quinta-feira, 11 de julho de 2024

Oh, mar eterno e sem fim!

 

Hoje, acordei com a notícia de que tinham sido encontrados os 3 pescadores em falta do desastre da traineira, na praia de S. Pedro de Moel, ou Vieira. Quando o barco adornou viraram-se as balsas que estavam cheias de peixe, acabadinho de pescar, e eles ficaram presos debaixo delas. Até parece uma vingança do mundo dos peixes contra quem os tira da água e os condena à morte.

Estava aqui a pensar escrever uns versos a esse respeito, mas decidi dar uma vista de olhos na net e encontrei estes que servem para o efeito. Trabalho que poupo!


Oh mar eterno sem fundo sem fim
Oh mar das túrbidas vagas oh! Mar
De ti e das bocas do mundo a mim
Só me vem dores e pragas, oh mar

Que mal te fiz oh mar, oh mar
Que ao ver-me pões-te a arfar, a arfar
Quebrando as ondas tuas
De encontro às rochas nuas

Suspende a zanga um momento e escuta
A voz do meu sofrimento na luta
Que o amor ascende em meu peito desfeito
De tanto amar e penar, oh mar

Que até parece oh mar, oh mar
Um coração a arfar, a arfar
Em ondas pelas fráguas
Quebrando as suas mágoas

Dá-me notícias do meu amor
Que um dia os ventos do céu, oh dor
Os seus abraços furiosos, levaram
Os seus sorrisos invejosos roubaram

Não mais voltou ao lar, ao lar
Não mais o vi, oh mar
Mar fria sepultura
Desta minha alma escura

Roubaste-me a luz querida do amor
E me deixaste sem vida no horror
Oh alma da tempestade amansa
Não me leves a saudade e a esperança

Que esta saudade é quem, é quem
Me ampara tão fiel, fiel
É como a doce mãe
Suavíssima e cruel

Nas mágoas desta aflição que agita
Meu infeliz coração, bendita!
Bendita seja a esperança que ainda
Lá me promete a bonança tão linda
Poema de Eugénio Tavares          

3 comentários:

  1. Linda e antiga esta canção, cuja letra eu desconhecia ser um poema deste Poeta.
    Ouça-a...para habituar o ouvido aos acordes musicais, misturados com o som que bem conhece: o marulhar das ondas do Mar.

    https://www.youtube.com/watch?v=1n93tQPhDkk

    E tenha um belo dia!

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  2. O mar que dá o pão também tira a vida. Gostei do poema. Retrata a vida, a dor, a morte de quem nele ganha a vida .
    Abraço e saúde

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