sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Sempre a descer!

Nem de propósito, hoje, é o Dia Internacional do Professor. Assim dá para eu comemorar alguma coisa, sem ser o malfadado 5 de Outubro que é o símbolo mais que provado e comprovado da desgraça nacional. Abandonar a Monarquia para cair na República foi a pior partida que a História nos pregou.

Professor sofre!

Dando uma de professor de História, dizem que vivemos, hoje, na Terceira República, considerando que a primeira terminou com as maluqueiras do Sidónio Pais, em 1926, e a segunda com a coragem dos Capitães de Abril, em 1974, acabando com o antigo regime de Salazar.
Não concordo com essa divisão dos tempos da nossa república que completa, hoje, 108 anos. Para mim, a primeira república foi a da «Rebaldaria Política», de 1910 a 1926, período em que todos os políticos tentaram sentar o cu na cadeira do poder e fazer melhor que o seu antecessor, sem nunca o conseguirem. A segunda foi a da «Rebaldaria Financeira», de 1926 a 1932, período em que os mal sucedidos políticos da primeira puseram o país na ruína. A terceira começou com o Salazar a tomar conta das rédeas das Finanças e terminou com o início da Guerra do Ultramar, em 1961. A quarta foi daí até á Revolução dos Cravos e foi uma espécie de mistura da I com a II Repúblicas, ou seja, uma rebaldaria político/financeira. Tudo mandava minha gente e gastou-se o que tínhamos amealhado com a sovinice do Salazar e o que ainda não tínhamos ganho.
Em 1974, estava o Império Português reduzido a meia dúzia de ilhas, para além do rectângulo continental e numa situação financeira que deixava muito a desejar. E aí começou a última república, a quinta, a dos resgates financeiros, aquela em que vamos, alegremente, a caminho do abismo. É que ninguém tem dúvidas que, desde 1910, nesse malfadado 5 de Outubro em que correram com o rei D. Manuel, até ao presente instante em que vos escrevo estas poucas letras, foi sempre a descer pela ladeira abaixo. Cada dia que passa estamos pior, com menos esperança de evitar o desastre, com a dívida, pública e privada, muito para lá do aceitável, com a educação e saúde a desagradar a todos, as cidades infestadas de automóveis, os transportes públicos a não responder às necessidades da população e por aí fora.
Nos impostos já se questiona quem paga o quê para quem. Os pacóvios do interior desertificado acham que não devem pagar pelos luxos dos meninos bonitos do litoral e estes usam os recursos do país inteiro para conseguir uma formação superior, mas depois recusam-se a ir prestar os serviços de cidadania e puxar pelo desenvolvimento desse interior abandonado. Desse interior que perdeu tudo, a começar pelos transportes públicos, passando pelos Correios, Tribunais, Hospitais e acabando nos Bancos e outros serviços públicos que já não se justifica existirem para tão parca população. Escolas já só de 30 em 30 quilómetros e fala-se que os juízes vão trabalhar à moda dos caixeiros viajantes, andando de terra em terra aplicando a Justiça que serve de pouco a quem mais nada tem.
Pois muito bem, acho que está na hora de terminar esta e passar para a próxima. Mas mais república não, por favor! Já estou farto dela até à pontinha dos poucos cabelos que ainda me restam!

3 comentários:

  1. Francamente, gostaria de viver o suficiente para assistir ao resultado de todo 'este regabofe socialista' que se apoderou do nosso país…

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  2. Se ler as crónicas da monarquia nos últimos cem anos antes da República vai ver que o regabofe era o mesmo. Os últimos ministros da fazenda, deixaram o país a pão e água. O que levou à implementação da República foi o sonho de que sendo o povo a eleger os seus representantes ia endireitar o país. Acontece que ou nós somos muito estúpidos e escolhemos sempre os piores para nos governarem, ou todos os que se candidatam são farinha do mesmo saco. O saco da corrupcão e da ladroagem.
    Abraço e bom fim de semana

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  3. Quanto à Monarquia desconheço se para o povo trabalhador seria melhor do que é a República? Quanto à Revolução de Abril, acho que o regime salazarista foi bem derrubado não interessa por quem foi. O certo que as condições de vida em Portugal melhoraram para aqueles que nem direito a reforma tinham. Pouco ou muito hoje toda a gente tem direito a uma reforma. Mais vale pouco do que nada.

    Cansada e caduca,
    caiu a Monarquia
    levantou-se a República
    faz hoje anos neste dia!

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