Não sei para onde me virar!

 

Dizem que o futebol está dominado pela máfia portista. Na política grassa a corrupção socialista. Nada me resta que possa alegrar os meus dias e aumentar a minha vontade de viver. O meu amigo e camarada de luta, Eduardo, diz que mesmo má a vida é melhor que a morte e com esta não quer conversa de qualquer tipo. Segue viagem, oh malvada, que prefiro ficar aqui mesmo que infeliz, contigo é que não vou.

Eu e, talvez ele também, procuro qualquer coisa que alegre os meus dias e me deixe dormir sossegado à noite. Já lá vai o tempo em que acreditava que o Benfica e as suas vitórias me trariam a felicidade necessária. Enquanto o Porto ganhava campeonatos, um atrás do outro, eu vivia na esperança de assistir a uma reviravolta que pusesse termo a esse estado de coisas e devolvesse a glória perdida ao meu clube do coração. Quando chegou Jesus, qual salvador do mundo, pensei ser chegado o momento. Bem me enganei, deu-me mais desgostos que alegrias.

Quando somos jovens e temos o sangue nas guelras todos os desgostos duram pouco e a felicidade pode estar ao dobrar da próxima esquina. Mas na minha idade, a aproximar-me dos 80 a passos largos é completamente diferente, a cada queda se torna mais difícil levantar. Os joelhos não dobram e os músculos negam-se a ajudar. E não podemos esquecer que o coração é um músculo como qualquer outro, talvez o mais importante de todos, e também se vai desgastando ao longo da vida.

Os sonhos são uma espécie de carburante que nos move na juventude, mas eu já não tenho sonhos. Não morrer hoje e não apanhar a Covid-19 é tudo o que me posso permitir. Que o Benfica ganhe, logo ao fim da tarde é mais um desejo que um sonho. E se esse desejo se não realizar é só mais um para juntar ao rol que já vai longo.

Tão longo como a lista das promessas por cumprir do Costa. Pensem nisso, só têm mais 15 dias para alinhar ideias e saber em quem votar!.