sexta-feira, 23 de junho de 2023

Bis, segunda dose!

 


A receita do dia, ontem, deu mulher e, hoje, achei boa ideia repetir. Quando liguei a TV, esta manhã, estava a dar, na CMTV - ficou nesse canal, quando a desliguei, ontem à noite, depois de ver aquela desgraça de programa de futebol que eles fazem sem piada nenhuma - a história de uma estudante que foi violada na sua festa dos 18 anos. Mais que outra coisa, foi isso que serviu de percutor para o tiro de partida para a minha publicação desta sexta-feira, véspera de S. João.

Vem aí uma longa noite de festa, muita bebedeira e é natural que mais algumas mulheres sejam violadas se não se souberem proteger dos garanhões que estão sempre prontos para aproveitar uma oportunidade que se lhes ofereça. O S. João junta muitos milhares de jovens e posso garantir que os do sexo masculino pensam no sexo como a sua primeira prioridade. Portanto, já ficam avisadas as do outro sexo, o dito belo, que o melhor é jogarem à defesa.

Só falei nisso por causa do S. João que também é festa rija aqui no vizinho concelho de Vila do Conde. Eu moro na Póvoa, mas estou mesmo na fronteira, dou três passos e já estou em Vila do Conde, em consequência disso não posso alhear-me da festa. Mas o que eu vinha mesmo era falar de mulheres e é disso que se trata, a partir daqui.

Como homem, eu acordei para a vida aos 16 anos. A casa onde eu morava, num primeiro andar, tinha uma janela para a rua, onde o sol batia mal chegavam as dez da manhã. Costumava sentar-me ali com um livro na mão estudando a História de Portugal (que se dava no 5º Ano do Curso dos Liceus), a Geografia do mundo inteiro ou as Ciências Naturais - memorizando o nome das partes em que se divide uma planta ou uma flor - e, por vezes, nem para ele olhava. Mirava as raparigas que iam passando, umas mais novas, outras mais velhas, umas mais feias e outras mais bonitas e estas ia-as seguindo com os olhos até me desaparecerem da vista.

Em frente à minha janela, morava uma rapariga que se chamava Graça. Quando a via sair de casa, eu dava comigo a pensar se gostaria de, um dia, vir a namorar com ela. Ela usava óculos, tinha os cabelos pretos ligeiramente encaracoladas e não era uma daquelas mulheres que nos caem no goto à primeira vista. Dessa passei ao lado e ainda bem, pois ela está, hoje, viúva, meia cega e não se liga muito bem com o resto da família.

Terminada a época de exames, regressei à minha terra natal e logo me cruzei com a Maria que foi a minha iniciadora nas coisas do sexo, aquelas coisas que a gente com dez anos pensa, mas ainda não consegue executar, por desconhecimento e falta de preparação, além da necessária maturidade sexual, ainda não atingida. E logo me veio o pensamento: - poderá ser esta a minha primeira namorada? Acho que não, disse eu para mim mesmo e segui adiante.

A minha mãe tinha um atelier de costura com meia dúzia de aprendizas e os meus olhos caíram numa ruiva de cabelos ondulados, mulher capaz de encher o olho a qualquer homem e muito mais a mim que andava ainda à procura da minha primeira experiência. Andei de olho nela, durante alguns dias, ainda me fiz encontrado com ela na hora da saída, esperando uma oportunidade de a acompanhar até casa e explorar o terreno, mas ao fim de algumas tentativas abandonei o plano, pois ela era mais velha que eu uns bons 2 anos e nessa idade essa diferença nota-se muito..

Já nos meus tempos da 4ª Classe, eu tinha escolhido uma namorada, a Lurdes. Quando os outros rapazes perguntavam: - Quem é a tua namorada? Todos gostavam de ter um nome para dar e eu escolhi a Lurdes, porque não morava muito longe de mim e via-a todos os dias, quando ia ou vinha da escola. Lembro-me do Serafim, colega que emigrou para Angola, mal fez o exame da 4ª e lá ficou para sempre (morreu no ano passado e lá ficou enterrado, sem descendência) que um dia respondeu à tal pergunta da mesma maneira que eu. Ambos tínhamos escolhido a Lurdes e tivemos que disputá-la a soco para gáudio da turma inteira que assistiu à faena, do princípio ao fim.

Antes do fim desse ano, e antes de ter chegado aos 17 anos, voltei à Póvoa e dei com os olhos numa miúda magrela que eu costumava ver a passar debaixo da minha janela, mas que nunca atraíra a minha atenção. Como andava na tal fase de escolha, olhei para ela com os olhos e interessado e não me pareceu uma má escolha. Bonita ele era, rabina que baste e com umas maminhas que timidamente empurravam para cima a camisola que trazia vestida. Foi tiro e queda, terminaram ali os meus esforços na procura da mulher certa. Ainda dei umas voltas pelo mundo, passaram-se 7 anos, mas acabei por casar com ela e có nos vamos aturando um ao outro o melhor que podemos e sabemos.

Gostaram do filme? Ainda bem, visto que estou aqui para voa alegrar a vida e nunca vos viria chatear com uma história de arrancar lágrimas e soluços!

4 comentários:

  1. Este filme merecia mais detalhe mas mesmo mais detalhe... Eu penso que 'a koisa acontece' porque tem que acontecer e não porque se procura... Depois de ler este post dei comigo a pensar - que já arrumei os tarekos em diferentes fuzos horários - como porra a koisa aconteceu @#$%&!!!!

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  2. Bom dia
    Um filme um tanto sugestivo com metade a preto e branco e o resto a cores e com um fim absolutamente previsível que não dá para chorar mas também não chateia .

    JR

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  3. E um filme que não ia dar lá grande lucro ao seu produtor, mas eu gostei.
    Não chorei nem ri, afinal, é uma história de vida igual a tantas outras vidas. Gostei essencialmente do desenho.

    Depois de comer as sardinhas - assadas por mim - a salada de pimentos, cebola doce, previamente demolhada em água gelada, sal e vinagre, tomate, um batata cozida e beber um copo de vinho, já não tenho força nem apetite para ir meter-me no barulho. Vou sentar-me no sofá ver a malta foliona e acho que por altura do fogo de artífício, já durmo a sono solto.
    Vamos ver se aida tenho ânimo para parabenizar o meu rapaz num postezito mais modesto que os anos anteriores.
    Boa noite!

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