sábado, 4 de maio de 2019

Uns e os outros!

Não podemos refazer a história e nós não podemos cometer o que seria uma enorme injustiça, que era tratar os professores, os magistrados e os militares de uma forma diferente daquela que tratamos a generalidade dos trabalhadores da administração pública ou mesmo a generalidade dos portugueses”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, em entrevista à RTP.
Augusto Santos Silva salientou que o compromisso do Governo “foi ultrapassar a austeridade, virar a página da austeridade, repor as carreiras, repor o tempo a contar, não foi recuperar o tempo perdido.


Estas palavras proferidas pelo nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros, eminente socialista e amigo de António Costa seriam de louvar se não fossem ditas de maneira a impressionar os ouvintes e prepará-los para a retórica política da campanha eleitoral que se avizinha. Ele sabe que os funcionários privados são mais que os públicos e precisa de contar com os seus votos nas eleições de Outubro próximo. Os políticos estudaram todos pela mesma cartilha, quem não os conhecer que os compre.
Os partidos com assento parlamentar juntaram-se todos contra o PS na questão da reposição do tempo de carreira dos professores. O António Costa enervou-se e não viu melhor maneira de se vingar do que anunciar a demissão do governo. Uma autêntica palhaçada, pois ele sabe que a demissão não terá qualquer efeito. Faltam apenas 5 meses para as eleições que já estão marcadas e com um mês de férias pelo meio e os 90 dias de prazo mínimo que o Presidente da República tem para uma nova convocação não é possível fazer eleições antes da data que já está marcada. Tudo o que pode acontecer é o presidente aceitar a demissão e manter este governo em gestão até à tomada de posse do próximo.
O PS vai fazer todos os possíveis por capitalizar os votos dos professores, dos outros funcionários públicos e também dos privados, atirando com as culpas de tudo para cima do PSD e do CDS que são os verdadeiros culpados de todo este imbróglio, pois conviveram com a troika e quiserem ir ainda além do que a troika exigia em termos de cortes. E esquecendo-se que foi o seu partido, com o Sócrates a chefiá-lo que deu cabo disto tudo e mandou chamar a troika para salvar o país do afogamento. Não sei porquê, mas há um diabindo sentado aqui no meu ombro esquerdo que me segreda que o actual PM está a seguir o meu caminho, sem tirar nem pôr.
Mas, voltando ao que interessa e às palavras do ministro, que reproduzi acima, o salário médio dos funcionários públicos aproxima-se dos 1.500 € mensais, enquanto que o dos privados ainda vai longe dos 1.000 €. Esse é que é o verdadeiro sinal da injustiça e espero que os eleitores pensem bem nisso, quando ouvirem as patacoadas que lhes vão despejar na cabeça, durante a campanha eleitoral que já começou. Como diz o povo e com razão, uns são filhos da mãe e os outros são filhos ... sabe-se lá de quem !!!

4 comentários:

  1. O PS só se esquece de falar duma coisa muito importante! Onde é que ele foi buscar os milhões que entregou ao Novo Banco e à CGD? Será que os banqueiros são filhos da mãe e os funcionários públicos são filhos sabe-se lá de quem? Só sei que os professores partiram a geringonça.

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  2. Na minha opinião. Não são só os professores que têm direito à reposição do tempo congelado na totalidade. Os restantes trabalhadores da administração pública, também devem ser tratados por igual. Sem esquecer os reformados, cujos os cortes nas suas pensões também devem ser repostos!

    Bom fim de semana. Haja saúde e pão para comer quando há fome. Sem esquecer o tintol! Um abraço.

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  3. Bom, eu não percebo grande coisa de política. O que percebo é que os funcionários públicos sempre foram filhos da mãe. Sempre ganharam mais e trabalharam menos horas. E isso é como a fama do Constantino. Já vem de longe, de muito longe como diz o poeta.
    Abraço e bom fim-de-semana

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  4. Sem pretender atacar/defender algo/alguém em particular e com o único propósito de total isenção, não posso ficar indiferente . Efectivamente, bem diz a velhinha : " quem à frente não olha, atrás torna " . Todos os que violam princípios que sempre defenderam e puseram em prática, perdem toda a credibilidade e respeito, não só dos que nunca os apreciaram, mas também de quem acreditou/confiou neles . Seria bom que o País pudesse atender todas as reivindicações, mas, como se sabe, tal não é possível . Para além disso, é intolerável e violador da Constituição da República a criação de desigualdades/inadmissíveis ou fazer descriminações entre quem, independentemente das funções que exerce, contribui para um todo da responsabilidade do mesmo Estado . Não se querer ver isto é não ter em conta realidades inegáveis e incapaz de julgar justamente seja o que for, mas sim procurar/entrar em habilidades, demagogias ou interesses pouco ou nada transparentes e indignos de seriedade e de crédito . Na política, como em tudo na vida, quem demonstra ignorar a verdade/realidade e se comporta ao sabor de conveniências e sem se preocupar com o que está ou pode ser incorrecto, torna-se desonesto e mais não é do que um cata-vento/oportunista e sem escrúpulos . Fico triste e preocupado, ao olhar para a maioria dos políticos que temos e que, muito sinceramente, não colhem a minha simpatia, visto que retratam bem o que são e o que valem, o mesmo será dizer que não merecíamos isto ! Realmente, não é pura coincidência que, abstenções/eleitorais sejam cada vez mais expressivas e que, ultra-direitas a cheirar a nazismo vão proliferando por essa Europa/mundo fora ! Um abraço .

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