quarta-feira, 17 de julho de 2024

A tal política!

 Este foi o dia escolhido para se debater o «Estado da Nação» no Parlamento. Os dois líderes, um com 79 deputados eleitos e o outro com 77, enfrentam-se e tentam convencer o Povo de que está do seu lado a razão. Razão que deveria levar o país a melhorar e fazer melhorar a vida dos seus cidadãos.

Mas a política é uma coisa muito complicada e obriga cada um dos contendores a reagir negativamente a tudo o que o outro afirma e assegura ser o melhor para o país. O que eu digo é que está certo, o que ele diz é só para "botar-abaixo" todo o tipo de políticas que eu tento implementar. Cada um dos dois pode dizer e dirá com certeza a mesmíssima coisa, logo que destrone o outro e assuma o poder.

O Luis e o Pedro Nuno iniciaram essa batalha, às 9 da manhã e, acredito eu, vão levar todo o dia nisso. A terceira força política, representada pelo André, entra em cena, passada que é uma hora de debate, e em voz bastante exagerada, no que respeita a decibéis, afirma que os dois estão enganados e estão enganando o tal Povo que os elegeu.

E eu, quietinho e sentado no meu canto, a muitos quilómetros do Palácio de S. Bento, ouço o que todos eles dizem e tento descodificá-lo, procurando um pouco de verdade em tudo aquilo que lhes sai da boca. Alguma coisa terá que ser verdade e ser melhor para o Povo sofredor. Olhando à nossa volta vemos que a vida está cada vez mais difícil, as coisas mais caras e difíceis de adquirir e só vemos um culpado dessa situação, o governo.

Não sei se este ou aquele que o precedeu, mas alguém tem que arcar com as culpas. Se a inflação recuou, ligeiramente, a renda das casas, ou o preço pelo qual são vendidas, devia ter recuado de igual modo, mas, ao contrário, subiu e continua a subir cada vez mais. Um pequeno apartamento, em Lisboa, custava 500€ e todos achavam que isso era um exagero. Agora custa 1000€ e dizem que a culpa é dos estrangeiros que vêm por aí abaixo e compram tudo a qualquer preço.

Isso até pode ser verdade, mas compete ao governo criar leis que contrariem essa tendência e castiguem quem a provoca. A inflação ou deflação dos preços deve seguir a mesma lógica das taxas de juro impostas pelo BCE e se isso não acontece é porque algum dos actores desta comédia (em que se transformou a nossa vida) está a procurar um benefício extra no seu negócio. E isso só pode ser corrigido pelo governo criando um imposto próprio para ir ao bolso do abusador e tirar-lhe aquilo que lucrou, indevidamente.

Os grandes empreiteiros, empurrados pelos bancos, são quem mais inflaciona os preços do imobiliário e lucram milhões com essa política. Basta olhar para os lucros "pornográficos" apresentados pelos bancos, nos últimos dois anos, para perceber como funciona a negociata do crédito à habitação. Os bancos e os grandes construtores, seja de habitação ou escritórios, dividem os lucros a meias e já provocaram um aumento de preço de cerca de 50%, desde o ano de 2020. E quem os pode parar? O governo, digo eu, mas para isso não pode ser parte interessada no negócio e a Caixa Geral de Depósitos vai na liderança desses tais ganhos indevidos.

Bem, por aqui me fico nas minhas lamentações e vou ouvir mais um pouco das mentiras, ou meias-verdades que os parlamentares vão deitando pela boca fora, na Casa da Democracia!

2 comentários:

  1. Enquanto o cidadão comum não compreender o valor do voto nada feito. Neste momento só não passamos fome porque técnicamente vivemos na Europa. A violência e as violações aumentaram de forma drástica, os bancos continuam a roubar os clientes e cada vez há mais portugueses a viverem na rua... Sem educação politica estaremos eternamente condenados a viver de esmolas.

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  2. Faltam-nos políticos a sério, com uma boa visão de como está a vida e força suficiente para tomar medidas que tirem o País da cauda da Europa.
    Os atuais são meros aprendizes.
    Abraço e saúde

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