da esquerda.

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  2. Tome uns analgésicos que lhe minimizem as dores e para dormir aconselho-o a tomar - de vez em quando - o mesmo que eu.
    Rivotril. A insónia é algo terrível que nos tolda até o raciocínio.

    Um bom dia.

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  3. Na minha recruta em 68 o sargento da Comp. chamava-se Patrão. Provavelmente era o mesmo.

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