terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Um direito que todos têm!

Os curdos são um povo que tem origem no Oriente Médio e que vive em uma área denominada Curdistão, que abrange territórios na Turquia, na Síria, no Irã, no Iraque e na Armênia.
Com uma população de mais de 30 milhões de pessoas, os curdos são considerados a maior nação sem Estado do mundo.
Eles reivindicam a criação de um Estado nacional, o Curdistão. Atualmente o Curdistão não é um país, mas é classificado como uma região autônoma no Iraque e uma província no Irão.
A criação de um Estado nacional curdo foi prevista no Tratado de Sèvres, de 1920, mas acabou não sendo formalizada pela não ratificação do documento.
Muitos conflitos se originaram naquela região do Oriente Médio por conta da discriminação sofrida pela população curda e também pela sua reivindicação da criação de um Estado, que demandaria porções da área de outros territórios.
Os principais conflitos registrados por conta da Questão Curda acontecem na Turquia, cuja população é formada em 20% por curdos.


Já não é a primeira vez que invisto (ia a escrever perco, mas mudei de ideias) o meu tempo a falar neste povo que ficou perdido, numa espécie de terra de ninguém, depois do regresso dos otomanos à sua terra natal, onde actualmente estão confinados e a sonhar com memórias passadas.

Os 30 milhões de curdos (ou talvez um pouco mais) são gente suficiente para formar um país com identidade própria. Lembro-me bem das acções levadas a cabo pelo PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) e da perseguição que lhe era movida pelo governo turco.

Nos anos iniciais do PKK, teve um estilo de liderança muitas vezes violento, e muitos de seus oponentes no PKK foram mortos por ordem dele. Na década de 1990, onde liderou o PKK na maior parte do tempo na Síria, Öcalan abandonou suas demandas maximalistas em prol de uma solução política pacífica e democrática para a questão curda.


De pouco adiantou a mudança de atitude, pois acabou por ser preso e até hoje não vi nem ouvi falar na sua libertação. O actual presidente da república turca mostrou sempre o seu antagonismo ao PKK que funciona como partido ilegalizado e tem a sua liderança fora da Turquia.

Não digo que a Turquia ficaria melhor sem os curdos, não faço a menor ideia de quais as riquezas existentes na parcela de terreno que eles ocupam, mas ficaria, com toda a certeza mais pacífica e livre de um problema que nunca terá solução. A solução é deixá-los por conta própria e lavar as mãos no que ao seu futuro se refere. Turcos e curdos são diferentes em muitos aspectos e é pura teimosia do Erdogan e seus sicários em querer mandar na vida dos outros.

A actual situação vivida na Síria poderia ser a oportunidade esperada, há muito, para regressar ao passado, reabrir o processo do Tratado de Sèvres e pôr-lhe um ponto final. A ONU e o nosso conterrâneo Guterres bem podiam tratar disso, convocando uma reunião com a Turquia, o Irão, o Iraque e a Arménia, para combinarem os pormenores e escolher um chefe provisório que depois, num período curto e pré-estabelecido, convocaria eleições.

Depois disso, seria mais fácil pacificar a Síria e libertá-la da influência de russos e americanos que só estão ali para complicar!

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